Entre olhares e sentimentos || Lee Minho.

O Peso Da Decisão

     || Entre Olhares e Sentimentos ||

Alguns dias haviam se passado desde que Kwon Amelie e Lee Minho decidiram que era melhor seguir como amigos, apesar dos sentimentos que ainda pairavam entre eles. As turnês de Stray Kids estavam cada vez mais intensas, e o grupo mal tinha tempo para respirar. Mesmo assim, os momentos entre Amelie e Minho continuavam cheios de trocas de olhares e toques casuais, lembrando-os da conexão que ambos tentavam ignorar.

Numa noite tranquila em Seul, após mais um show exaustivo, Minho e Amelie escaparam do barulho dos outros membros e se dirigiram ao telhado do hotel onde estavam hospedados.

Minho apoiou-se na grade, olhando para a cidade iluminada abaixo.
— Eu sempre venho aqui quando preciso de um tempo para pensar — disse ele, a voz suave na noite.

Amelie se aproximou, cruzando os braços contra o frio.
— E sobre o que está pensando agora?

Minho ficou em silêncio por um momento, e então respondeu:
— Você. Nós. Essa coisa que ainda está entre nós, mesmo que a gente tenha decidido ser apenas amigos.

Amelie olhou para ele, surpresa pela honestidade.
— Você ainda pensa nisso?

Ele riu baixinho, sem tirar os olhos da vista.
— Como eu poderia não pensar? Cada vez que você ri, cada vez que segura minha mão sem perceber, sinto que a decisão de ficarmos só como amigos foi... um erro.

O coração de Amelie apertou. Ela sabia que também sentia o mesmo, mas estava com medo de complicar a vida que haviam construído juntos, tanto no grupo quanto na amizade.
— Minho, eu... Não sei o que dizer.

Ele se virou para encará-la, o olhar sério.
— Eu não estou pedindo que você decida agora. Só estou dizendo que... estou cansado de fingir. Quando olho para você, não vejo apenas uma amiga. Eu vejo alguém com quem eu quero compartilhar mais do que só momentos casuais.

Amelie desviou o olhar, sentindo o peso das palavras dele.
— Mas e o grupo? E tudo o que construímos juntos? Temos uma vida pública e... e se isso acabar estragando tudo?

Minho deu um passo à frente, parando próximo a ela. Ele levantou o queixo dela gentilmente, forçando-a a olhá-lo nos olhos.
— Não precisa ser complicado. Só quero saber se você também sente isso. Não precisamos resolver tudo agora.

Amelie respirou fundo, sentindo o calor da mão dele em seu rosto.
— Minho, eu também sinto. Sempre senti. Mas eu tenho tanto medo de perder você.

Minho sorriu, de um jeito carinhoso, e baixou a mão.
— Você nunca vai me perder. Eu prometo.

Antes que pudessem dizer mais alguma coisa, o som de passos na escada os interrompeu. Era Bang Chan, que subia ao telhado com uma expressão preocupada.
— Estava procurando vocês dois. Está tudo bem?

Amelie rapidamente se afastou de Minho, tentando esconder o que havia acontecido.
— Sim, só estávamos conversando.

Bang Chan arqueou uma sobrancelha, notando a tensão no ar, mas não disse nada diretamente.
— Bom, estamos todos no lobby. Se quiserem descer, a comida já chegou.

Minho assentiu, mas antes de seguir Chan de volta, ele deu uma última olhada para Amelie, seu olhar dizendo mais do que qualquer palavra poderia. Amelie sentiu o peso daquela troca de olhares, mas o momento foi interrompido.

Nos dias que se seguiram, as coisas continuaram como sempre, mas com uma tensão crescente. Os outros membros notaram a diferença, principalmente Han e Hyunjin, que estavam sempre atentos às interações entre Minho e Amelie.

Certa tarde, após um ensaio puxado, Han puxou Amelie para um canto, com um sorriso travesso.
— Eu sei que tem algo acontecendo entre você e Minho.

Amelie tentou disfarçar, rindo.
— O que você está falando? Somos apenas amigos.

Han cruzou os braços, desconfiado.
— Amelie, por favor. Eu vejo como vocês se olham. Se acham que ninguém notou, estão enganados. E honestamente... vocês ficariam bem juntos.

Ela suspirou, sentindo a pressão aumentar.
— Não é tão simples assim. Temos o grupo, as expectativas... não quero arriscar.

Han a olhou com mais seriedade do que o normal.
— Às vezes, vale a pena arriscar. Eu só acho que você deveria ser honesta com o que sente, tanto com ele quanto consigo mesma.

Naquela noite, Amelie estava sentada no estúdio sozinha, mexendo nas notas de uma nova música que estava escrevendo. Minho entrou silenciosamente, sentando-se ao lado dela.

Eles ficaram em silêncio por um momento antes que ele falasse.
— Estava pensando no que dissemos no telhado.

Amelie olhou para ele, com uma expressão de dúvida.
— Eu também... mas ainda não sei o que fazer.

Minho pegou a mão dela de leve, os dedos acariciando os dela.
— Não precisa decidir agora. Só quero que você saiba que estou aqui, esperando. Seja o que for que você decidir, eu vou respeitar.

Ela sorriu suavemente, sentindo-se aliviada pela paciência e compreensão dele.
— Obrigada, Minho. Eu prometo que vou pensar nisso com cuidado.

Eles permaneceram ali, lado a lado, sem dizer mais nada. Às vezes, o silêncio entre eles falava mais do que qualquer conversa poderia. Minho estava disposto a esperar, e Amelie sabia que a decisão que precisava tomar mudaria o rumo da relação deles para sempre.

O futuro era incerto, mas uma coisa era clara: os sentimentos entre eles eram verdadeiros, e em algum momento, Amelie teria que decidir se estava pronta para deixar o medo de lado e seguir o que o coração já sabia há muito tempo.