Capítulo 9

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Na manhã seguinte Inês e Victoriano tomaram café juntos, Cassandra ficou dormindo, ele avisou Alejandro.

— Alejandro não me atendeu ontem à noite, nem agora pela manhã! — Victoriano falou com tom de preocupação olhando a esposa comer seu pão e logo rir.

— Ele foi para o apartamento, está com Amélia. — disse naturalmente. — Acho que ganhou a nora que sempre pediu. Amélia é linda e como diria sua mãe, sabe cuidar de uma casa como ninguém. — ela riu, pois sabia que a sogra havia falado isso dela.

— Ele te avisou? — ela assentiu. — Ele achou um amor lindo, e sei que ela vai cuidar bem do nosso menino.

— Vai sim, agora a gente vai ter que achar outra governanta, e olha que igual a Ame, não sei, não!

[...]

Alejandro e Amélia estavam no apartamento dele, o jantar foi incrível, e ela ficou para o chamar juntos. Alejandro acordou e não viu na cama, levantou-se e colocou a cueca e foi para sala, Amélia vestida estava para sair sem falar com ele.

— Ame, o que foi foi falei ou fiz algo errado?

— Alê, não é isso você, sou eu. Olha pra mim, sou de uma família humilde meus pais depende de mim, os ajudo com o que o que ganho governanta na casa.

Alejandro, confuso, parou à porta da sala e olhou para Amélia, que arrumava seus pertences com uma expressão determinada, mas seu rosto também revelava a dor que ela tentava esconder. O ambiente, que na noite anterior estava repleto de intimidade e conexão, agora parecia frio e distante.

— Amélia, olha o absurdo que você está falando?— Alejandro deu alguns passos à frente, aproximando-se dela com o cenho franzido. — A gente se ama. O que importa o que sua família faz ou onde eles vivem? Você sabe que isso não faz diferença para mim.

Amélia parou por um segundo, suas mãos tremendo enquanto dobrava a blusa. Ela respirou fundo antes de encará-lo com os olhos marejados.

— Alê, você é maravilhoso, e eu... eu estou me apaixonando por você de verdade. Mas... eu preciso ser honesta comigo mesma. — sua voz vacilou. — Eu não me sinto à altura da sua vida, da sua realidade. Cada vez que estou com você, quando ficamos conversando e tudo mais, nosso passeios pela vila ou na fazenda mesmo,  parece que estou tentando me encaixar em algo que não é meu, e eu não quero me perder tentando ser alguém que não sou.

Alejandro balançou a cabeça, incrédulo, com a dor de suas palavras começando a afundar. Ele se aproximou ainda mais, segurando os ombros dela suavemente, tentando impedir que ela se afastasse emocionalmente como estava tentando fazer fisicamente.

— Isso não faz o menor sentido. Desde quando ser de uma família humilde importa? Eu me apaixonei por quem você é, Amélia. Não pelo que você tem ou de onde você vem. Nada disso muda o que eu sinto por você.

Ela desviou o olhar, lágrimas escorrendo silenciosamente. Havia uma luta interna em seu rosto, como se estivesse dividida entre o desejo de ficar e a necessidade de ir embora.

— Eu não quero ser o seu projeto de caridade, Alê. Não quero ser alguém que você vai "salvar" da vida humilde que levo. Você pode não perceber, mas... tudo o que você faz, todas as coisas que você me oferece, eu me sinto cada vez mais... pequena. — Amélia murmurou com a voz embargada, lutando para não desabar completamente. — Eu sei que você me ama, mas, de alguma forma, isso me faz sentir ainda mais inadequada.

Alejandro, devastado, sentiu um nó apertar em sua garganta. Ele a puxou para perto, insistente, mas com cuidado, tentando quebrar as barreiras que ela ergueu.

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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