03. Falando em problema...

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José Lucca

Quando o assunto é festa, eu sempre aproveito até o último segundo .

Lógico que tudo é de maneira moderada, às vezes, mas tento não passar tanto dos limites.

Sempre fui mais agitado, mais impaciente, sempre fui "o mais"
Quer dizer, eu sempre sou.

Isso não me incomoda, é só o contraste entre mim e meu irmão gêmeo.
Rico é mais na dele, calmo, sereno e os caralho a quatro.

E acho que isso é que nos torna tão unidos.
A gente dividiu tudo a nossa vida toda, e dividimos algumas coisas até hoje.

A única coisa que a gente não divide é mulher.
Temos gostos diferentes, por exemplo; Eu gosto de todas e o Enrico tem uma queda por mulher marrenta, com cara de maluca.

Enfim, pequenas diferenças que não mudam nossa relação como irmãos.
Rico sempre vai ser meu melhor amigo, depois do meu pai, claro.


— Lucca, nem ferrando que tu fez isso. — Meu irmão disse entre risadas.

O motivo da graça? Acabei de contar pra ele que recebi o melhor boquete da minha vida, e de duas minas ao mesmo tempo.

— O Zaki vai rir pra caralho de você. — Nicolas comentou.

— Porra, tô até leve. — Me joguei na cadeira e fiquei observando as meninas dançando.

A gente curte a festa, mas nunca tira o olho de nenhuma das meninas.
Se alguma delas chega com algum arranhão em casa... O bagulho fica tenso para o nosso lado.

— O melhor de todos chegou, caralho. — Zaki gritou assim que nos viu.

E se é pra falar de problema, O Azaki trouxe o meu problema junto com ele, vulgo Fernanda.

— Quem te contou essa mentira, parceiro? — Nicolas debochou assim que o Zaki encostou.

Os dois trocaram alguns soquinhos e depois deram um abraço rápido.

A Nanda falou com os meninos de boa e quando chegou na minha vez só deu um sorrisinho murcho.

— Bela tá por aqui? — Ela perguntou.

Dei um gole longo na minha bebida e prestei atenção em uma loirinha desconhecida
que dançava timidamente no cantinho perto da mesa de bebidas.

Não esperava ver a Nanda tão cedo, não depois da nossa última conversa, então fiquei no meu canto sem dizer uma palavra.

— Que nada, Bela tá na correria do casamento. — Rico explicou. — Falta uma semana só.

— Mentira, ela não veio porque tá puta comigo. — Nico disse e a galera riu.

Eles entraram num assunto e eu não fiz questão de entender, por isso levantei pra ir curtir com as meninas.
Fernanda me olhou e eu não desviei o olhar, sustentei até sair do seu campo de visão.

Cheguei perto das meninas, que estavam de conversa com o Peixoto e uns amigos dele.

— Silêncio que o assunto chegou. — Maia falou assim que passei o braço esquerdo pelo pescoço dela.

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