Presa por Acaso (Adaptação Camila/You)

Cap. 24

oioioioioi...

boa leitura...

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Os olhos verdes fitaram Camila por longos minutos, vendo que a menor sequer se movia. S/n decidiu se aproximar dela, se deitando sobre a cama, ao seu lado, antes de tentar a comunicação.

-- Hey... -- A voz rouca soou docemente atrás da menor e um braço circundou sua cintura. -- Não fique chateada comigo. – S/n pediu e Camila torceu a boca, se virando para ela lentamente.

-- Não estou. -- Ela disse, fitando as orbes esverdeadas.

-- Então por que ficou assim? – S/n indagou e ela a abraçou, se encostando mais em seu corpo.

-- É que havíamos compartilhado algo... nosso. -- Camila disse envergonhada. -- E eu me senti tão bem, mas aí a realidade dos segredos e mistérios bateu em minha porta cedo demais. -- Confessou e S/n assentiu, decidida a ceder mais um pouco.

-- Se eu te contar a segunda vez que nossas vidas se cruzaram eu ainda poderei dormir abraçadinha com você? – S/n perguntou e os olhos curiosos de Camila encontraram os seus.

-- Sim. -- Ela respondeu, se aconchegando nos braços de S/n antes de sentir a maior puxar o cobertor para cobri-las.

-- Desta vez precisarei ir mais a fundo em alguns detalhes.

-- Quanto mais fundo melhor. -- Camila disse, ouvindo S/n rir alto ao ouvir aquilo, só então caiu em percepção do que havia dito. -- Hey, eu não disse com malícia! -- Falou rindo e a mais velha assentiu.

-- Certo, desculpe. -- Ela disse iniciando uma carícia leve e mansa no braço da menor. -- Dessa vez tudo começou em um funeral. – S/n fala, fazendo Camila erguer o rosto para ela com preocupação.

-- Já não sei se quero ouvir. -- Camila diz e S/n depositou um beijo na ponta de seu nariz.

-- Então eu não falo. -- Falou e Camila negou rapidamente.

-- Não, por favor... -- Ela insistiu e S/n riu, assentindo.

-- Bem, eu tinha uns dezoito anos e ainda precisava muito, muito, muito mesmo de dinheiro... Um dia vi na televisão que um empresário muito conhecido e importante havia falecido... – S/n começou. -- Eu sequer me importei em gravar o nome dele, o que havia chamado a minha atenção era o local do enterro. Era perto de onde eu estava e era aberto ao público.

-- O enterro do meu pai foi assim. -- Camila cortou e S/n a fitou, levando uma mão até seu rosto para acariciar a região.

-- Naquele dia eu decidi investir todo o dinheiro que eu tinha em flores. – S/n confessou. -- Comprei de todos os tipos e passei horas fazendo arranjos e buquês. Peguei todas as flores e as embrulhei em um enorme tapete, com cuidado para não danificá-las e, uh, as levei para o enterro do homem para vendê-las. -- Disse, analisando a ruga que se formava no rosto de Camila. -- Chegando lá eu te vi. -- Camila paralisou, ligando os pontos.

-- Era... você estava... você... -- Ela estava atônita e S/n apenas a abraçou mais forte, fitando-a.

-- Sim, era o enterro do seu pai. -- Informou e Camila sentiu seu corpo fraquejar e uma antiga dor se reacender em seu peito. -- Você me salvou aquele dia também.

-- Como? -- A voz vacilante perguntou curiosa. -- Eu mal podia me salvar.

-- Eu te vi lá, sozinha, sentada no gramado, mais afastada de todos, chorando. Tão frágil... – Diz em um suspiro. -- Você estava com o corpo mais desenvolvido desde a última vez que havia te visto, tão linda como sempre, só que chorava incessantemente. Eu já disse... Ver você chorar me quebra.

-- Você foi falar comigo? -- Camila perguntou e S/n assentiu. -- Mas eu não lembro. -- A maior riu baixinho ao ouvir aquilo.

-- É porque nunca cheguei até você. -- Falou. -- Não diretamente.

-- Covarde. -- Camila brincou e a maior riu selando seus lábios.

-- Eu posso me defender? – S/n indagou contra os lábios da menor e Camila sorriu, assentindo. -- Bem, eu peguei o ramo de flores mais bonito que havia entre os meus e deixei as outras flores lá, unicamente para me aproximar de você, mas antes eu escrevi um bilhete. Eu queria agradecer sabe? Me sentia em débito, porém também queria te consolar... -- Ela disse.

-- Eu não acredito... -- Camila proferiu boquiaberta.

-- Deixei as flores ao seu lado junto com meu bilhete e estava pronta para me sentar ao seu lado e te tomar em meus braços ainda que você não quisesse. -- Falou veemente. -- Céus, você sequer havia me visto, estava chorando tanto... – S/n umedeceu seus lábios antes de continuar. -- Mas aí o grito de um dos seguranças do local chamou a minha atenção. Quando olhei ele queria jogar fora minhas flores. Eu... precisei ir, sabe? Era todo o meu dinheiro ali. -- Confessou tristemente.

-- Foi você... -- Camila disse surpresa e S/n projetou um meio sorriso.

-- Você gostou das flores?

-- Amei, mas o bilhete... -- Diz sorrindo bobamente.

-- Fico feliz. – S/n disse sorrindo junto. -- Bem, o segurança queria jogar tudo fora e me expulsar dali, dizendo que eu não tinha licença e eu tive que me humilhar implorando para ele, por favor, não me expulsar. Ficamos longos minutos debatendo, mas aí você chegou perguntando o que estava acontecendo ali. – S/n disse rindo nostálgica. -- Novamente mostrando o quão destemida e incrível você é. -- Disse sorrindo, deslizando a ponta de seu nariz ao longo do rosto de Camila, fazendo a menor ter suas batidas cardíacas irregulares.

-- Não acredito que estive do seu lado... -- Fala ainda incrédula.

-- Ele te disse que eu não tinha autorização e você o disse para calar a boca antes que fosse despedido, que seu pai havia falecido enquanto ele pensava naquela estupidez e então ele se calou e me deixou ficar. Vendi todas as flores aquele dia.

-- Não lembro do seu rosto... -- Camila confessou e S/n sorriu.

-- Não poderia lembrar mesmo...

-- S/a, mas você disse que você me conheceu só por nome dessa vez, não por rosto.

-- Não foi dessa vez que te conheci por nome... Dessa vez ainda não sabia que você era Camila Cabello, mas já descobri que tinha dinheiro por ser filha do empresário que havia partido.

-- Oh...

-- Mais uma vez você foi um rosto sem nome para mim, porém salvou novamente a minha pele. Eu realmente precisava daquele dinheiro.

-- Eu ainda guardo o seu bilhete até hoje... Ele significou muito para mim, mesmo nunca sabendo quem havia me dado.

-- Ainda lembra o que dizia? – S/n indagou e ela sorriu.

-- Como esquecer? -- Perguntou nostálgica. -- Ele foi à razão para eu conseguir continuar.

-- Jura? – S/n perguntou incrédula.

-- U-hum. -- Ela disse assentindo e logo afundou o rosto do pescoço de S/n. -- Não deveria ter me dito que foi você a dona daquele bilhete.

-- Por quê? – Perguntou e Camila mordeu o lábio inferior.

-- Porque faz eu ficar ainda mais... -- Não, não deveria dizer. E se S/n desse o famoso surto de proteção e decidisse se afastar dela para protegê-la? Não queria ficar longe dela.

-- Mais o quê? – S/n quis saber e a menor suspirou, negando com a cabeça.

-- Ainda mais grata. -- Falou, decidida a jamais dizer em voz alta o quão apaixonada por S/n ela ficava a cada dia que passava.