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"Ashton acorda!" Holly encostou os seus lábios macios junto aos meus ouvidos, fazendo a sua voz doce ecoar dentro deles. Abri os olhos com dificuldade, tentando adaptar-me à luz que iluminava o quarto. Provavelmente já me encontrava atrasado para o trabalho, mas a minha cabeça latejava da ressaca da noite anterior. A melhor ideia era meter baixa e passar o resto do meu dia com Holly.

Deixei rolar o meu corpo para o outro lado do colchão, na tentativa de puxar Holly para perto de mim, mas esta levantou-se da cama e desapareceu no fundo do corredor.

"Vou fazer café, se quiseres levanta-te e vem buscar." aquela rapariga por vezes punha-me louco, mas tenho que admitir que gostava da maneira de como ela me fazia sentir.

A minha cabeça caiu na almofada como sinal de cansaço. Trabalhar de manhã, ter aulas à tarde e fazer festa quase todas as noites estava a provar não ser a melhor das ideias que eu poderia ter.

A figura elegante de uma Holly vestida na minha camisa saltitou entre as paredes do corredor, fazendo-me levantar a cabeça novamente. Trazia nas suas mãos uma chávena com café fumegante, que rapidamente fez o meu corpo reagir.

Encostei-me na cabeceira da cama, deixando um espaço entre as minhas pernas para que Holly se pudesse sentar. A chávena que as suas mãos seguravam passou lentamente por baixo do meu nariz, permitindo-me inalar o forte cheiro do café. De seguida, num ato rápido mas suficientemente lento para não se entornar o conteúdo da chávena, Holly retirou-a debaixo da mira do olhar e bebeu todo o café de seguida.

"Sua falsa! Não podes fazer isso!" prendi o seu corpo com as minhas mãos, fazendo-a gargalhar.

"Eu avisei-te." a sua voz brincalhona encheu os meus ouvidos, quase como que obrigando-me a beijá-la carinhosamente.

***

"Peço imensa desculpa não ter vindo ontem." os olhos do meu patrão percorriam freneticamente o espaço entre mim e os seus documentos. "Posso fazer horas extra este fim de semana se for preciso."

Os seus olhos pararam o seu movimento frenético e fixaram-se em mim.

"Não irá ser necessário. Mas certifique-se que traz o adestado médico amanhã." dito isto voltou a fixar os seus olhos na volumosa pilha de papel que se encontrava em cima da sua secretária.

Aquele emprego não era nada de especial. Só tinha que fazer pequenos trabalhos no estúdio, que só me ocupava metade da manhã e me deixava a tarde livre para os estudos. Ganhava dinheiro suficiente para pagar a renda da casa e as mercearias, porque os meus pais pagavam a faculdade.

Passei o resto da manhã sentado na minha secretária, a inserir os dados de visitas e de despesas. Recebi umas quantas mensagens de Holly, a informar que não poderia encontrar-se comigo naquela noite. Nada a que eu não estivesse habituado, pois ela tinha a sua agenda social sempre preenchida, não restando tempo para passar as noites em minha casa.

O final do dia chegou rapidamente. Saí apressadamente da escola, tinha três episódios do House em atraso para ver. Eu não tinha carro, apanhava sempre transportes públicos para ir a qualquer lugar. Andava já há muito tempo a poupar para comprar o meu próprio carro, mas o dinheiro andia não provava ser o suficiente.

Depois de apanhar o 28, ainda me faltavam pelo menos 10 minutos para chegar à minha rua. Coloquei os phones do meu iPod nos ouvidos, escolhendo o último álbum dos All Time Low para ouvir no caminho para casa. O volume da música fazia com que eu não prestasse muita atenção ao que me rodeava, mas eu já percorrera aquelas ruas inúmeras vezes.

Porém houve uma coisa que me chamou à atenção. Num dos passeios de calçada, uma rapariga tocava na sua guitarra velha e cantava numa voz rouca mas melodiosa. Tirei os phones dos meus ouvidos, de modo a conseguir ouvi-la com mais clareza. Atravessei a rua, aproximando-me um pouco mais dela.

Os seus dedos desgastados escorregavam nas cordas da guitarra, enquanto os seus cabelos negros e despenteados cobriam a maior parte da sua cara. A seu lado estava um chapeu coçado, com algumas moedas a preencher o seu fundo. Levei a minha mão ao bolso para retirar algumas para dar à rapariga, colocando-as depois dentro do chapéu.

Ela ergueu ligeiramente o seu olhar, fixando os seus olhos verdes escuros nos meus. Pensei que ela fosse esboçar um sorriso em sinal de agradecimento, mas a rapariga apenas fixou o olhar de novo nas cordas da guitarra e continuou a cantar.

***

Quarta-feira passou também rapidamente. Não recebera notícias de Holly durante toda a tarde, mas sabia que ela na noite seguinte estaria comigo, por isso não me preocupei muito com a situação.

Estava de novo a percorrer as mesmas ruas, desta vez num passo um pouco mais apressado, pois tinha curiosidade em saber se a rapariga da guitarra ainda se encontrava na calçada. Provavelmente não, pensei. Mas os acordes da guitarra começaram a fazer ouvir-se, levando-me até ela. Theraphy. A música que ela tocava era a minha música preferida.

Fiquei parado em pé no meio da rua, especado a olhar para ela e absorto na música que tocava. Só quando ela acabou de tocar e que eu me apercebi. Os seus dedos estavam em sangue e, por baixo do seu cabelo negro, um hematoma cobria as sua face pálida.

Agachei-me a seu lado, retirando a guitarra das suas mãos. Com o meu casaco limpei as pontas dos seus dedos, onde escorriam gotas de sangue. A rapariga olhou para mim e retirou as suas mãos das minha num movimento brusco, fazendo-me agarrar no seu pulso e puxá-la de novo para mim. Ao puxar pelo seu braço, a manga da camisola velha deslizou para trás, deixando visíveis marcas recentes de agulha. Larguei-lhe o pulso e levantei-me, antes de ela olhar fixamente para mim com olhar de desdém.

As drogas é que a transformavam assim naquela rapariga agressiva, pensei para mim. Provavelmente o hematoma na cara era devido a uma rixa qualquer em que ela se envolvera e os dedos desgastados das cordas da guitarra. Talvez até seria uma rapariga simpática por detrás daquelas toxinas todas que circulavam no seu sangue.

Antes de me ir embora, aproximei-me de novo dela, conseguindo da parte dela mais um olhar desdenhoso.

Estendi-lhe a minha mão e simplesmente disse:

"Deixa-me ajudar-te"

***

hellooo

im so so so so so so so so so sorry por ter demorado tanto tempo a serio desculpem x1000

aqui vai o primeiro capitulo, nao sei s preferem capitulos grandes (1000-2000 palavras) ou capítulos pequenos (500-800 palavras) por isso agradecia a vossa opinião

eu sei que provavelmente ninguem tem paciencia para ler a authors note mas se leram thanks it means a lot <3 se gostaram votem//comentem plz

-triz x

homeless {a.i.}Onde histórias criam vida. Descubra agora