Capítulo 4

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Buck acorda sentindo como se tivesse sido atropelado por um trem. Ou melhor, como se tivesse passado a noite tomando doses de tequila até desmaiar e dormir em uma caçamba de lixo. Seu corpo inteiro dói, músculos tensos e pouco cooperativos, sua garganta parece que engoliu uma lixa, a forma como sua cabeça lateja o faz querer usar um picador de gelo para furar o gelo....

Jesus Cristo, que porra é essa?

Quando seu alarme dispara, ele se encolhe e dá tapas cegamente no botão de soneca, enterrando-se mais fundo sob as cobertas. Talvez meia hora depois, chaves tilintam na fechadura e a porta se abre, Maddie voltando do seu turno da noite.

Porra, ele tem que se levantar e se preparar para seu próprio turno.

“Buck?”, ela chama. “Você ainda está aqui?”

Buck se obriga a sentar e esfrega as mãos no rosto.

“Sim,” ele responde, e, caramba, sua voz soa destruída. “Comecei devagar esta manhã. Vou sair do seu pé em alguns minutos.”

“Vou fazer um café. Parece que você poderia usá-lo.”

Vista-se, ele ordena a si mesmo. Vista-se, escove os dentes, tome uma aspirina, vá trabalhar. Não seja um bebê.

E, com muita relutância, e com muito mais esforço do que essas tarefas normalmente exigiriam, Buck o faz.

“Merda, Buck, o que aconteceu com você?” Chim pergunta quando Buck finalmente chega na estação.

Buck congela, ele parece bem, não é? Sim, foi uma manhã difícil e ele ainda se sente um inferno, mas no espelho do banheiro ele parecia apresentável, pelo menos. O que...

Chim agarra a mão de Buck e olha fixamente para as marcas em seu pulso, que, Buck percebe, são iguais no outro lado.

“Você brigou com uma especialista em nós? Policial? Dominatrix? Todos as anteriores?”

"Eu preciso..."

“Eu sei o que você precisa. E você vai conseguir. Mas quando eu decidir.”

Buck luta contra a vontade de tremer com a lembrança quando ela o atinge, assim como ele também luta contra o desejo de arrancar sua mão. Ele não tinha notado as marcas antes, mas agora que ele...

Elas são dele. E do Eddie. E há um buraco estranho se formando em seu estômago com a ideia de qualquer outra pessoa vê-los, qualquer outra pessoa tocá-las.

Buck força uma risada e se afasta lentamente, revirando os ombros para aliviar um pouco a rigidez que voltou nos últimos minutos.

"Eu não transo e saio contando", ele diz enquanto caminha em direção ao vestiário.

"Desde quando?", Chim grita atrás dele e Buck, provocante, mostra o dedo do meio para ele por cima do ombro.

Quando Buck troca de uniforme, ele puxa as mangas para baixo o máximo que pode para cobrir seus pulsos. Depois de um minuto, ele coloca suas luvas para garantir.

O quê? Equipamento de proteção adequado é importante.

O turno é... difícil. Para dizer o mínimo. Talvez o mais difícil que Buck teve desde que ele ainda era um membro probatório. Sua dor de cabeça volta algumas horas depois, uma dor surda atrás dos olhos, e tudo parece mais difícil do que deveria... ele está exausto, sem foco. E toda vez que ele olha para Eddie...

Pisei no aceleradorOnde histórias criam vida. Descubra agora