VOCÊ MORRERIA POR MIM? (Wade Wilson)

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Enquanto Wade vestia-se, Elena o olhava provocante. Colocou o sinto em volta da calça, e a encarou.

— O que foi? — ele perguntou sorrindo.

— Nada, não posso admirá-lo? — Ela revidou mordendo os lábios.

Ele aproximou-se, beijou de forma demorada sua boca, suas línguas quentes encontrando-se, ela puxando-o novamente, mas ele recuava.

— Melhor eu ir!

Ela o assistiu vestir a camisa, enquanto ela ajeitava sua saia que agora estava moderadamente amassada.

— O que acontece agora? — Indagou preocupada.

— Fique longe, longe de qualquer coisa que a possa conectar diretamente a mim. Nem pense em ligar, eu tentarei ao máximo vir sempre que der, para saber como está, deve estar se sentindo solitária agora que Ashley está viajando.

— Ela disse que virá o mais rápido que der, talvez esse dias . Você me disse quando chegou que me daria respostas.

— Tiraria algumas de suas dúvidas. — Ele corrigiu.

— Me diga, no que está metido, Wade Wilson.

Ele fez careta, como se recusasse a responder. Olhando pausadamente para alguns locais do apartamento. Tentando pensar no que iria responder, ou se devia responder.

— Wade, é esta pergunta, não precisa me explicar mais nada, mas eu exijo que me diga, só assim poderei lhe entender, ajudar você seja lá no que for.

Ele segurou firme sua mão, apontou para o sofá na sala. Sentou-se e a puxou para o seu lado. Suspirou fundo, olhando agora para ela. Ele quis largar sua mão para tentar secá-las, estava suando, agora de nervosismo, mas ela não permitiu, continuou segurando insistentemente.

— Eu conheci um amigo, há uns meses. Ele me ofereceu um trabalho. Eu disse que no momento já tinha, que o dono da oficina era meu amigo e eu estava o ajudando. Ele me disse que poderia pagar o triplo se aceitasse a oferta, eu recusei.
Algumas semanas depois, ele veio até mim, insistindo em que eu aceitasse. Bom, eu estava desempregado, William já havia me despachado dias antes de planejar a viagem.

— E você aceitou!

— Sim. — confirmou. — Eu aceitei, mas … digamos que eu não sabia exatamente sobre o que se tratava. A princípio, eu interpretei como descarregador de mercadorias, funcionário de uma empresa.

— E não era?

— Não exatamente. — curvou a cabeça. — ele estava certo, eu que acabei interpretando errado, a mercadoria era drogas, e a empresa … era uma das gangues mais perigosas da América.

O corpo de Elena gelou, levou as mãos até a boca. Os olhos arregalaram, apenas confirmando o que tanto temia. Era bem pior do que pensava. Algo prendeu seu coração, uma pontada veio querendo lhe arrancar as lágrimas, mas talvez isso só o deixaria ainda mais angustiado. Estava sofrendo, era nítido que ele havia se encrencado, e de qualquer encrenca no mundo, esta era a pior que ele poderia estar envolvido.

— Wade, por quê?

— Não é como pensa … eu tenho passagem pela polícia por pequenos furtos, invasão de propriedade, já parei várias vezes na prisão. Elena, ninguém iria querer um ex presidiário como funcionário. William foi mais que um amigo, um irmão, ainda sabendo de tudo, permitiu que eu estivesse com ele e acima de tudo, confiou em mim.
Eu nunca escondi de ninguém que a relação com minha família não era das melhores, eu precisava de dinheiro, bom, eu consegui.