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Emma

Estou entrando no meu quinto mês de gestação, está sendo puxado pra mim.

Tenho que fazer um esforço gigantesco para me levantar da cama para comer, definitivamente estou com depressão.

Não me sinto mãe.

Acho que meus filhos vão me odiar. Já que era pra eu estar super feliz com eles, mas eu só consigo chorar, e ficar na minha escuridão quieta.

Ficar longe da Jenna está acabando comigo. Mas acredito que ela esteja feliz, alguém fotografou ela beijando uma garota no Brasil. Então começou as especificações novamente e todos entenderam que terminamos nosso relacionamento.

- Emma, os bebês estão em uma boa posição. - A médica disse olhando o monitor.

Estou alheia de tudo. Acho que estou vivendo no automático.

- Eles estão bem? - Perguntei baixo.

- Sim, estão perfeitos. Você quer saber o sexo?

- Sim, apesar de não importar muito. São meus filhos, vou amar de qualquer jeito, se for menina ou menino.

- É uma menina e um menino.

- Olha que benção, filha. - Meu pai falou emocionado.

- Por aqui está tudo perfeito.

A médica disse, em seguida limpou minha barriga com o lenço.

- Pode trocar a roupa e depois vai até a minha sala. - Ela falou educada.

Minha mãe e meu pai acompanharam a doutora até a sala dela, e eu fui trocar de roupa.

Está difícil até pra trocar a roupa, minha barriga já está grande e redonda.
Depois de me trocar, fui até a sala.

- Senhores, queria falar a sós com a Emma. - Ela disse aos meus pais.

- Mas tem algum problema?

- Não, senhora Myers. Eu só preciso conversar com a senhorita Emma.

- Tudo bem, vamos esperar lá fora.

Meu pai pegou na mão da minha mãe e saíram da sala.

- Tem algum problema, Doutora Anders.

- Pode me chamar de Gabi, Emma.  Estamos nessas consultas de rotina desde que descobrimos sua gravidez, então acho que não precisa ser tão formal.

- Claro, me desculpe, Gabi.

- Seus bebês estão bem, mas sinceramente, você não está.

- Não entendi.

- Você está com olheiras, cara de cansada, de tristeza e sono. Você não está bem.

- Você se engana, doutora.

- Emma, você comer certinho e tomar os remédios, não vai ajudar seus filhos. Eles podem estar se formando da forma correta, mas você acha que eles não sentem a sua tristeza? Vocês tem um vínculo eterno, tudo que você sente, eles sentem também.

Tentei segurar o choro, mas foi impossível.

- Me sinto péssima. Eu não consigo sentir essa ligação entre mim e eles. E agora posso estar fazendo eles se sentirem mal.

- Ei, se acalma. - Doutora Anders segurou minha mão. - Eu acompanho algumas coisas pela internet e imagino o que você deve estar passando. Mas peço que não fique se cobrando, ou qualquer coisa do tipo. Você é uma garota incrível, Emma.

- Eu me sinto perdida, talvez eu realmente esteja. Não sei como sair disso.

- Por que não conversa com a outra mãe dos bebês, pode ajudar.

- Isso está fora de questão.

- Vou te passar o contato de um amigo, ele é psicólogo e atende a domicílio. Acredito que vai te ajudar. Ele se chama Simón, é totalmente de confiança.

Gabi me entregou o cartão.

- Faça isso por você e pelos seus bebês.

- Obrigada.

- Se não for muito abuso, queria te chamar para tomar um café qualquer dia.

- Não vou sair de casa enquanto não ter os bebês. É tudo sigiloso.

- Ah, tudo bem.

- Se não se incomodar, pode passar na minha casa. A gente toma o café lá.

- Certo.

- Você tem meu número, né? Tipo, você é dona da clínica...

- Tenho sim, relaxa.




✌🏽

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