Quando escutei isso, um pequeno arrepio passou pelo meu corpo, era como se o próprio Jack o estripador estivesse contando seus crimes a algum policial a paisana.
"Quando você saiu, deixou sua farda, botas, arma e faca lá?" Perguntou John.
"Deixei minha farda e minha pistola sim, mas a faca e as botas eu continuei, embora minha faca desapareceu a pouco tempo." Respondeu ele.
"Mas que porra, é você seu cretino!" Gritou Miguel enquanto segurava Virgílio pela camisa, John teve que o afastar.
Enquanto tudo isso ocorria eu andei pela casa do Virgílio e pude encontrar alguns dados interessantes, a bota usada no crime, uma série de livros de casos criminais, livros literários de investigação como "Sherlock Holmes" e um potinho de remédios vazio, aparentemente estava vazio a algum tempo pois já tinha poeira nele, tudo isso estava no quarto do sujeito, seu quarto fedia a mofo e tinha várias roupas sujas jogadas no chão.
Ele era de fato o mais suspeito de ter cometido o homicídio, entretanto ainda precisamos de mais provas para o prender de vez.
Fui até a sala onde eles estavam e chamei Miguel para o lado de fora, porém antes de sair, uma fala desse sujeito foi o bastante para que eu ficasse em total alerta.
"Espero que encontre o seu Moriarty detetive, não quero nenhum assassino nessas ruas, já tem criminosos demais por aqui!"
Aquela fala me deixou totalmente em alerta em relação a esse sujeito, entretanto não havia muita coisa que pudesse ser feita no momento.
Levei Miguel para o lado de fora e expliquei meu plano.
"Vamos deixá-lo em paz por um momento, iremos manter vigilância nele, não temos provas o suficiente para o prender, acalme a cabeça homem, estamos perto de prender o assassino!"
Miguel fica um pouco mais calmo e decide confiar em mim.
Eu chamei John e nós fomos embora, porém John alertou aos policiais para colocar agentes à paisana no local para supervisionar o suspeito.
Algumas horas se passou e o velório finalmente aconteceu, o clima novamente estava nublado com risco de chuva e as caras tristes das pessoas a minha volta fez aqueles pensamentos voltarem novamente, os pensamentos de que foi apenas um homem violento que fez isso, um homem qualquer que tava afim de matar, pensar nisso me entristece, não fiquei muito tempo no velório, disse a Miguel que iria continuar a investigação e o aconselhei a ficar perto da esposa por ora.
O dia estava chegando ao fim, tínhamos feito um excelente avanço e agora tínhamos um alvo, embora eu ainda tenha minhas dúvidas sobre esse sujeito, eu poderia finalmente relaxar enquanto outros agentes o mantinham sob vigilância, bom, era isso que eu imaginava.
Chegando em meu escritório, outra vez tive o infeliz prazer de ver mais uma carta em minha mesa, era em um envelope igual com os mesmos padrões, na carta tinha escrito.
"Meus parabéns detetive, está se saindo muito bem, mas está muito longe de me encontrar, eu o vi detetive, na casa dos suspeitos, também vi quando aqueles policiais a paisana ficaram próximos a casa do Virgílio, você é um homem esperto, mas eu sou mais, vamos lá Sherlock, se esforce mais, capture o seu Moriarty!
Ass: O Aniversariante"
A dúvida entrou em minha cabeça agora, não tinha como o Virgílio me enviar essa carta antes de irmos na casa dele, também não tinha como ele saber dos policiais a paisana, mais uma vez sinto que estou em um beco sem saída, um beco onde estou encurralado por essa figura criminosa e astuta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Aniversário Vermelho
Misteri / ThrillerUm detetive de uma cidade sucumbindo à corrupção e a violência acaba tendo que investigar uma série de assassinatos envolvendo os aniversários de suas vítimas.