07. Mentiroso, você pensou sim.

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José Nicolas

Quintou com gostinho de rolê pós aula, e o rumo certo eu sempre tenho.

Sempre que acaba a última aula de quinta feira a galera se junta no bar do Chico que fica na vila Valadares.
O dono decidiu aposentar e deixou o bar para o sobrinho cuidar, esse bar existe desde quando meus pais e os amigos eram virados do juízo.

— Chegou a atração principal dessa porra. — Falei assim que cheguei na mesa onde estava meus amigos.

— Você é iludido, tá meu lindo? — Isabela falou debochada e eu fui sentar ao lado da mesma. — Renan está vindo.

— Que milagre! Por isso eu notei que o tempo mudou. — Passei o braço pelo pescoço da mesma e a morena riu alto.

— Nicolas, já disse que te odeio muito? — Ela me encarou e eu fiz que sim, arrancando outra risada dela.

— Tu já disse várias vezes e eu te digo que não acredito. — Dei um beijo na bochecha da mesma. — Tá bem?

A Isabela sorriu mais tímida e concordou levemente, mas o semblante brincalhão mudou.
Lucca já passou o papo de que a Bela anda meio...diferente.

— Vai uma loirinha? — Lucca colocou um copo na minha frente e o preencheu com a cerveja aparentemente gelada.

— Porra, eu queria uma loira dessa todos os dias. — Brinquei e o Lucca riu.

Engatamos em um assunto aleatório, bebemos cerveja pra caralho e depois rolou um pagode do bom.

O Enrico ficou na dele como sempre, e vez ou outra participava da conversa.
Ele sempre é mais caladão e na maioria das vezes é mal humorado.


O Renan, noivo da Bela, chegou às nove e meia e como sempre o cara estava todo engomado.
Vestido todo de social, blazer e os caralhos.

Ele é dono de um escritório de advocacia, e tá sempre com essa cara de cuzão no qual vai processar todo mundo.
Na moral? Acho ele um nariz em pé da porra.

— Boa noite, pessoal. — Ele falou ao parar ao lado da Bela. — Veio de carro, Isa?

— Vim de carona com o Lucca, estava esperando por você pra ir me deixar em casa. — A Bela disse e ele apenas concordou. — Não vai sentar?

— Você vai demorar muito? — Ele perguntou e ela olhou o celular por alguns segundos, voltando o olhar para o noivo.

— Duda tá vindo ainda. — Bela falou e ele respirou fundo, mas sentou ao lado da mesma. — Quer uma cerveja?

— Tô tranquilo meu amor, amanhã tenho que sair às sete. — Renan puxou a Isabela pra mais perto dele.

— Gostosa da minha vida! — Ouvimos a voz da Dudinha, que estava vindo toda arrumada.

A Isabela se levantou e as duas trocaram um abraço apertado.

Olhei pra Duda e babei pra caralho nela, sem ter a menor vergonha.
Já tomei vários foras dela, mas olhar não arranca pedaço e ela me deu permissão pra isso.

— Tá babando hein, filho da puta. — Lucca falou e deu um chute leve na minha perna por debaixo da mesa.

— E tem como não babar? Porra, tá muito gata. — Falei.

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