Não importa o ódio,
Ele nunca é o problema.
Ele é a arma
E eles são movidos por medo.
Você é o medo,
Eles repetem o que ouvem
Mas não te conhecem,
Afinal o medo é sempre do desconhecido.
Como as marionetes que são,
Estão fadados a repetir o que os ventríloquos querem.
Diferente de você,
Você é melhor que isso.
Você é boa demais pra fazer um teatro desesperado,
Afinal você é a garota que engole navalhas.
Que tem sempre um plano Z,
Que usa contra eles o que usam contra você.
Se seu sangue os apavora, deixe-os temer.
Você sangra em rebeldia.
Movidos pelo medo e reféns do próprio ódio,
As marionetes alucinam
Com um mundo onde suas ideias façam sentido.
Sentam-se em árvores,
Bebem em areia,
Vestem-se com a ovelha.
Como lobos covardes que são.
Não atoa, que todas suas filosofias vieram do cativeiro.
Você é a garota que engole navalhas,
Que atura as marionetes e os ventríloquos.
Seu maior aliado é o sangue jorrado,
Cortado por eles. É a prova de tudo.
Que cegos pelo medo não conseguem ver.
Eles te jogam aos tubarões,
Mas agora os tubarões protegem você.
Eles não podem tirar sua boca nem o seu vasto,
Muito menos sua garganta cheia de navalhas.
Marionetes descartáveis. Basta que os ventríloquos não vejam mais uso.
Você é a princesa dos tubarões
E a garota que engole navalhas,
Que paradoxalmente sangra pra viver.
As marionetes não pensam com a lógica,
Você sempre usou isso pra se agarrar a vida.
Não é diferente agora.
Eles sentam em suas árvores,
Bebem em suas areias
E sempre se vestiram de ovelhas.
Mas eles nunca venceriam de navalhas e tubarões.
E eu finalmente percebi
Que meus poemas não são sobre minha morte,
Mas sim sobre minha vida.
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A Garota que Engolia Navalhas
PoesiaDesespero, desesperança, insuficiência, murmúrios, lamentos e criação. Tecendo com os fios da própria agonia como uma navalha afiada, cortando fundo nas feridas da própria existência fragmentada. Descubra a beleza sombria dos poemas que emergem de u...