A água quente do chuveiro escorria sobre a pele clara de Elena, as mãos passeando pelo seu cabelo molhado enquanto a espuma do sabonete descia pelo ralo.
Lá fora, as ruas de Fort Myers eram iluminadas pela luz noturna da lua, que estava mais forte que o comum. E era possível vê-la através da janelinha.
Ela já estava com a toalha envolvida no corpo quando ouviu um som familiar no quarto, era seu celular.
Wade estava deitado em sua cama sem camisa, levantou-se para verificar a ligação.— Wade, quem é? — ela perguntou, então percebeu quando o celular parou de tocar. — Wade? — ela perguntou.
Ela abriu a porta do banheiro, Wade estava do outro lado, segurando o celular nas mãos, olhando atentamente para a tela, com cenho franzido.
— Desligou! — ele disse mostrando o celular para ela.
— Quem era?
— Não sei, o número não tá salvo, quando eu falei desligaram imediatamente. Quem é esse número?
— Eu não sei! — ela respondeu saindo do banheiro.
— Ué, se ligaram é porque têm seu número. Pra quem você anda dando o seu contato, ein?
— Pra ninguém, talvez discaram algum número errado e caiu no meu, acontece as vezes sabia?
— Ah é? Eu não quero que você dê o seu número pra qualquer pessoa! — Wade deitou-se na cama de Elena, enquanto a observava de toalha.
— Tá com ciúmes, é? — provocou abrindo um sorriso.
— Por que? Não posso ficar com ciúmes da minha garota? — ele analisou o seu corpo molhado, ele estava sem camisa, uma bermuda verde escura, e mexia com a corrente no pescoço.
Elena se deu conta que na verdade sabia muito bem quem era o número desconhecido, talvez o mesmo que telefonou mais cedo, Mila. Ao ouvir a voz de Wade certamente não teve coragem de se identificar, obviamente, ela não é nenhuma burra, mas seu receio só se intensificou, agora ela sabia que ele estava com ela, e tinha firmeza em saber que ela mais que nunca a odiaria e a perseguiria, mas enquanto Wade estivesse ao seu lado, Mila não teria coragem nem mesmo de se aproximar.
— O que foi? — ele perguntou.
— O que? Nada! — ela respondeu rapidamente sem pensar.
— Você tá parada aí, olhando pro chão … está com os pensamentos longes, Elena. E o pior é que essa não é a primeira vez que noto você assim. Tem algo te incomodando?
— Não, é só coisas da vida. — ela respondeu. — Wade, posso te perguntar uma coisa? — ela trocou de assunto rapidamente.
— Claro, vem cá! — ele falou, dando tapinhas no colchão para que ela sentasse ao seu lado.
Ele a puxou, deitando-a sobre si com a cabeça molhada em seu peito, passeando com a mão em seu braço.
— Você falou alguma coisa com a Mila hoje? Quero dizer, aquilo que você disse que ia perguntar mais cedo.
— Não, não tive tempo, mas ainda vou dar uma pressão nela.
— Não, por favor! — ela pediu. — esquece ela, tá bem? Vamos deixar ela de lado.
Wade parou por um instante, levantou-se, sentando-se na cama e trazendo ela consigo. Olhou para ela buscando uma resposta em sua expressão, coisa que não estava conseguindo em palavras.
— Elena, eu vou reformular a minha pergunta. Tem alguém te incomodando?
Ela desviou o contato visual. Mas ele segurou seu queixo, insistindo que ela permanecesse olhando para ele.
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VOCÊ MORRERIA POR MIM? (Wade Wilson)
Hayran KurguElena é uma jovem nascida no Brasil, mas logo depois que sua vida mudou, ela se mudou para a Flórida, nos Estados Unidos. Enquanto socializava com um grupo de jovens, ela conhece um homem misterioso que a princípio parece ser apenas uma pessoa comum...