Capítulo 15

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Buck sente como se estivesse flutuando, o que é estranho, já que ele também não consegue se mover. Ele tenta se lembrar, uma mão na sua, uma voz, estou aqui. Eddie. Eddie, estava preocupado com ele? Preocupado porque...

Por causa da dor.

Ele pode sentir isso correndo por ele como um fantasma, a memória, sua perna...

Os olhos de Buck se abrem e o mundo lentamente entra em foco. E por um segundo selvagem, ele pensa que morreu e foi para o céu, porque ele não sente dor alguma, e a mulher sorrindo para ele é definitivamente um anjo.

Então ele percebe que, embora ela seja um anjo, ela também está muito viva, e ele também. É Carla.

O pânico se instala. Sua-sua perna, sua perna...

Carla o tranquiliza. “Você vai andar de novo.”

Não é com isso que Buck está preocupado. “Ele-ele disse que não sabia se eu algum dia, trabalharia novamente.”

Carla mais uma vez acalma os sentimentos dele. É quase como se fosse o trabalho dela ou algo assim. Então ela muda de assunto. “Ali parece legal.”

…o que?

Ali entra, Maddie atrás dela. Buck reconhece o olhar no rosto de sua irmã. É o mesmo que estava no seu, ele tem certeza, quando a viu no hospital depois de Doug. Eu nunca parei de lutar, ela soluçou, agarrada a ele, e ele gostaria de poder dizer o mesmo, mas ele não sabe. Ele não consegue se lembrar direito. Tudo o que ele sabe é que estava com dor, e ele estava chorando, e Eddie estava segurando sua mão.

Ali é... doce. Ela o beija suavemente e passa os dedos gentilmente em sua bochecha. Mas ela não segura sua mão com força suficiente. E ela não acaricia seu cabelo. Isso... importa. Ele não tem certeza do porquê. Mas... importa.

“Observe que ele não agradeceu a nenhum de nós por estarmos aqui”, brinca Maddie.

“Acho que ele nem sabe que estamos aqui”, brinca Carla.

Maddie inclina a cabeça. “Devemos ir, então?”

“Acho que tem uma máquina de venda automática chamando meu nome.”

Eles desaparecem, e Ali gentilmente pega as mãos dele nas dela. “Como você está se sentindo?”

“Hum. Ok, eu acho? Considerando. Eu, o médico disse que eu poderia não trabalhar, de novo, então. Carla está tentando ser positiva, mas. Ninguém sabe. Então.” Ele dá de ombros, ou tenta, seu corpo ainda não está totalmente online. “Pelo menos eu não a perdi?”

“Ouvi dizer que foi um milagre.” Ali parece grata, mas também… triste. “Você vai tentar e voltar a trabalhar de novo, não é?”

“Por que não?”

Ali olha para a perna dele. “Eu... hum. Desculpe.” Ela enxuga os olhos. “Eu não achei que faríamos isso, aqui. Mas você... eu realmente vi, hoje, como é sua vida. Todo dia. O que poderia acontecer. O que acontece. E eu... você quer voltar a isso.”

“Claro que sim.” Ele não entende o que está acontecendo. “Ser bombeiro é meu sonho, minha vida, é quem eu sou.”

“E eu nunca iria querer que você desistisse do que te faz feliz.” Ali limpa a garganta, funga, se recompõe. “Mas eu não posso viver assim. Não posso. Não posso me preocupar, não posso passar por isso de novo.”

Pisei no aceleradorOnde histórias criam vida. Descubra agora