06. Quer acabar com a diversão?

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José Enrico


  O tempo passou se arrastando, mas os meninos animaram um futevôlei e a gente foi jogar na quadra de areia que temos aqui em casa.

  Minha mãe teve um surto e decidiu fazer várias áreas recreativas quando éramos pequenos.
Então nós temos quadra de basquete, quadra de futsal com redes para vôlei e tênis.

   Fora o estúdio que temos dentro de casa, porque tivemos uma época em que aprendemos a tocar uns instrumentos.


Enfim, nesse momento eu cansei de dar um baile nos meninos e fui me sentar onde as meninas estavam ensinando o Andy a jogar uno.

Me sentei entre a Duda e a Victoria e fiquei observando as cartas dela.

— Joga a carta verde, ela não tem. — Soprei pra Vic e ela me beliscou. — Tô te ajudando.

  Eu sempre atrapalho o jogo delas quando as bonitas decidem jogar uno, é muito mais divertido do que jogar.

Comecei a soprar o jogo da Vic pra Duda e aos poucos o caos estava feito.

— Caralho, Enrico! Você só atrapalha. — Bela me bateu com uma almofada.

— Ah mano, você tá zoando comigo. — Victoria me olhou feio quando a Duda ganhou no uno mais uma vez.

— Não fiz nada, vocês que são ruins jogando. — Dei meu melhor sorriso.

— Cara, você é muito falso. — Minha irmã falou puta. O coitado do Andy estava aéreo no assunto e apenas ria.

— Duda aceitou, ela também tem culpa! Sua safada sem vergonha. — Isabela jogou a almofada na Eduarda e a mesma explodiu na gargalhada.

E assim se foi mais uma partida de uno, mas dessa vez até os outros meninos participaram também.


Perdi as contas de quantas partidas foram, mas sei que às onze horas o pessoal estava indo para suas casas, quer dizer, menos o Zaki e a Victoria.

— Praiou amanhã cedo? — Nicolas perguntou antes de entrar no carro dos meus tios.

— Que praia, amanhã eu já disse que você vai me ajudar a montar a bateria do Kauan. — Tio Thiago avisou para o Nicolas.

O Kauan tem dez anos e está aprendendo a tocar bateria, então a tia Sara comprou uma pra ele de presente de aniversário.

— Tinha esquecido! Então a praia fica pra tarde. — Nicolas entrou no carro e baixou o vidro. — Ipanema?

— Depois do almoço a gente se encontra lá. — Demos um toque de mão e logo meu tio acelerou o carro.

  Voltei pra dentro de casa e fui direto para o meu quarto, preciso tomar um bom banho.

Tomei um susto quando vi o Zaki deitado na minha cama e ele riu pra caralho de mim.

— Vaza, pô. — Falei o encarando.

— Pode me explicar o motivo deu ter encontrado a Victoria entrando no teu quarto hoje mais cedo? — Zaki perguntou num tom divertido.

— Ela trouxe o sermão da minha mãe, intrometido do caralho. — Falei rindo só pra desconversar.

— Aham, e eu mandei a Maia vir chamar vocês atoa? — Ele tentou arrancar alguma coisa de mim outra vez.

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