Fragilidade.

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||  Entre olhares e sentimentos  ||

Os dias que se seguiram foram tranquilos, como se a decisão de Amelie e Minho tivesse acalmado as águas turbulentas de seus corações. No entanto, ambos sabiam que aquele momento de paz era apenas o começo de um caminho repleto de desafios.

Era uma tarde ensolarada, e o grupo estava ensaiando no estúdio. Bang Chan estava focado na coreografia, repetindo os passos mais complexos com os outros membros. Minho e Amelie, apesar da intimidade recém-descoberta, mantinham o profissionalismo impecável. Mas os olhares, mesmo discretos, denunciavam a conexão que compartilhavam.

Hyunjin, com seu olhar sempre afiado, percebeu o clima. Ele se aproximou de Amelie durante uma pausa e sussurrou, com um sorriso de canto de boca:
— Vocês dois estão agindo muito bem, mas quem conhece de perto percebe. Cuidado para não deixar a situação escapar.

Amelie riu suavemente, tentando parecer despreocupada.
— Obrigada pelo aviso, Hyunjin. Estamos tentando ser discretos.

Ele assentiu, antes de voltar ao ensaio. Mas no fundo, Amelie sabia que essa discrição seria cada vez mais difícil de manter.

Naquela noite, após mais uma sessão intensa de ensaios, todos estavam exaustos. A tensão que o novo comeback trazia era visível em cada rosto, e Minho sentia a pressão. Ele sabia que, apesar de todo o cuidado que ele e Amelie estavam tomando, sua mente não estava completamente focada como deveria estar. E isso o preocupava.

Minho se levantou e foi até a varanda do dormitório, onde o ar fresco da noite o ajudava a clarear os pensamentos. Estava escuro e silencioso, um contraste com o turbilhão dentro dele. Enquanto olhava para a cidade iluminada, ouviu passos atrás de si.

Era Amelie.
— Está tudo bem? — ela perguntou, com a voz suave e preocupada.

Minho deu de ombros, ainda olhando para o horizonte.
— Não sei. Eu... tenho pensado muito sobre como tudo isso pode nos afetar. E o grupo.

Amelie se aproximou, ficando ao lado dele. O vento fresco mexia levemente nos cabelos dela, e Minho sentiu sua presença tranquilizadora.
— Eu também pensei muito nisso. E sei que pode ser complicado. Mas a gente decidiu juntos que enfrentaríamos tudo isso, não foi?

Ele suspirou, finalmente olhando para ela.
— Sim, foi o que decidimos. Mas é difícil não sentir a pressão. Às vezes, parece que estou falhando com os meninos, com o grupo...

Amelie balançou a cabeça, segurando sua mão.
— Você não está falhando, Minho. Se tem algo que todos sabemos é que você dá o seu melhor, sempre. Eles te respeitam demais para pensar o contrário.

Minho sorriu de leve, ainda incerto.
— Eu só não quero que isso entre a gente seja algo que possa nos atrapalhar no futuro. Eu gosto de você, Amelie, muito... e é por isso que às vezes me pergunto se estamos prontos para isso agora.

Amelie ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre suas palavras.
— Talvez nunca haja o "momento perfeito". Talvez a vida seja sobre arriscar, mesmo com medo. Eu não quero desistir de nós só porque as coisas parecem incertas agora.

Minho apertou a mão dela, apreciando a sinceridade em sua voz.
— Você tem razão. Mas eu também preciso de um tempo para colocar minhas prioridades em ordem. Isso não significa que estou desistindo, só... preciso respirar um pouco, focar no que está acontecendo com o grupo.

Amelie assentiu, entendendo o que ele queria dizer.
— Tudo bem, Minho. Eu entendo. Nós podemos dar um passo atrás, sem pressa. O importante é que estamos nisso juntos, e eu estarei aqui quando você estiver pronto para continuar.

Minho a olhou, grato por sua compreensão.
— Obrigado, Amelie. Eu só... preciso de um pouco de tempo para organizar tudo. Isso não muda o que sinto.

Nos dias seguintes, Minho se jogou de cabeça nos ensaios. Ele estava determinado a mostrar que ainda era o Minho dedicado de sempre, capaz de manter o foco no grupo e em sua música. Enquanto isso, Amelie também se concentrou no trabalho, mas sempre trocava olhares com Minho, como se dissessem um ao outro que aquilo era apenas uma pausa temporária.

Felix, sempre atento às sutilezas, notou a mudança. Durante uma pausa nos ensaios, ele se sentou ao lado de Minho e, com um sorriso caloroso, perguntou:
— Vocês dois estão bem, não estão?

Minho, que estava distraído com uma garrafa d'água, olhou para Felix e sorriu levemente.
— Estamos sim. Só decidimos dar um passo atrás. O trabalho tem sido pesado, e eu queria focar mais nisso agora.

Felix assentiu, respeitando a decisão do amigo.
— Eu entendo. Vocês têm uma conexão incrível, e às vezes, essas pausas são necessárias. Mas não deixe o medo te impedir de seguir com isso quando estiver pronto.

Minho deu um leve sorriso, apreciando o conselho.
— Obrigado, Felix. Eu realmente não quero perder isso, só preciso de tempo.

Do outro lado do estúdio, Amelie estava conversando com Seungmin e Han, tentando não pensar muito na distância que ela e Minho haviam acordado.
— Está tudo bem com você e Minho? — Han perguntou, curioso, mas com o tom cuidadoso que sempre usava quando falava de sentimentos.

Amelie sorriu suavemente.
— Está, sim. Só estamos em um momento mais calmo. Com todo o estresse dos ensaios e o comeback, decidimos focar nisso primeiro.

Seungmin assentiu, lançando um olhar pensativo.
— Às vezes, esses momentos de pausa são importantes para colocar as coisas em perspectiva. Não se preocupe, tudo se ajeita.

Naquela noite, de volta ao dormitório, Amelie estava sentada na varanda novamente, sozinha. As luzes da cidade de Seul piscavam à distância, e o ar fresco da noite trazia uma certa paz. Mas, no fundo, ela sabia que ainda havia uma parte de si que se sentia vulnerável. Ela queria acreditar que a decisão de dar um passo atrás era a certa, mas também não conseguia evitar o medo de que isso pudesse afastá-los de vez.

Quando Minho apareceu na porta da varanda, ela não ficou surpresa. Ele sempre sabia quando ela precisava de companhia.
— Posso me sentar com você? — ele perguntou suavemente.

Amelie deu um sorriso pequeno e assentiu.
— Claro.

Minho se sentou ao lado dela, ambos em silêncio por um momento, ouvindo o som distante da cidade.
— Eu sei que isso é difícil — ele disse, finalmente quebrando o silêncio. — Para mim também é. Mas eu acho que estamos fazendo a coisa certa por agora.

Amelie olhou para ele, sentindo o peso daquelas palavras.
— Eu sei, Minho. E, honestamente, eu concordo. Mas às vezes fico com medo de que, se formos devagar demais, isso possa nos afastar.

Ele balançou a cabeça, virando-se para olhá-la nos olhos.
— Não vamos deixar isso acontecer. Eu prometo.

Ela sorriu levemente, sentindo-se um pouco mais segura com a promessa dele.
— Tudo bem. Eu confio em você.

E ali, sentados na varanda, sob o céu noturno de Seul, Amelie e Minho compartilharam um momento de paz. Não era o fim, nem o começo — era apenas um intervalo, um momento necessário para se reequilibrar antes de seguir em frente.

Entre olhares e sentimentos || Lee Minho.Onde histórias criam vida. Descubra agora