Entre olhares e sentimentos || Lee Minho.

Encruzilhada.

|| Entre Olhares e Sentimentos ||

O silêncio no estúdio, onde Amelie e Minho ficaram lado a lado na noite anterior, ainda pesava na mente dela. Cada vez que pensava nos olhares trocados, nas palavras ditas com tanto cuidado, seu coração batia mais forte. Estava presa entre o medo de estragar tudo e a sensação inegável de que Minho era alguém com quem ela queria voltar a compartilhar algo mais profundo.

Os dias no dormitório estavam intensos. Com o novo álbum chegando, os ensaios eram mais longos e as noites mais curtas. No entanto, apesar da correria, o clima entre Amelie e Minho permanecia delicado, como uma linha prestes a ser quebrada.

Certa manhã, após uma gravação intensa, Minho decidiu agir. Ele sabia que, enquanto Amelie continuasse evitando o que estava entre eles, ele precisaria ser aquele a tomar a iniciativa. Observando os outros membros rindo e conversando no refeitório, ele percebeu que essa conversa precisava ser privada.

Minho se aproximou de Amelie, que estava sentada ao lado de Felix, ambos conversando sobre a coreografia nova.
— Amelie, podemos conversar um pouco? — perguntou Minho, interrompendo suavemente.

Amelie o olhou por um segundo, sentindo seu coração acelerar.
— Claro.

Felix deu um sorriso discreto, percebendo o clima entre os dois.
— Vou deixar vocês a sós.

Os dois caminharam em silêncio até a área comum do dormitório, onde a luz suave do entardecer atravessava as janelas. Minho se encostou à parede, cruzando os braços enquanto olhava para ela.

— Eu não posso mais ignorar isso, Amelie. O que quer que seja que estamos tentando esconder, está nos corroendo. — A voz de Minho era baixa, mas carregada de emoção. — Amelie mordeu o lábio, lutando para organizar seus pensamentos.
— Minho, eu sei... Mas é difícil. Temos tanto a perder. Se algo der errado...

Ele interrompeu, dando um passo à frente.

— Se algo der errado, nós resolvemos. Eu sei que é arriscado, mas a gente já passou por tanta coisa juntos. Você confia em mim, não confia?

Amelie assentiu, sem hesitar.
— Claro que confio.

Minho segurou a mão dela, apertando levemente.
— Então confia nisso também. Não estou dizendo que temos que começar um relacionamento agora, mas precisamos ser honestos. Se estamos sentindo algo, precisamos encarar. —Amelie respirou fundo. — Eu sinto, Minho. Eu sinto isso há muito tempo. Mas cada vez que tento imaginar o que poderíamos ser, fico apavorada.

Minho a olhou com ternura, seus olhos escuros buscando os dela.

— Eu também sinto medo, Amelie. Mas eu prefiro enfrentar isso ao seu lado do que ficar fingindo que está tudo bem. E se decidirmos juntos, não tem como dar errado.

Amelie olhou para o chão, tentando processar as palavras dele. Havia tanta coisa em jogo. E se as coisas desmoronassem? E se eles perdessem a amizade? Mas, no fundo, ela sabia que Minho estava certo. Ela não podia continuar ignorando o que sentia. Antes que pudesse responder, a porta da sala se abriu abruptamente. Hyunjin entrou, sem perceber o clima.

— Ei, vocês dois estão aqui! Chan está pedindo para irmos ao estúdio. Tem uma reunião sobre as gravações de amanhã.

Minho suspirou, soltando a mão de Amelie devagar.
— Claro, estamos indo.

Hyunjin, percebendo a expressão séria no rosto de Minho, arqueou uma sobrancelha.

— Algo errado?

Amelie rapidamente sorriu, tentando disfarçar a tensão. — Nada, estamos indo.

Assim que Hyunjin saiu, Minho deu um último olhar para Amelie.

— Isso ainda não acabou. A gente precisa resolver isso, mas no nosso tempo.

Amelie assentiu, sentindo o peso daquela promessa.

— Eu sei, Minho. Vamos resolver.

Mais tarde naquela noite, enquanto todos os membros estavam no estúdio finalizando os detalhes para a gravação, Bang Chan notou a distração de Amelie e Minho. Eles se olhavam de vez em quando, como se algo estivesse acontecendo abaixo da superfície.

Chan se aproximou de Minho quando Amelie se afastou por um momento, tentando entender a situação.

— Você parece distante. O que tá rolando?

Minho suspirou, cruzando os braços.

— Chan, eu e Amelie... estamos passando por um momento complicado. Tem algo entre a gente, mas não sabemos como lidar.

Chan assentiu, compreensivo.
— Eu imaginei. Vocês têm uma dinâmica que vai além de amizade. Mas, Minho, seja cuidadoso. Esses sentimentos são fortes, mas as complicações podem ser maiores. Já pensou no que pode acontecer se vocês seguirem esse caminho? Minho olhou para o líder com seriedade.

— Sim, pensei. Mas também pensei no que pode acontecer se eu continuar fingindo que nada está acontecendo.

Chan sorriu de forma suave, reconhecendo a maturidade do amigo.

— Seja como for, eu apoio vocês. Só tenham certeza de que estão prontos para enfrentar qualquer consequência, seja boa ou ruim.

Minho assentiu, agradecido.
— Eu estou pronto. Só não sei se ela está.

Na manhã seguinte, após mais uma sessão de gravação, Amelie e Minho finalmente tiveram um momento a sós novamente.

Minho decidiu que seria agora ou nunca. Eles estavam no jardim do prédio da JYP, em um canto tranquilo. O barulho da cidade soava ao longe, mas ali, naquele pequeno refúgio, parecia que o mundo estava suspenso.

Ele se aproximou de Amelie mais uma vez, determinado.

— Eu não vou mais pressionar, mas você precisa saber... Eu quero que a gente siga em frente. Não podemos mais ficar nesse limbo. Se você ainda não está pronta, eu entendo, mas eu preciso de uma resposta.

Amelie olhou para ele, seus olhos marejados pela pressão de tantos sentimentos reprimidos.

— Minho, eu quero isso. Eu quero tentar. Mas você tem que me prometer que, se tudo desmoronar, nossa amizade vai sobreviver.

Minho sorriu, aliviado, pegando as mãos dela com delicadeza.

— Eu prometo, Amelie. Nossa amizade é forte demais para qualquer coisa. Vamos superar tudo.

Com um pequeno sorriso nos lábios, Amelie deu o primeiro passo. Finalmente, depois de tanto tempo, ela estava pronta para enfrentar o que sentia.