Todas as Cartas Que Eu Nunca Enviei | Pablo Marçal e Tábata Amaral

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Querido Marçal,

Desde o primeiro momento em que te vi entrando no ônibus, meu coração acelerou de uma forma que nunca havia sentido antes. Foi como se o mundo ao meu redor tivesse parado e só existisse você. Eu me lembro claramente daquele dia, do seu rosto corado pelo sol e do jeito que você olhou ao redor, procurando um lugar para sentar. Naquele instante, eu soube que algo especial estava novamente despertando dentro de mim.

Mas junto com essa alegria, veio o medo. Medo porque lembrei das inúmeras vezes que fui rejeitada e esquecida por você. Cada vez que você passou por mim sem notar, cada vez que eu tentei me aproximar e você não percebeu. Essas lembranças me machucam, mas ao mesmo tempo, me ensinaram a ser paciente.

Mesmo assim, há algo em você que me traz paz. Mesmo quando você não está me dando atenção, só de saber que você está por perto, meu coração se acalma. É uma sensação estranha, mas maravilhosa. Eu me sinto feliz só por te ver, por saber que você está bem.

Eu gostaria de entender o que fiz de errado. Será que foi algo que eu disse? Algo que eu fiz? Eu me pergunto o que você sente por mim. Será que você já pensou em mim da mesma forma que eu penso em você? Será que algum dia você vai perceber o quanto eu gosto de você?

Às vezes, me pergunto se devo esquecer você. Se devo seguir em frente e deixar esses sentimentos para trás. Mas é tão difícil. Você é uma parte tão importante dos meus pensamentos e dos meus sonhos. Eu gostaria de saber mais sobre você, sobre a sua vida, sobre o que você gosta e o que te faz feliz.

Meu amor por você é verdadeiro e profundo. Mesmo que você nunca sinta o mesmo por mim, eu sempre vou guardar esses sentimentos com carinho. Porque amar você me faz ter paz, me fez entender mais sobre mim mesma e sobre o que significa realmente gostar de alguém.

Com todo o meu carinho,

Tábata.