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(Narrador)

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(Narrador)

No caminho de volta para casa, o silêncio entre Nina e Julia era pesado. Julia estava tentando decifrar os motivos de Nina para recusar o feat com uma das maiores artistas do mundo. Logo que chegaram na mansão, mal tinham fechado a porta e Julia foi direto ao ponto.

— Então, Nina, me explica. Como você recusa um feat com a Beyoncé? Essa é a chance que todo mundo quer.

Nina suspirou, já sabia que essa pergunta viria, mas não era uma conversa simples.

— Vem cá, Ju. Senta aí. — disse, apontando para o sofá.

Julia se sentou, o olhar fixo em Nina, ansiosa por uma explicação.

— Olha, vou te contar uma parada que você não vai ouvir por aí, beleza? A indústria é cheia de podridão. A Beyoncé, o marido dela, esses dois são mestres no jogo sujo. Derrubam quem se mete no caminho. E, por trás, tem coisa muito pior.

— Pior como? — Julia perguntou, visivelmente tensa.

— Tráfico humano, Ju. Tem muita gente entrando na indústria de boa fé, achando que vai bombar, e acaba virando refém de gente podre. Tem essa tal festa, chamam de “festa branca”. Todo mundo de branco, e aí, meia-noite, começa a sujeira. As pessoas se drogando, sexo com menores, um absurdo. E se tu não aparece, pode esquecer tua carreira. Acabou. — Nina explicou, com os olhos sérios e voz carregada de raiva.

Julia sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Aquilo parecia um pesadelo, algo saído direto de um filme de terror.

— Quem organiza essas festas? — Julia perguntou, quase temendo pela resposta.

— P.D. — disse Nina, secamente, antes de dar uma risadinha amarga. — E eu não quero te meter nisso, então nem vou me alongar. Só que o cara é sujo. Já tentou me aliciar, mas nunca deixei barato.

Julia estava abismada. Ela sabia que a indústria tinha seus lados obscuros, mas jamais imaginou algo desse nível.

— Você... Você já foi a alguma dessas festas? — a voz de Julia saiu quase como um sussurro.

— Nunca. O 50 Cent, desde que comecei, me manteve longe dessas paradas. Ele, o Eminem, a Cardi B e o Dr. Dre. O Dre é um monstro, ele me protegeu do P.D. várias vezes. O cara morre de medo dele. E eu? Eu meti a porrada no P.D. uma vez, numa boate. Fui presa, mas valeu cada segundo. Toquei nele e vi a cara de pavor. — Nina falou, com um sorriso de satisfação.

Julia balançou a cabeça, incrédula. Era muita coisa para processar.

— E por que você ainda tá nessa? Por que não sai? — perguntou, preocupada.

— Porque sair é como assinar uma sentença, Ju. Eu sou rapper, eu sou gangster. Viver nessa indústria é como andar num campo minado. Você nunca sabe onde vai pisar, mas eu aprendi a me equilibrar. Se eu der as costas, eles me derrubam. Se eu fico, mantenho minha influência. E eu uso isso pra proteger quem tá começando.

Sᴏɴs ᴅᴀ ᴘᴀɪxᴀ̃ᴏ | ʲᵘˡᶦᵃ ˢᵒᵃʳᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora