Cap. 16

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oioioioi....

outro capitulo para vocês...

boa leitura....

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Emergir após você ter quase se afogado te faz sentir aliviado, exasperado, inquieto, feliz e ao mesmo tempo desesperado. Sua respiração se descontrola e seu pulso acelera inexplicavelmente. Era exatamente assim que S/n se sentia, como se quase houvesse se afogado.

Camila era seu mar.

Os lábios quentes sobre os seus não a deixavam pensar, só sabia de algo: Precisava de mais e foi com tal pensamento que apenas permitiu a passagem da língua da menor, vibrando internamente com o contato. Não era um beijo qualquer, era Camila ali. Camila Cabello. Ela não podia acreditar naquilo, não conseguia cair sua ficha de que beijava a garota que...

Ela vetou seus pensamentos quando a menor chupou seu lábio inferior e enfiou as duas mãos por dentro de sua camisa, arranhando as unhas curtas em sua pele, causando a inflamação de todo seu corpo. Camila voltou a aprofundar o beijo e S/n a puxou mais para si, levando uma de suas mãos até os cabelos da nuca da menor e a enfiando ali, os puxando de leve, sentindo a textura sedosa dos fios entre seus dedos enquanto suas línguas se encontravam em um perfeito encaixe.

Camila arfou contra sua boca e apertou sua cintura, tentando juntar ainda mais os corpos, como se os tentasse fundir.

-- Detentas! -- A voz firme e ríspida de uma das guardas fez elas separarem as bocas, sem se afastarem totalmente. -- Aqui não é lugar para isso. -- Ambas assentiram, se afastando de vez uma da outra.

-- Não deveríamos ter feito isso. – S/n, que possuía seu lábio ligeiramente avermelhado, falou e Camila negou com a cabeça.

-- Claro que deveríamos. -- Disse, sem se importar com o fato de pouco tempo atrás ter pensado que deveria tentar não se apaixonar por S/n.

-- Você tem problemas de interpretação? – A maior perguntou. -- Lena disse para você não encarar e você me encarou; eu disse para não se aproximar e você vive criando conversas íntimas; agora digo que não deveríamos e você diz que sim.

-- Não tenho problemas de interpretação. Apenas sei formar opinião própria. -- Camila rebateu e S/n suspirou, indo em direção à sua cela.

-- Pare de me seguir, Camila! -- Pediu.

-- Só quando me disser por que não deveríamos. – Falou, S/n entrou em sua cela, subindo em sua cama e se virando para a parede. Camila suspirou e se encostou na parede de frente para o beliche. -- Eu não sabia que te incomodava tanto assim. Desculpe.

-- Não faça isso.

-- Isso o quê? – A menor pergunta, S/n se virou para ela.

-- Esse drama todo, me mostrando que estou reagindo exageradamente. – Explicou, Camila a fitou, sorrindo fraco antes de assentir e se deitar em sua cama. O silêncio perturbador fez S/n suspirar. -- Camila?

Silêncio.

-- Camila?

-- O que é? – Perguntou, S/n se equilibrou em seu peito, olhando para a cama de baixo.

-- Está brava comigo? – Quis saber, Camila negou. -- Então por que não me respondeu de primeira?

-- Não faz sentido as discussões idiotas que temos. Você é um maldito ponto de interrogação que fica no final de toda frase minha. -- Camila disse encarando-a, vendo os olhos verdes refletirem um lampejo de tristeza.

-- Desculpe. – Murmurou, ela se surpreendeu. -- Só há perguntas que para a minha proteção eu devo manter as respostas para mim. – S/n falou. -- Eu ainda tenho mais dois anos aqui, preciso manter meu foco.

-- Bem, se a minha advogada não for eficiente o suficiente eu ainda tenho vinte e dois, então boa sorte com seus dois anos. -- Camila disse e S/n mordeu seu lábio inferior, descendo da cama de cima.

-- O que fez para pegar tanto? – A maior perguntou curiosamente, Camila foi para o canto de sua cama, esticando a mão para S/n.

S/n encarou sua mão com hesitação, até finalmente segurá-la, sentindo a menor lhe puxar para seu lado. S/n respirou fundo, sentindo o cheiro do condicionador de Camila impregnado no travesseiro.

-- Não fiz nada, mas fui acusada do assassinato do meu irmão e de ter tentado assassinar minha mãe. -- Falou, vendo S/n arregalar os olhos completamente surpresa. -- Eu não fiz isso, eu juro, mas sei que você não vai acreditar em mim. -- Camila disse, brincando com a bainha de sua camisa.

Ela se surpreendeu quando sentiu S/n acariciar seu rosto, fitando-a com seu olhar carregado de afeto.

-- Você poderá pegar uma boa grana quando processar esses babacas do Estado, uh? – S/n perguntou e Camila assentiu ainda cética.

-- Você vai acreditar que sou inocente assim... fácil? – Perguntou, S/n assentiu.

-- Já acreditei. – A maior disse sorrindo de lado e Camila se virou para ela.

-- Eu não vou perder meu tempo processando eles. – Falou, S/n franziu o cenho.

-- Por que não? -- Indagou sem jamais deixar de acariciar o rosto da menor, que suspirou ante ao toque gentil.

-- Porque eu quero viver minha vida, desfrutar das coisas que eu não dava valor antes, sabe? -- Camila perguntou. -- Não quero ficar enfurnada em uma sala o dia todo diante de uma pilha de papéis. Quero ir no parque central e me deitar sobre o gramado enquanto admiro os pássaros no céu e sinto o ar fresco acariciar minha pele.

-- O futuro amor de sua vida poderia estar junto e ambos poderiam alimentar os patos. – S/n disse, Camila sorriu, assentindo.

-- Me soaria um bom lugar para eu dizer que a amo. – Diz, e S/n suspirou. -- Uma pena nada disso existir. -- Falou desanimada, S/n assentiu.

-- Mas você tem chances de ser feliz quando sair daqui, sabe? Viver, receber de bom tudo o que já ofereceu a este mundo. – A maior diz. Camila subiu seu olhar, analisando meticulosamente cada palavra que S/n havia dito.

-- Por que sempre fala como se eu tivesse sido uma heroína lá fora? -- Camila pergunta e S/n negou, parando sua carícia.

-- Nada. -- Respondeu baixando seu olhar. -- Se sua advogada conseguir sua inocência você sai em quanto tempo?

-- Cinco meses e duas semanas. – Responde, S/n assentiu, fitando os lábios tão atrativos da menor.

-- Acho que mudei de ideia sobre nos beijarmos. -- Ela sussurrou e Camila a olhou cheia de expectativa. -- Mas me prometa que não fará tantas perguntas.

-- Não posso prometer isso. -- Camila disse, umedecendo seus lábios. -- Mas gostei da ideia de voltarmos a nos beijar loucamente. -- Diz sorrindo maliciosa, fazendo S/n ri. -- Por que mudou de ideia? -- Indagou curiosa e a maior suspirou, passando um braço por seu corpo, a abraçando.

-- Porque sei que será inocentada e, bem, acho que eu gostaria de aproveitar o pouco que vou ter de você. – S/n confessou ruborizando. Camila sentiu um arrepio cortar sua espinha. Quanto mais tempo passava, mais encantadora S/n se tornava aos seus olhos.

-- Então pode aproveitar bastante. -- Sussurrou, levando uma mão até a nuca de S/n para então arrastar as unhas ali, vendo um novo brilho nascer nos olhos da maior.

Ela gemeu quando sentiu S/n beijá-la e então a menor a puxou mais para cima de si. Aparentemente os próximos meses não seriam nada ruins trancafiada ali com a maior.

Entretanto, de alguma forma, incomodava se imaginar saindo daquele presídio e deixar S/n para trás. Ela espantou seus pensamentos ao ver o rumo que estavam tomando. Focaria no "agora" e, bem, o "agora" possuía a língua de S/n se encontrando com a sua enquanto sua mão direita adentrava sua camisa para acariciar diretamente sua pele.

É, o "agora" era bem atrativo. 

Presa por Acaso (Adaptação Camila/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora