Entre olhares e sentimentos || Lee Minho.

Um novo começo.

||  Entre Olhares e Sentimentos  ||

Os dias seguintes ao acordo silencioso entre Minho e Amelie trouxeram uma leveza inesperada. As trocas de olhares continuavam, mas agora tinham um novo significado. Não havia mais incertezas entre eles sobre o que sentiam. O que os deixava tensos era o futuro — como isso afetaria o grupo e, mais importante, como os outros reagiriam.

Era uma tarde tranquila no dormitório, e Minho estava sentado no sofá da sala de estar, mexendo no celular. Amelie estava na cozinha com Seungmin e Jeongin, preparando um lanche para todos.

Jeongin percebeu como os dois estavam mais próximos ultimamente.
— O que está acontecendo com vocês dois? — ele perguntou, lançando um olhar brincalhão para Amelie.

Amelie tentou disfarçar, rindo.
— O que você quer dizer com isso? Somos amigos, como sempre.

Seungmin riu, mas sua voz tinha um tom de provocação.
— Só amigos? Você esquece que conhecemos vocês há anos. Não somos bobos.

Amelie mordeu o lábio, percebendo que não conseguiria manter o segredo por muito tempo.

Enquanto isso, na sala, Felix se jogou no sofá ao lado de Minho, curioso.
— Minho-hyung, você e Amelie têm algo a dizer, não têm?

Minho olhou para Felix, surpreso com a abordagem direta, mas suspirou.
— Está tão óbvio assim?

Felix deu um pequeno sorriso.
— Um pouco. Todo mundo está comentando sobre como vocês estão mais... conectados ultimamente. Não estamos reclamando, só curiosos.

Minho olhou para Amelie, que estava rindo de algo que Jeongin disse na cozinha.
— Eu e Amelie decidimos... tentar. Nós vamos ver onde isso nos leva, mas não queremos apressar nada ou complicar a dinâmica do grupo.

Felix sorriu, genuinamente feliz.
— Isso é incrível, hyung. Se vocês dois estão felizes, nós também estamos. Só tenham certeza de que isso não vai atrapalhar as coisas.

Minho assentiu.
— Eu sei. Esse é o nosso maior medo. Mas eu não podia continuar ignorando o que sentia por ela.

Mais tarde, naquela mesma noite, todos estavam reunidos na sala, relaxando após um dia exaustivo de ensaios. Han, sempre observador, lançou um olhar suspeito para Minho e Amelie, que estavam sentados um ao lado do outro no sofá.
— Ok, ok, eu preciso perguntar. Vocês dois estão juntos ou o quê? Porque essa tensão está me matando.

Amelie e Minho trocaram um olhar, e Amelie suspirou, percebendo que não poderiam esconder mais.
— Estamos... tentando ver o que acontece, Han. Não queríamos que fosse algo grande, pelo menos por enquanto.

Han sorriu largo, batendo palmas.
— Eu sabia! Finalmente, hein? Isso já estava rolando há muito tempo.

Hyunjin, que estava jogado no chão ao lado de Chan, riu.
— Cara, era tão óbvio. Vocês não conseguem esconder nada.

Bang Chan, sempre o mais calmo, sorriu de leve.
— Só espero que vocês estejam prontos para lidar com as consequências. Mas se isso é algo que faz vocês felizes, então têm o nosso apoio.

Minho assentiu, aliviado por ver a aceitação dos amigos.
— Obrigado, gente. Isso é importante para nós, e saber que vocês entendem faz tudo ser mais fácil.

Amelie sorriu, sentindo um peso sair de seus ombros. A tensão que sentia sobre como o grupo reagiria havia desaparecido. Eles eram mais do que apenas amigos — eram uma família.

Jeongin, sempre o mais brincalhão, balançou a cabeça.
— Eu ainda não acredito que demorei tanto para perceber. Eu sou péssimo em notar essas coisas.

Seungmin riu e deu um tapinha nas costas de Jeongin.
— É, você é o mais novo, vamos te dar um desconto.

A noite seguiu com mais brincadeiras e risadas. A dinâmica do grupo parecia intocada, e isso tranquilizou Amelie. Talvez, afinal, eles conseguissem equilibrar essa nova fase com o compromisso que tinham como grupo.

Mais tarde naquela semana, Minho e Amelie decidiram ter uma conversa mais séria, longe da bagunça do dormitório. Eles escolheram ir a um café tranquilo no centro de Seul, onde poderiam falar sem interrupções.

Minho segurou a xícara de café com as duas mãos, o olhar fixo na espuma.
— Amelie, agora que todo mundo sabe, eu sinto que podemos finalmente ser honestos um com o outro... e com nós mesmos.

Amelie o observou, sentindo o nervosismo dele.
— Sim, é verdade. Mas você ainda tem alguma dúvida sobre o que estamos fazendo?

Minho balançou a cabeça.
— Não é que eu tenha dúvidas, só... não quero que isso nos prejudique. Sei que já falamos sobre isso, mas agora que as coisas estão claras para os outros, sinto que temos uma responsabilidade maior.

Amelie sorriu suavemente, segurando a mão dele sobre a mesa.
— Minho, eu confio em você. E confio em nós. Não vou dizer que vai ser fácil, mas... acho que a gente pode passar por isso juntos.

Ele sorriu de volta, relaxando com o toque dela.
— Eu também acredito nisso. Estou feliz por termos dado esse passo.

Amelie deu um pequeno suspiro de alívio.
— Sabe, eu estava com tanto medo no começo. Medo de que isso pudesse complicar nossa amizade ou até mesmo o grupo. Mas agora que estamos sendo honestos... sinto que tudo vai ficar bem.

Minho olhou para ela com uma ternura que só ela conhecia.
— Eu sempre disse que estaria ao seu lado, não importa o que acontecesse. Agora isso é mais verdade do que nunca.

Os dias passavam, e a relação entre Amelie e Minho florescia, ainda que discreta. Eles eram cuidadosos em público, sabendo que o mundo ao redor deles sempre estava observando, mas no conforto do grupo e do cotidiano, eram apenas eles mesmos.

Minho, em um raro momento de introspecção com Felix, enquanto caminhavam após um longo dia de gravações, confessou algo que há tempos segurava.
— Sabe, Felix... eu nunca pensei que sentiria algo tão forte por alguém assim, especialmente dentro do grupo.

Felix sorriu, olhando para o amigo.
— Minho, isso é raro e bonito. O que vocês têm é algo especial. Não deixe o medo te impedir de viver isso.

Minho assentiu, sabendo que Felix tinha razão. O futuro ainda era incerto, mas uma coisa era clara: ele e Amelie estavam prontos para enfrentar tudo juntos. E, com o apoio dos amigos, sabiam que nada poderia impedi-los de seguir o que sentiam — por mais desafiador que fosse o caminho.