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O treino da equipe brasileira estava intenso

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O treino da equipe brasileira estava intenso. Júlia e suas colegas de equipe estavam concentradas, ajustando os últimos detalhes para as competições. Eu sabia que não seria fácil, mas com dinheiro, portas que pareciam trancadas se abrem.

Cheguei no local de treino com Charlotte ao meu lado, balançando a cabeça em descrença.

— Você tem certeza disso, Nina? — perguntou, a voz carregada de preocupação.

Eu dei uma risada baixa.

— Se é o que eu quero, mana, é o que vai rolar. Tu sabe, com grana, as portas se abrem, e eu tô aqui pra ver aquela princesa. — Falei com confiança, ajeitando meu boné aba reta. Tava calor, então optei por um short de basquete largo, uma regata preta que deixava as tatuagens à mostra — a cruz abaixo do olho esquerdo, as duas lágrimas do lado direito e o símbolo da gangue que marcava minha bochecha. As meias cano alto e os tênis brancos completavam o visual, que fazia algumas pessoas olharem mais do que deviam.

Quando chegamos à entrada do ginásio, o segurança me olhou de cima a baixo. Não era o tipo de lugar onde alguém como eu passaria despercebido. Charlotte trocou algumas palavras rápidas com o homem e, após um cheque gordo, ele se afastou para nos deixar entrar.

— Viu só? Dinheiro resolve, truta — comentei, batendo de leve no ombro de Charlotte, que apenas revirou os olhos.

Dentro do ginásio, o som dos corpos em movimento preenchia o ambiente. A equipe brasileira estava toda ali, e logo meus olhos encontraram Júlia. Ela parecia tão focada, tão dedicada, que por um momento eu quase me senti mal por estar ali para distraí-la.

Quase.

Caminhei em direção ao grupo e, conforme me aproximei, vi que as amigas dela começaram a me notar. Algumas delas, como Rebeca e Lorrane, não pareciam gostar nada da minha presença. De longe, dava para ver os olhares de desconfiança. O que uma garota com tatuagens de gangue e vestida daquele jeito estava fazendo ali?

— Ei, Júlia! — chamei, com um sorriso travesso no rosto. Quando ela se virou e me viu, deu um sorriso, mas parecia surpresa.

— Nina? O que você está fazendo aqui? — Júlia perguntou, limpando o suor da testa e pegando uma garrafa de água.

— Vim te ver treinar, gata. Se tô investindo tempo em você, preciso saber se tu tá com o físico em dia, né? — brinquei, cruzando os braços e me apoiando contra a parede. Meu tom de voz estava descontraído, mas sabia que eu chamava atenção com meu jeito, minhas roupas, minhas tatuagens.

— Investindo? — ela riu, claramente se divertindo com meu jeito exagerado.

As amigas dela estavam mais atrás, cochichando e me encarando com uma cara que eu conhecia bem: proteção. Elas não confiavam em mim, e eu sabia por quê. Com aquelas marcas no rosto, eu não parecia ser do tipo que respeita regras, muito menos do tipo que uma garota como Júlia deveria se aproximar. Mas isso só tornava o jogo mais interessante.

Sᴏɴs ᴅᴀ ᴘᴀɪxᴀ̃ᴏ | ʲᵘˡᶦᵃ ˢᵒᵃʳᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora