Cap 6 - Dons e Maldições

65 5 0
                                    

MINUTOS DEPOIS DO ATAQUE DE KAREN NO BECO...

APARTAMENTO DA FAMÍLIA GASPAR - NOITE

Karen entra em casa correndo, com a boca e uma parte do rosto suja de sangue. Ela está em pânico, corre para o banheiro e se tranca dentro.

Karen se olha no espelho. Seus olhos estão vermelhos e seus caninos estão alongados. Ela toca o rosto, horrorizada com o que vê. Ela limpa o sangue e confusa com o que fez pois ao mesmo tempo que a deixava horrorizada, lhe dava um prazer, como se tivesse se aliviado de vários dias de fome.

Karen cai de joelhos no chão. Ela está tremendo e chorando. Ela não entende o que está acontecendo com ela. Karen bate na cabeça contra a parede. Ela quer esquecer o que aconteceu, mas não consegue. Lívia chega um pouco depois. Karen esconde o rosto.

LÍVIA: Karen? Tá tudo bem.

KAREN (brava): Tá, o que você quer Lívia?

LÍVIA: Calma, ô. A mamãe tá querendo ver a gente, só isso, recado dado.

Lívia sai e Karen levanta o rosto e percebe que seus dentes caninos estão voltando ao normal e seus olhos estavam voltando a sua cor normal.

NA COZINHA...

Telma está na cozinha a espera das três. Ellen, Lívia e por último Karen entram na cozinha.

TELMA: Hoje mais cedo, eu vi uma coisa que me deixou abismada e assustada mas não decidi falar na hora pra evitar um clima ruim logo de manhã cedo.

LÍVIA: Não fui eu, mãe! Eu estava com o Alex.

ELLEN: Eu também não fui, mãe! Eu estava estudando no meu quarto.

TELMA: Ellen, você tem certez...

KAREN (interrompendo e olhando para o chão): Tá bom, mãe. Foi eu.

TELMA: Você? Mas por quê?

KAREN: Eu... eu tive um pesadelo horrível durante a noite. Acordei suando frio e precisava de um copo de água. Quando cheguei na cozinha, tropecei e quebrei alguns pratos.

TELMA: Um pesadelo? Mas você tá bem?

KAREN: Tô, mãe. Mas foi um pesadelo muito real. Eu ainda estou me sentindo abalada.

TELMA (com um olhar preocupado): Tudo bem, querida. Mas da próxima vez, tenha mais cuidado, por favor.

Karen assente e as três saem.

TELMA (pensativa): Algo está estranho com Karen.

QUARTO DE ROMEU - NOITE

Romeu está em seu quarto, determinado a conhecer e dominar seus poderes mágicos. Ele fecha os olhos e começa a concentrar sua energia

ROMEU: Ok, vamos lá, eu consigo fazer isso.

Ele visualiza em sua mente um pequeno objeto se movendo e tenta replicar isso no mundo real. No entanto, ao abrir os olhos, nada acontece.

ROMEU: Hmm, talvez eu precise me concentrar mais.

Ele tenta novamente, desta vez com mais intensidade, mas em vez de mover o objeto, acaba incendiando uma pequeno abajur velho próximo.

ROMEU: Ai meu Deus, eu não queria isso!

Ele apaga rapidamente o fogo e tenta mais uma vez, focando toda sua força na tentativa. Desta vez, algo acontece, mas não como ele esperava. A mesinha começa a flutuar no ar, assustando Romeu.

ROMEU: Mano...

Ele luta para controlar a mesinha flutuante, mas acaba fazendo com que ela gire rapidamente pelo quarto, derrubando vários objetos no processo

ROMEU: Não, não, não!

Finalmente, depois de um grande esforço, Romeu consegue fazer a mesa voltar ao chão e os objetos pararem de voar.

ROMEU: Ufa, acho que preciso de mais prática do que eu imaginava.

NO DIA SEGUINTE...

APARTAMENTO DA FAMÍLIA GASPAR - MANHÃ

A luz do sol entra pelas janelas, banhando o quarto de Karen em uma luz dourada.

Karen está na cama, deitada de costas, com os olhos fechados.

Ela tenta se levantar, mas a luz do sol a pega nos dedos da mão e a faz voltar para a cama.

Karen geme de dor. Ela sente como se estivesse presa, ela tenta se distrair, mas não consegue.

Tudo o que ela consegue pensar é na dor e na fome. Ela se levanta da cama e vai até a janela cuidadosamente. Ela fecha as cortinas e bloqueia a luz do sol.

Vai ao banheiro e olha para o seu reflexo no espelho. Ela se odeia. Karen sente raiva de si mesma, raiva do mundo, raiva de tudo.

Ela começa a gritar e a chorar. Ela quebra um vaso contra a parede, ela está fora de controle. De repente, Karen se acalma.
Ela sabe que precisa se controlar. Ela precisa encontrar um jeito de viver com sua nova natureza. Mas como? Não sabe.

Ela se senta no chão e chora. Ela se sente sozinha e perdida.

ESCOLA - MANHÃ

Lívia, está no pátio da aula na hora do espetáculo. De repente, uma amiga de Karen, Rosalina aparece.

ROSALINA: Oi Lívia, tá tudo bem?

LÍVIA: Oi, Rosa tudo sim e com você?

ROSALINA: Ah eu vou bem mas só perguntar se não viu a Karen por aí?

Lívia estranha o que escuta pois achava que Karen tinha ido a escola.

LÍVIA: Estranho, achei que ela estava com você.

ROSALINA: Não e fui na turma dela e a professora disse que ela não veio a aula.

Lívia lembra que Karen disse que ia para a escola depois porque ia se encontrar com a Rosa.

LÍVIA (preocupada): Por que a Karen mentiu e matou aula? O que ela tá aprontando?

Lívia decide ir consultar Karen, quando a ver.

HORAS DEPOIS...

RUA - UM POUCO DEPOIS DE MEIO-DIA

Patrick caminha pela rua, distraído com seus pensamentos. De repente, ele tromba com Ruben.

PATRICK: Ouw, me desculpa, foi mal aí.

RUBEN (lembrando): Ah, Eai Patrick! Tudo bem?

PATRICK: Ah, oi, Ruben né? Tudo bem, sim. E você?

RUBEN: Tudo beleza, cara, você apareceu na hora certa.

PATRICK (não entendendo): É? O que foi?

RUBEN: Lembra de você e nossos amigos terem conversado sobre aquela menina, a Karen, e o incidente com os morcegos?

PATRICK (pensativo): Sim... mas por quê?

RUBEN: Pois é. Eu estava pesquisando sobre esses morcegos e provavelmente ela precisa de ajuda.

PATRICK (curioso): Sério? O que você descobriu?

RUBEN (Com um receio de alguém ouvir): Não posso te contar agora. Mas se você quiser saber mais, me encontre no café da esquina às 14h!

PATRICK (hesitante):
Tudo bem, eu acho que dá certo.

Ruben se despede e vai embora. Patrick fica pensativo. Ele está curioso para saber o que Ruben descobriu e o que pode ter acontecido com Karen.

Continua...

Caçadores de Mistérios (AIDREJ)Onde histórias criam vida. Descubra agora