8 - Orgia (Evan e Bartô - Scarius)

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Orgia — prática sexual entre cinco pessoas ou mais.


It's not passion till you bleed a little for it

It's not love till you lost more than a little bit

Feel the heat on your neck

It's not real its its gone and you no longer holding on to it

If we want to get close then we'll need to get lost in the heat of it

breathe e L.A. Rose — Heat

Evan Rosier nunca havia participado das comemorações do Samhain antes. Também não fazia ideia de que ainda era comemorado, mas com o domínio cada vez mais intenso do Lorde das Trevas sobre a Grã Bretanha, era natural que houvesse uma renascença de práticas antigas dos bruxos mais tradicionais.

O ritual do Samhain era uma delas.

Passou a mão por seus trajes ritualísticos, que não passavam de um robe de seda escura com mangas longas e aberto no meio, amarrado na cintura com uma cordinha esmeralda.

— Isso é ridículo. — Ele murmurou, pegando sua máscara de comensal em cima da cômoda.

Encarou Bartô de soslaio que estava deitado em sua cama com um cigarro nos lábios e o corpo coberto pelo mesmo robe.

— Não é ridículo, é tradição. — Bartô bateu o cigarro no cinzeiro apoiado em seu peito antes de se levantar.

— Não quer dizer que não seja ridículo. — Evan replicou, seco, colocando sua máscara. Puxou a manga espalhafatosa, revelando uma tatuagem escura maculando sua pele branca: a Marca Negra.

O chamado de seu mestre foi instantâneo: a marca esquentou como se estivesse em chamas. Seu quarto instantaneamente foi engolido pelo vórtice confuso da aparatação e Rosier sentiu as narinas serem invadidas pelo aroma de terra molhada e folhas ao ressurgir. O vento sussurrava entre as árvores e o luar escorregava por entre os galhos em ramos prateados e pálidos que revelavam as outras presenças ali.

Atrás de si, Evan ouviu Bartô aparatar, apoiando-se em seu ombro para subir em uma raiz alta, sua máscara refletindo a iluminação plúmbea. Havia um altar largo de mármore branco no meio deles, coberto de mulheres nuas, cada uma virada para um lado, as pernas abertas como se os tornozelos estivessem magicamente colados na pedra.

Todos usavam máscaras, mas Evan tinha certeza de que a do meio era Bellatrix, especialmente quando o Lorde das Trevas, o único sem máscara, se dirigiu até ela, ainda vestido, e acariciou os lábios rosados do meio de suas pernas com as falanges dos dedos, olhando para cada um à sua volta como se avisasse que aquela era só dele.

— Que a festa comece! — Ele levantou as duas mãos e tochas se acenderam atrás deles, uma atrás da outra ao redor do círculo. Alguns comensais pareciam hesitantes, talvez porque as esposas deles estavam completamente nuas e com suas intimidades à mostra para que todos pudessem ver, ou talvez porque alguns nunca haviam visto uma boceta na vida.

Para todos os efeitos, Evan acenou com a cabeça para que Bartô o seguisse e eles foram os primeiros a se aproximar. Sempre os mais fiéis do Lorde das Trevas, mas também porque, se escolhessem agora, não ficariam com o resto.

Ah, sim, Evan Rosier havia feito sua pesquisa sobre as comemorações do Samhain. Nada mais do que uma desculpa para uma orgia com todas as mulheres disponíveis no intuito de aumentar os futuros seguidores do Lorde das Trevas, ele supunha. Os puro-sangue não eram muito bons em ter muitos filhos, exceto os traidores, é claro, mas era um pouco difícil que as mulheres fossem férteis depois de tanta endogamia entre as Sagradas Vinte e Oito.

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