Dia 15 de janeiro 7:47
Já se passaram 11 dias desde a morte do garoto, tudo o que eu tenho são essas cartas e um suspeito sob vigilância, o assassino se calou, se é Virgílio, cada dia que passa isso prova mais sua culpa, caso não seja, o assassino deve estar apenas caçando mais uma vítima, o dia ainda está nublado, o tempo está muito ruim nesses últimos meses, Miguel e Gabriela voltaram para a própria casa, Gabriela resolveu fazer terapia enquanto Miguel se afunda no caso.
Fiz uma análise da investigação e me atentei aos fatos.
Matheus Cavalcante foi assassinado às 2:45 da madrugada do dia 4 de janeiro de 2024, numa quinta feira chuvosa, coincidentemente, também era o dia de seu aniversário.
O assassinato ocorreu no segundo andar da casa onde se encontra o quarto do garoto, o assassino entrou pela janela, o que significa que ele escalou 8 metros em menos de 20 segundos para não correr riscos de ser visto por alguma testemunha.
A arma do crime foi uma faca do exército modelo IA2, também chamada de faça da selva, havia uma pegada de lama no quarto, o modelo registrado é de uma bota do exército coturno modelo 1990, o tamanho da bota era algo em torno de 39 e o assassino deve ter uma altura em torno de 1,70.
O assassino deixou uma caixa embalada com papel de cor vermelha usado para presentes, dentro da caixa havia fotos da família em momentos descontraídos, havia também a faca usada no crime com o sangue do garoto ainda na lâmina.
Investigando uma lista de suspeitos e ex militares pude chegar até o principal suspeito do crime, Gustavo Virgílio, os outros suspeitos foram descartados por falta de prova e motivo.
Deixei o meu escritório e desci até a cafeteria do outro lado da rua, me alimentei com um sanduíche e um café preto enquanto esperava impaciente a ligação de John informando que conseguiu prender o suspeito e que o caso acabara.
Entretanto para meu descontentamento o meu telefone começa a tocar de um número desconhecido, normalmente eu desligaria, mas por algum motivo eu resolvi atender, a pessoa do outro lado da ligação possuía uma voz alterada, ela dizia.
"Ouça e não fale nada detetive, eu assassinei Alexandre Costa de 67 anos as 2:13 dessa madrugada enquanto ele voltava para casa bêbado depois de ser expulso do Bar Anjos de Guerra, utilizei uma faca de cozinha e deixei um presente para você, divirta-se detetive."
Mais uma vez este homem psicótico entrou em contato comigo, sua voz na ligação era alterada, entretanto ela não parecia nem um pouco "natural", acredito que ele utilizou de uma IA para gravar o áudio e passar durante a ligação.
Peguei meu carro e fui até a rota do bar a procura do tal assassinato, no meio do caminho John liga para mim.
"Detetive venha agora na rua Lyra próximo ao lote vazio, mais um homicídio ocorreu, se apresse!"
Ele desligou, aparentemente ele estava dirigindo também enquanto estava na ligação, fui o mais rápido possível até o local e já pude ver toda a área cercada pelos carros de polícia e fitas amarelas dizendo "cena de crime, não ultrapasse." John chegou na mesma hora e juntos fomos ver o corpo.
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O Aniversário Vermelho
Mystery / ThrillerUm detetive de uma cidade sucumbindo à corrupção e a violência acaba tendo que investigar uma série de assassinatos envolvendo os aniversários de suas vítimas.