Pisei no acelerador

Capítulo 11

A mensagem de Bobby diz que Chim foi atacado, estamos no hospital. A mensagem de Bobby dá um endereço. A mensagem de Bobby diz que o ex de Maddie encontrou ela. Acho que Buck poderia usar seu apoio.

A mensagem de Bobby não menciona que Buck está sob custódia policial.

"Que diabos?"

“Ele tentou fazer as coisas do seu jeito”, diz Atena, com um tom misturado com cinco tipos diferentes de desinteresse.

Eddie pode sentir suas sobrancelhas subindo em direção ao cabelo enquanto ela explica. Bem, então. Buck nunca foi de se segurar ou seguir as regras em um bom dia, e quando alguém que ele ama está em perigo...

"Você acha que eu deveria falar com ele?" Ele olha para Bobby. Bobby, que trata Buck como seu próprio filho. Como Eddie pode, o que Eddie poderia dar a Buck que ninguém mais poderia? Eddie não é exatamente alguém especial. Claro, eles são amigos, mas.

Ele não podia dar a Shannon o que ela precisava. Mal conseguia fazer isso por Christopher. Ele quase teve seu filho tirado. Por que ele faria um trabalho melhor do que Bobby, de todas as pessoas, o único cara que sempre sabe o que fazer?

Bobby fica com uma expressão no rosto, como se quisesse dizer uma coisa, mas na verdade vai dizer outra. "Ele vai dizer coisas para você que não vai dizer para mim."

Eddie nem vai se dar ao trabalho de dissecar essa frase enigmática. Ele apenas enfia as mãos nos bolsos e caminha até Buck antes que ele pense muito sobre o que dizer e faça uma bagunça pior.

“Então, essa foi uma jogada ousada.”

"Sim, eu sei." Os olhos de Buck estão vermelhos. Merda. Ele parece a segundos de desmoronar e um monstro horrível e esquelético ganha vida no peito de Eddie. Ele quer tirar o coração de Buck do peito de Buck e puxá-lo cuidadosamente entre suas próprias mãos com garras, para seu próprio peito, embalá-lo e mantê-lo seguro e rosnar para qualquer um que faça Buck parecer tão quebrado quanto ele está agora.

"'O que você estava pensando, Buck?' Eu já ouvi uma bronca da Atena." Buck tenta soar indiferente e não consegue.

Atena e Bobby estão de costas para eles, e Eddie não dá a mínima para o que o policial aleatório que está atrás deles pensa mas, quaisquer que sejam os impulsos que ele esteja sentindo, ele sabe que não pode agir de acordo com eles. Buck tem uma namorada agora. Existem limites.

Eddie dá de ombros, senta-se contra a parede. “Bem, eu sei o que você estava pensando. Eu também tenho irmãs. Ainda não tenho certeza de como você pensou que estava se safando disso, no entanto.”

"Eu não estava preocupado com isso." Claro que não estava. Buck nunca se preocupa consigo mesmo. Um dia isso vai matá-lo e, naquele dia, Eddie encontrará uma maneira de ressuscitar o idiota só para poder matá-lo de novo por sua estupidez.

Buck se inclina para ele, a voz confiante, íntima. Ele consegue sentir o cheiro de Buck, a colônia amadeirada (Buck tem essa estranha correlação entre lenhadores e bombeiros, talvez seja a coisa do machado), o cheiro salgado-almiscarado que é só Buck, sem aditivos e o cheiro pungente de suor. Preocupação. Medo. Deus, Buck está praticamente tremendo com isso.

“Veja, a polícia tem todas essas regras, sabia? Regras que vão fazer com que Maddie seja morta. Mas eu sou um civil. Essas-essas regras, elas não se aplicam a mim, certo?”

Eddie olha para ele. “Então por que você está na prisão do hospital?”

Buck desinfla. “Eu disse a Maddie...” Ele se interrompe. Começa de novo. “Eu disse que ela não precisava continuar fugindo, que ela poderia recomeçar aqui, que ela estaria segura. Que eu a manteria segura.”

“Isso não é culpa sua.”

Buck apenas se inclina para frente, com as mãos sobre os joelhos, parecendo querer dar um soco em si mesmo.

Deus, é tão estúpido, é tão estúpido, mas não precisa ser nada, é só que Buck precisa de conforto, e quem mais vai fazer isso? Ali? Ela não está aqui. Bobby? Não é esse tipo de carinho.

Eddie se estica, segura a nuca de Buck, gentilmente coça o cabelo curto na parte de trás da cabeça. Acaricia, só por alguns segundos. Buck estremece, e por um segundo, Eddie tem certeza de que fez a coisa errada. Mas então, Buck pressiona para cima no toque. Faz o menor ruído ferido no fundo da garganta.

“E se ela tivesse continuado fugindo?” Ele mantém seu toque gentil. Isso é coisa de amigos. Amigos podem fazer isso. Confortar um ao outro assim. E Buck precisa disso, claramente, precisa de uma âncora antes que ele se despedace. “Você acha que ele não a teria encontrado? Só então ela estaria sozinha.”

Buck fecha os olhos, e a mão de Eddie fica imóvel. “Ela está sozinha agora. Com ele.”

Eddie daria literalmente qualquer coisa agora para se inclinar e puxar Buck para si, aconchegar o rosto de Buck em seu pescoço novamente. Isso acalmou Buck da última vez, na caminhonete, o acalmou. Beijar, por mais íntimo e adorável que seja, nem sempre é apropriado para a situação, então ele não faria isso mesmo se Buck fosse solteiro, mas Deus, ele só quer abraçá-lo e ele não consegue, porra.

Atena termina qualquer ligação telefônica que esteja fazendo e se vira. Eddie afasta a mão, parece que ele está lutando contra um ímã e se acomoda. Essa não é a luta dele, por mais que ele queira que seja.

“Falei com o detetive Marks, ele não está feliz com você.”

Buck balbucia. “É, eu-eu sei...”

"Você quebrou a cadeia de custódia, desbloqueou o telefone de Chimney sem a permissão dele, Marks não pode usar nada disso." Pelo menos Atena não parece mais tão puta da vida.

“Desculpa, OK?” Buck está no fim da corda e Eddie se pergunta em quantos problemas ele vai ter com Bobby se ele gritar com Atena para ela parar. “Eu estava tentando ajudar.”

“Okay. Vamos lá. O carro está lá na frente.”

Eddie não consegue se conter. Ele fica tenso.

“Você está me prendendo.” Buck parece incrédulo e derrotado ao mesmo tempo.

“Ainda não.” É um brilho que ele vê nos olhos de Atena? “Mas a noite ainda é uma criança.”

“Acho que sua pequena façanha valeu a pena, afinal”, observa Eddie enquanto Bobby afunda na cadeira ao lado dele.

Bobby cantarola. “Acho que sim.”

O silêncio cai. Não é desconfortável.

Então Bobby diz: "Buck tem sorte de ter você", e se levanta novamente.

Por alguma razão, a falta de um amigo como você e eu parece significativa.

Mas então Bobby pergunta se ele quer um café antes de irem ver Chim de novo, e Eddie o afasta. É sua própria paranoia, sua própria consciência do que ele quer, como ele quer, versus o que ele pode realmente ter, agora que eles terminaram certas partes de sua amizade, e Buck tem uma namorada. Ele está apenas descobrindo que agora que ele sabe como é tocar em Buck... ele não pode deixar de saber.

Mas ele pode se acostumar com isso. Ele se acostumou com muitas coisas. Shannon, por exemplo. Ele definitivamente pode encontrar um jeito de se acostumar com isso.

Eles conseguem salvar Maddie.