Exatamente como Blair havia imaginado, ela chegou ao pé das colinas bem quando o sol estava se pondo no oeste. O céu acima estava escuro, mas pelo espaço de alguns minutos, o sol poente caiu entre as nuvens e o horizonte, pintando uma faixa derretida à distância e encharcando a paisagem em tons de fogo.

As colinas, como Blair podia ver naquela luz minguante, estavam cobertas de flores silvestres. Isso lhe deu esperança de encontrar o que tinha vindo buscar.

Mas agora não era hora de procurar por goldenheart.

O sol estava derretendo rapidamente além da linha do horizonte. Logo ficaria escuro como breu, e Blair precisava encontrar um lugar para estacionar sua bunda durante a noite.

Uma colina próxima, um pouco mais alta que as outras, era coroada por formações rochosas verticais. Elas forneceriam pouco abrigo, mas eram melhores que nada, pelo menos.

Blair seguiu nessa direção. Ela alcançou a colina e os pilares de pedra no momento em que o mundo estava afundado em uma escuridão de tal profundidade e pureza, que ela sentiu como se pudesse tocá-lo.

Ela se sentou, de costas para uma formação de pedra, seu coração batendo forte no peito. Ela manteve sua armadura e capacete no caso de algo tentar emboscá-la naquela escuridão. Ela sacou a espada e a pistola, segurando ambas as armas prontas em suas mãos trêmulas.

Isso foi mais assustador do que qualquer coisa que Blair já havia vivenciado.

Então, novamente, ela quase foi devorada por um dragão uma vez. Isso provavelmente foi mais assustador.

Mas esse ficou em segundo lugar.

Não é que ela tivesse medo do escuro propriamente dito. O quarto sem janelas de Blair na fortaleza da montanha ficava escuro assim sempre que ela apagava sua vela para a noite. Mas era um pequeno espaço fechado. Com uma porta que trancava.

Aqui fora, ela estava totalmente exposta.

Blair sabia que monstros estavam espreitando essa região selvagem. Felinos dentes-de-sabre. Dragões. E provavelmente havia muitos outros dos quais ela não tinha conhecimento.

Seu impulso foi acender uma luz. Ela tinha uma lanterna na bolsa de couro amarrada em volta dos ombros. Mas Blair não ousou acendê-la. Não agora. Fazer isso seria acender um farol. Um sinal para tudo e qualquer coisa por quilômetros ao redor de que ela estava ali e que estava indefesa.

Não, ela teria que simplesmente seguir em frente.

Por pelo menos uma hora após o anoitecer, Blair ficou sentado, de costas para a pedra, com o traseiro na grama seca, e escutou.

Ouviu passos.

Ouviu os rosnados.

Mas tudo o que Blair ouviu foi o tum-tum-tum do seu próprio coração aterrorizado. O som do seu pulso parecia amplificado dentro do capacete que ela não ousava tirar.

Sua mente tentou preencher aquela escuridão e silêncio com aparições — um traço de movimento, um sussurro de gelar o sangue. Mas eram apenas invenções de sua imaginação assustada. Não havia nada ali.

Blair estava completamente sozinha.

Sem nenhuma maneira de medir o tempo, o tempo desapareceu. Minutos pareciam horas, ou talvez fosse o contrário, e por um feitiço Blair se imaginou encolhida e assustada, vagando por um vazio sem fim.

Então, o cansaço da jornada do dia, tanto físico quanto emocional, tomou conta dela como uma onda e, de alguma forma, ela passou de uma escuridão para outra ainda mais profunda e adormeceu.

Ninhada de Dragão Alienígena (Dragões de Arcturus #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora