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Faziam mais de dois minutos que Rhaenyra encarava Daemon sem saber o que responder, era como se todas as palavras tivessem sumido de sua mente. Realmente não acreditava que ele descobriria tão brevemente – sabia que uma hora ele descobriria a verdade, mas não imaginava que fosse tão rápido.

– Tenho certeza que o gato não comeu sua língua porque eu tô aqui na sua frente. - Daemon brincou e riu de sua própria piada enquanto Rhaenyra se segurou para não rir já que ela ria praticamente de todas as piadas mal feitas por ele.

Rhaenyra o encarou por mais alguns segundos antes de abrir um belo sorriso sacana e finalmente dizer.

– Você ficou tão puto naquela noite.

Rhaenyra deixou os papéis de lado e se encostou na mesa se sentando enquanto cruzou os braços.

– Pois é, e pra nada né? Já que você não tava transando… Mas tava gemendo… - Daemon se fez pensativo. – Nyra, o que você estava fazendo em?

– Eu estava sentada ao lado da porta dizendo… - Rhaenyra pigarreou ao mesmo que fechou os olhos se concentrando, mudou seu tom de voz para um manhoso. Sabia que naquela hora todos os funcionários do andar estariam em horário de almoço, então não se importou ao falar. – Ai assim… Deus que delícia.

Daemon sorriu e se aproximou dela, parando em frente a ela, que abriu os olhos ao sentir as mãos dele passarem pelas suas coxas.

– Fiquei feliz que não dormiu com ele e entendo sua vingança pessoal mesmo achando desnecessária. - Daemon disse olhando-a nos olhos.

– Olha eu achei bem divertida. - Rhaenyra deu de ombros. – E pode ter sido tudo menos desnecessária já que você foi um tremendo filho da puta comigo no dia anterior.

– Rhaenyra…

– Não vamos conversar sobre sua amante, porque estou num ótimo dia e não quero matar ninguém na minha empresa. - Rhaenyra disse e retirou as mãos deles de suas pernas. Daemon suspirou e num impulso segurou o rosto dela com as duas mãos forçando assim o contato visual.

– Ai Daemon… - Rhaenyra sussurrou.

– Qual a dificuldade em entender que eu amo você? - Daemon disse num tom firme fazendo Rhaenyra respirar fortemente. – Sim eu gostei que você não foi pra cama com aquele idiota, sim eu gostei! Porque… Rhaenyra você pode não acreditar, mas eu amo você demais.

Daemon finalizou e sorriu enquanto Rhaenyra o encarava com os olhos lacrimejando, ele aproximou o rosto do dela, no entanto Rhaenyra levantou o dedo indicador o balançando como se dissesse “não”. Num impulso ela o empurrou e se afastou da mesa indo para mais perto da porta tentando manter sempre a distância que poderia ser considerada segura entre eles – mesmo que às vezes não funcionasse.

– Se já terminou o que veio dizer já pode ir embora. - Rhaenyra disse tentando manter seu tom irônico, entretanto seu coração acelerado dificultava isso.

– Você não liga mais, né? ‐ Daemon perguntou num tom de voz mais baixo.

– Olha Daemon… Eu já te confirmei que não aconteceu nada naquela noite, que foi só uma brincadeira com sua cara, sinceramente não sei mais o que quer mim. ‐ Rhaenyra disse indicando claramente que não conversaria sobre sentimentos com ele, afinal para ela não havia o que discutir sobre aquele assunto. Ambos sabiam bem o que sentiam a única diferença era que para ele era um pouco mais fácil admitir já que para ela era como se houvesse uma guerra acontecendo dentro de si o tempo inteiro, e por vezes isso a deixava exausta.

– Queria que fosse sincera comigo. - Daemon pediu e viu Rhaenyra rir.

– Você… A essa hora da manhã me pedindo sinceridade? - Rhaenyra disse num tom irritado e aumentou o tom de voz. – E há seis anos Daemon, quando eu te pedi sinceridade você me deu? Não! Me fez de idiota, durante dois anos me fez de idiota e agora acha que com um “eu te amo” e com um pedido de sinceridade vai fazer apagar todas as noites que eu passei sozinha me perguntando onde estava o homem que eu amava. - Rhaenyra praticamente gritava enquanto sentia seu coração bater tão forte que chegava a doer seu peito. – Me diz… me diz se você tem o direito de me exigir alguma coisa? Me diga!!

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