É Só Um Neném

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Um odor horrível entrou em meu nariz, provocando uma careta involuntária em meu rosto.

Percy segurou minha mão, puxando-me para nos esconder entre as grandes rochas que estavam no terreno. A névoa era tão densa que nossos próprios pés desapareciam de nossa vista. A sensação de estar envolta naquela escuridão sufocante provocava um calafrio em minha espinha.

- Não é o Kansas - Percy murmurou ao meu lado, seu tom misturando-se com a bruma opressiva que nos cercava.

- Óbvio que não é o Kansas, idiota - eu respondi confusa com a comparação

- Concentre-se - Annabeth interveio, voltando-se para nós com sua habitual seriedade. - Deixamos o Kansas para trás há alguns dias

-Sim, eu sei, é que... esquece - murmurou, desviando o olhar.

- Pessoal, acho que sei quem é... - Grover disse nervoso, apertando sua bolinha vermelha com força para conter a ansiedade que o consumia.

Olhamos para frente, e logo identifiquei sobre quem Grover falava.

-Aquele é Caronte, o barqueiro - Informei aos outros quatro, que me ouviram uma pontada de excitação na minha voz - Ele está conduzindo os recém-chegados pelo Rio Estige. Minha mãe costumava me contar histórias sobre o Mundo Inferior... - Justifiquei, sentindo um arrepio percorrer minha espinha ao relembrar as lendas sombrias que ecoavam em minha mente desde a infância - Então, se ele está levando as almas por ali... o portão principal deve estar próximo.

-Vamos tentar chegar lá primeiro - Concordou Annabeth, endossando minha sugestão.

- Tá - Grover murmurou, colocando-se de pé com um misto de medo e coragem, e nós o seguimos, o coração batendo descompassado diante da cena que se desenrolava diante de nós.

Caminhamos juntos, saindo da segurança das rochas e avançando em direção ao grupo de almas que Caronte guiava ao longo do Estige.

Ao nos aproximarmos, percebemos uma fila extensa de pessoas, que se misturavam à névoa densa que envolvia o local.

passo nos levando mais fundo na escuridão insondável do Mundo Inferior. Olhei para o grupo, ponderando sobre como passaríamos pela multidão, quando Percy pareceu captar minha dúvida e me puxou para furar a fila, seguido de perto por Tyler, Annabeth e Grover, todos juntos em nossa pequena expedição.

Enquanto avançávamos, um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente. Minha mãe havia partido, mas seria possível encontrar sua alma neste lugar? Em qual parte do submundo ela estaria vagando? Questões sem respostas ecoavam em minha mente, alimentando uma angústia crescente.

- Isso não parece certo. -Grover murmurou, visivelmente incomodado com a ideia de furar a fila.

- Só tolos esperam na fila Groover - eu disse

- Deveria passar uns dias em Nova York comigo, Grover. Você aprenderia muitas coisas interessantes - Percy completou brincando com o sátiro

Paramos abruptamente ao depararmos com um homem envolto em um manto escuro, uma figura que não deixava dúvidas: era Caronte, o barqueiro dos mortos. Senti um arrepio percorrer minha espinha ao sentir a aura sombria que emanava dele.

- Vocês não morreram - Ele declarou de forma afirmativa, seus olhos fixos em nós. Engoli em seco, trocando um olhar incerto com Percy, que parecia tão perdido quanto eu diante da situação.

- Na verdade... todos nós estamos morrendo, de alguma forma.- Percy respondeu, e eu arqueei uma sobrancelha, surpresa com sua resposta

- Vocês não pagaram para cruzar - Caronte disse, abrindo a corrente para nos permitir sair da fila.

The Prophecy - Percy JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora