Cap. 18

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oioioioi...

boa leitura....

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Os olhos castanhos analisavam de longe a morena de olhos verdes se sentando na mini-arquibancada do outro lado do pátio. Ela ainda tinha a pose séria e fria.

Fazia cerca de uma semana desde que conversaram e depois daquilo S/n não lhe respondia mais. Camila tentara de tudo, porém fora impossível. S/n realmente havia ficado chateada.

-- Brigaram? -- A voz de Klis soou por detrás de Camila, fazendo a menor assentir.

-- Fui uma idiota com ela. – Diz a ruiva, que fitou Lauren, franzindo ligeiramente os olhos devido ao sol intenso.

-- Você é bem corajosa. -- Klissia disse. -- Ninguém aqui ousaria ser idiota com ela depois de saber que ela quase matou a antiga líder daqui. -- Comentou. -- Só não matou porque a outra se rendeu.

-- Essas informações são verídicas? -- Camila perguntou.

-- Dizem que sim. Dizem que a mulher morreu dias depois e que foi S/n quem matou, mas não levou a culpa porque soube disfarçar o crime.

-- S/n não seria capaz. -- Murmurou e Klis riu.

-- Você está se apaixonando? -- Perguntou. -- Porque só assim para achar que ela não seria capaz. Ela é a líder daqui, Mila.

Camila ficou quieta. Não discutiria sobre sua opinião com mais ninguém, afinal ninguém ali conhecia S/n como ela. Estava ali há pouco tempo, mas apesar disso ainda era a pessoa que mais conhecia S/n ali. Claro que possivelmente Lena e Kara conheciam melhor a garota e exatamente por isso elas não discutiam sobre S/n. Ninguém entenderia.

-- Não estou me apaixonando. -- Falou. -- Mas gosto muito dela.

-- Três semanas e já está caidinha. – A ruiva disse rindo, soltando um pequeno ronco junto.

-- Não estou muito bem para humor hoje, Klis. Desculpe. -- Camila diz tristemente, sorrindo fraco antes de caminhar até sua cela.

Naquele dia a luz do sol não faria diferença. Era para ser um dia feliz, ela havia organizado em sua agenda aquela data havia meses. Sua sobrinha completava três anos e ela sequer poderia lhe dar um abraço, quem dirá aquele monte de coisas que havia organizado. Ela se sentou em sua cama e se pôs a chorar baixinho, se perguntando aonde havia errado em sua vida para estar pagando um preço tão alto. Sua advogada não voltara a dar notícias, muito menos sua irmã.

Como será que Judie estaria? Será que ela perguntara sobre ela? Sofia teria lembrado de comprar o unicórnio para a menina em seu nome?

Com o coração destroçado Camila apoiou o rosto nos joelhos, abraçando as pernas para chorar em posição fetal. Ela sempre brigava com seus irmão. Como não brigar? Ele era bastante irresponsável. Claro que tinha apenas dezoito anos, porém tinha uma filha para quem devia responsabilidade e muita das vezes não a exercia, deixando o cargo vago para ela.

A garotinha era mais apegada com ela do que com o próprio pai. Apesar de tantas brigas, Camila e Carlos haviam passado horas organizando aquele dia. Algo que jamais se repetiria. Nem Judie completaria três anos outra vez e nem ela teria seu irmão para organizar algo em conjunto. O nó se apossou de sua garganta e ela desabou em um choro intenso, porém parou quando sentiu uma mão em seu ombro.

-- É hoje o aniversário que você citou, não é? – S/n perguntou, ignorando toda a frieza do decorrer da semana. Camila assentiu, tendo seus olhos inchados e avermelhados.

A maior suspirou e se sentou ao seu lado, trazendo-a para seus braços em uma abraço apertado. A menor não hesitou, se deixando cair em um choro forte, tendo seu rosto enterrado na curva do pescoço da maior.

-- Shiii... – S/n sussurrou. Camila a abraçou ainda mais forte, deixando suas defesas abaixadas.

-- Eu cuidava dela como uma mãe. -- Disse em meio aos prantos e S/n suspirou. -- Eu contava histórias e brincava com ela. Eu... sinto tanta falta dela.

-- Como ela é? – S/n perguntou, querendo entreter a menor. Camila fungou e respirou fundo, pensando no que diria.

-- Ela é doce, divertida. -- Começou, se lembrando da pequena figura. -- Ela tem a cor dos meus cabelos e dos olhos, porém sua pele é um pouco mais clara. -- Camila disse, enxugando algumas lágrimas antes de se esquivar do abraço de S/n para olhá-la. -- Ela é tão esperta para sua idade, você precisa ver, S/n... – A maior suspirou, vendo um brilho lindo cintilar nos olhos da menor.

-- Ela parece adorável. – S/n disse e Camila sorriu finalmente.

-- Céus, ela é. – Falou, S/n repuxou o canto dos lábios em um meio sorriso.

-- Gostaria de falar com ela? – A maior perguntou. Camila assentiu tristemente. -- Sabe que esta manhã eu consegui uma coisa... – Diz, retirando algo de dentro de seu sutiã. -- Preciso devolver até as cinco, mas que tal se eu conhecer a voz dela, hm? -- Camila abriu a boca em completa surpresa ao ver um telefone celular na mão de S/n.

-- Você, uh, me emprestaria mesmo? – Perguntou, S/n riu.

-- Está brincando? Você me deixou curiosa sobre essa criança. – S/n fala, fazendo Camila sorri. -- Só espere um minuto, vou chamar Kara para vigiar enquanto estivermos na ligação.

-- Estivermos? -- Camila perguntou confusa.

-- Você realmente acha que eu não vou dar um oi para ela? – Pergunta. Camila se jogou em seus braços, a abraçando fortemente.

-- Céus, eu te beijaria agora mesmo. -- Comentou. -- Obrigada mesmo, S/n. Eu jamais vou me esquecer disso. -- A maior apenas assentiu um pouco sem graça por Camila ter citado beijo e logo se levantou.

-- Não precisa me agradecer. -- Ela disse, desaparecendo dali. Quando voltou viu que Camila tinha lavado o rosto e estava batendo o pé ansiosamente contra o chão.

-- E então? -- Falou em expectativa, segundos depois viu Kara parar na frente da cela, de braços cruzados enquanto S/n tapava parcialmente a visão lá de fora com lençóis.

-- Vem cá. – S/n pediu, se sentando na cama da menor com as costas na cabeceira, ficando de costas para as grades e Camila se aproximou, sentindo S/n a puxar para o meio de suas pernas antes de sorrir. -- Vire-se para frente. – S/n disse rindo, vendo que Camila estava paralisada fitando seus lábios. -- Sua irmã tem alguma rede social ou algo que dê para fazer vídeo-chamada?

-- Tem. – Ela respondeu. S/n sorriu.

-- Então coloque ela na linha. Faremos uma vídeo-chamada. – S/n não podia entender o tamanho do sentimento que despertou em Camila ao ajudá-la com aquilo e, mesmo brigadas, era bom demais voltar a estar entre os braços da mais velha. 

Presa por Acaso (Adaptação Camila/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora