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Jenna

Porra, isso aqui vai dar uma merda.

Olhei em volta, a mansão estrondava uma música esquisita. Emma sorriu dentro do carro.

- Quero você do meu lado o tempo todo, e se comporta, finge que é educada.

- Educada é minha rôla. - Falei brava descendo do carro.

- Você está bonita, vagabunda não desempregada. - Disse assim que abri a porta do carro pra ela descer.

- Eu não estou bonita. Eu sou bonita. - Pisquei pra ela.

- Você é uma cachorra safada. - Emma deu um tapa no meu braço e eu fiquei sem entender. - Não pisque pra mim, idiota.

- Medo de se apaixonar por mim?

- Jamais, só não quero que você crie expectativas.

- Tadinha.

- Sério, o terno caiu muito bem em você.

- Tá querendo o que?

- Vai se foder.

Travei o carro, e a Emma enlaçou nossos braços.

- Credo, vou ficar doente com você grudando assim em mim. - Falei olhando os adolescentes metidos rindo no gramado.

- Pra você é uma honra ter Emma Myers do seu lado.

- Você é muito iludida. - Dei uma risada. - Pra uma mula sem ferradura, você está até que bonita.

- Eu te demitir.

- Amigaaa. - Joy apareceu abraçou a Emma. - Jenna motorista, você tá gata.

- Obrigada, senhorita Joy.

- Senhorita nada. Não quer aproveitar minha última noite nessa cidade? - Ela perguntou me dando uma piscadela.

- Minha motorista não está disponível, Joy. Cadê as meninas, sua safada? - Emma perguntou.

- Hunter está lá dentro dando um amasso no Guille. E a Naomi beijando um garoto qualquer. Vamos, a festa está incrível.

Fomos para dentro da casa, isso está uma zona.

Por que adolescentes são tão deprimentes?

Ok, eu sou um ano mais velha que eles. Mas tenho mais juízo que todos eles juntos.

Todo canto dessa casa tem bebida, eu até beberia, mas estou a trabalho.

- Jenna, aqui na cozinha tem salgadinhos, e petiscos, fica a vontade.

- Vagabundo, fica aí, vou dar uma volta. - Emma pegou na mão da Joy e saiu.

Peguei um copo limpo em cima do balcão, coloquei refrigerante, e peguei Doritos, comecei a comer sem me importar.

Emma nem me esperou jantar. Ela que se lasque, vou ficar aqui comendo besteiras.

Foi passando o tempo, e eu fui andando pela casa. Adolescentes bêbados, beijando e transando por todo lugar, meu pai amado.

A batida estridente de uma música brasileira. Sim, eu entendo português. Meu pai era brasileiro, e minha mãe nasceu aqui em Nova Iorque. Então minha mãe sempre me ensinou a falar português, para me comunicar com alguns parentes que moram no Brasil.

Tão vulgar as músicas da Luísa Sonza. O que tem de vulgar, tem de boa...

Porém depende, tem algumas em ritmos lentos, são bonitas. Todas dela são boas, mas essa que está tocando é bem "fogosa".

Luísa e Marshmello, interessante.

Todo mundo dançando desengonçado no ritmo certo da música.

Bota minha calcinha de lado?

Tá de sacanagem Luísa?

Parei de julgar as coisas, e meu olhos foram direto pra Emma beijando o garoto da escola, o tal Wil.

Na real, esse garoto tá muito pra frente com as mãos atrevidas.

Andei até eles e segurei a Emma pelo braço.

- Não vim pra essa festa, pra você ficar tri louca e sair distribuindo saliva.

- Você de novo, garota? - O menino falou meio bravo.

- Eu de novo, Will Smith. - Falei empurrando o ombro dele.

- Meu nome não é Will S...

- Não te perguntei, vaza garoto.

- Isso tudo é ciúmes? - Emma me olhou rindo.

Ela já está bêbada.

- Emma, você está bêbada e aquele cara estava se aproveitando da situação.

- Minhas amigas vão embora. - Ela fez uma cara triste.

- Amiga, tequila. - Joy e Naomi gritaram e arrastaram a Emma.

- Merda, eu odeio esse trabalho. - Falei indo atrás delas.

Vi uma rodinha de amigos com um copinho de tequila na mão.

- Arriba... abajo... - Eles diziam mexendo o copinho. - Al centro y adentro.

Viraram a tequila.

- A última das meninas com a gente. - Hunter falou emocionado.

- Para com isso, vamos visitar vocês pelo menos uma vez no mês. - Naomi falou.

Típico de meninas ricas que podem gastar a vontade.

Eu fiquei vigiando a Emma mais um tempo...

Olhei no relógio e já vai dar duas da manhã.

- Emma, vamos? - Falei chegando perto dela. - Já é quase duas da manhã.

- Agora que está ficando bom. - Emma enlaçou os braços no meu pescoço. - Você tá muito bonita, vira-lata.

- Eu preciso dormir, vou ter que acordar às 6 para ir trabalhar.

- Vamos ficar mais.

- Não vamos coisa nenhuma. Você tem dezessete anos, e tá chapada pra caralho. Você vai comigo querendo ou não.

Segurei a mão da Emma e sai arrastando.

- A-amiga, sequestro. - Joy gritou bêbada. - Vou salvar você.

- S-socorro, Hunter. Essa ogra está me sequestrando. - Emma falou totalmente errado. - Amigas, vou sentir saudade. Te amo, vocês.

Dei uma gargalhada pelo jeito errado que ela falou.

Fomos até o carro, coloquei ela no banco da frente, arrumei o cinto de segurança, depois fui para o banco do motorista. Liguei o carro e sai desse antro de perdição.

- O-ogra, não posso chegar bêbada em casa. - Emma falou quase cochilando. - Papai, vai ficar d-decepcionado.

- Que triste né. - Falei sem olhar pra ela.

- Por favor. Quero vomitar.

- Tudo bem, eu te levo pra minha casa. Mas envia uma mensagem pra sua mãe, dizendo que vai dormir na casa de uma amiga, sei lá.

Emma mexeu no celular, creio que deve estar enviando a mensagem.

- Pronto.

- Eu deveria ter cobrado uma 3 mil dólares. - Reclamei.

- Não tô bem, vira-lata.

- Bem feito, toma mais cachaça pra melhorar.

Emma dormiu na metade do caminho, e como prometido, levei ela pra minha casa.

Meu desprazer for ter que colocar ela pra dormir na minha cama.
Vou ter que dividir cama com essa patricinha metida.


Vocês tão deixando de comentar. Eu vou deixar de atualizar.

Até mais, não sei quando volto...

✌🏽

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