"Você ainda me amaria se eu não tivesse toda essa grana?" Dinheiro, drogas, armas e mulheres - é disso que um rapper precisa para viver, certo? Mas, por trás dessa fachada, existe algo muito mais profundo.
Ela era como um lírio selvagem, delicada e...
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Liliana sobe ao palco, um pouco nervosa e ansiosa. Estar ali novamente é algo que a anima, mas agora a preocupa, por se revelar completamente ao seu perseguidor do passado, enquanto a preocupação com sua filha gira em sua mente.
— Eu queria, primeiro de tudo, dar uma boa noite a todos os presentes e agradecer por essa oportunidade de cantar em um dos dias mais importantes da vida da minha filha e, sem dúvidas, um dos mais preciosos da minha vida! — Ela faz um sinal para a banda, e a música se inicia.
A cada palavra que sai de sua boca, Henrique tem a certeza de que a mulher que ele tanto desejou finalmente está de volta. Aquela voz que ninguém mais teria, o carisma e a sensualidade no palco. A vontade de agarrá-la e prendê-la só para si o consome. Ele não seria tão burro dessa vez; após várias tentativas, não a mataria. Seria apenas uma, e se ela recusasse, ele a teria de qualquer forma. As condições agora são melhores, e aquele quarto que ele planejou por tantos anos está finalmente pronto para eles.
Do outro lado, Tupac o encara com sangue nos olhos, querendo arrancar suas entranhas com as próprias mãos e mandá-lo para o inferno. O olhar nojento de Henrique sobre sua mulher o enfurece de uma forma inexplicável. Enquanto a voz de Liliana ecoa em seus ouvidos, ele se lembra de como eles eram felizes, apesar das brigas. Agora, esse maldito reaparece para estragar a nova chance de felicidade eterna, e ainda por cima é pai do homem por quem sua menininha está apaixonada.
Antes que Liliana termine de cantar, Tupac sai para fumar um cigarro lá fora. Apesar de ter prometido a ela que pararia aos poucos com o vício, o estresse não colabora nem um pouco.
Sua visão se fixa do outro lado da rua, vendo alguém se aproximar aos poucos. A figura logo toma a forma de Quimera, que se materializa completamente à sua frente, com um olhar preocupado.
— Quem é morto sempre aparece, não é? — Tupac diz com certa ironia.
— Digo o mesmo — a mulher apaga o cigarro com um estalar de dedos. — Mas hoje o assunto é sério, meu jovem! — Ela sinaliza para que ele a siga, afastando-se da multidão.
Ambos se afastam o suficiente para que o assunto não seja ouvido por terceiros.
— Diga de uma vez! — Tupac cruza os braços.
— Uma era de felicidade se aproxima, mas uma de tristeza vem junto. Não estou permitida a te contar tudo, mas Liliana é guiada por minha filha, e ela está preocupada. Uma nova vida virá, e outra será tirada. Cuide de sua família, especialmente de sua filha e sua mulher. Fique atento, ciclos se repetirão! — Quimera desaparece, deixando Tupac completamente apavorado.
