O Aniversário Vermelho

Vingança? II

"Mas que porra detetive, isso significa que aquele tal de Virgílio é inocente?" Perguntou John enquanto segurava seu chapéu de policial.

"Ainda não podemos o descartar, devemos analisar os fatos, mas temo que sim, acredito que possamos estar longe do assassino ainda" Respondi enquanto me aproximava do corpo.

O corpo de Alexandre Costa estava jogado em um terreno baldio longe dos olhos de testemunhas, seu corpo estava em uma posição não natural e havia uma pequena cerca de madeira quebrada, o que indicava que ele foi jogado pelo assassino ali.

Alexandre possui uma pele branca e cabelos grisalhos com uma falta de cabelo na região do topo, usava roupas claras e tinha uma ferida de corte no mesmo local em que Matheus foi assassinado, seu rosto tinha uma expressão de medo com os olhos abertos, possuía alguns outros hematomas e arranhões que provavelmente conseguiu após ser jogado no local, entretanto havia um corte em sua mão que indicava que ele tentou agarrar a faca do criminoso.

Ao lado do corpo estava lá, a marca registrada do infame assassino, uma caixa de presentes de cor vermelha, ela estava um pouco molhada pelo sereno da madrugada, dentro dela havia fotos da vítima em momentos descontraídos, igual ao que tinha na caixa de Matheus, havia também sua arma usada no crime, uma faca chef de cozinha de cabo preto manchada com o sangue da vítima.

O assassinato ocorreu nessa madrugada, não tinha testemunhas perto e nada mais que pudesse me levar ao assassino, pedi a John que me desse o histórico do homem morto enquanto eu olhei ao redor.

"Você conseguiu ver algo aí detetive? Claramente esse é o sujeito que matou o garoto!" Diz John ao se encostar em uma parede branca ao meu lado.

"Analisando o ambiente pude concluir que o assassino abordou a vítima e teve um breve diálogo, a vítima tentou se defender segurando a lâmina da faca com a mão mas pelo seu estado bêbado e o provável treino militar do criminoso, o assassino conseguiu facilmente o matar sem muitas dificuldades." Disse para John.

"Impressionante!" Exclamou John.

"Mas como você descobriu que eles tiveram um diálogo?"

"O corte que o matou foi na medula espinhal e o golpe foi dado por trás, entretanto um golpe nessa região iria matar a vítima instantaneamente, não dando tempo para ela agarrar a faca" respondi enquanto olhava para a cerca no chão.

"Tem uma pequena cerca de madeira quebrada próximo ao corpo, indicando que o assassino o jogou com bastante força em cima daquela pequena cerca." Continuei minha fala.

"Eles já se conheciam?" Perguntou John.

"Analisando esses fatos pude concluir que esse assassinato foi diferente, ele tinha alguma conexão com a vítima, ele foi mais agressivo e até chegou a ter uma breve conversa com a vítima, algo me diz que isso pode ser algum tipo de vingança." Falei enquanto me levantava.

"Incrível detetive, sua dedução é sempre impressionante!" Disse John.

"Nós vamos chamar o Miguel também?" Perguntou John.

"Irei avisar ele mais tarde, me arrume o histórico da vítima, e também o histórico do atual suspeito, talvez possamos ter dois assassinos agindo juntos mas acho improvável" me retirei do local e retornei ao meu escritório.