Capítulo 3: Encarando o PassadoEmma narrando:
Eu não queria ir até a casa do meu pai. Cada vez que cruzava a porta daquela casa, sentia como se uma onda de lembranças e mágoas me sufocasse. Mas, algo dentro de mim me dizia que eu precisava ir. Fazia semanas desde que nos falamos de verdade, e mesmo sabendo que ele estava sempre bebendo ou enrolado com suas dívidas, eu ainda me importava com ele.
A caminhada até lá foi mais longa do que eu lembrava. As ruas pareciam mais sombrias, mais vazias do que o normal. E aquela sensação de que estava sendo observada ainda não havia me deixado. Tentei ignorar, focando apenas no caminho à frente, mas era difícil. A mensagem no celular ainda martelava na minha mente.
Quando finalmente cheguei, a porta da casa estava entreaberta. Isso me deixou desconfortável. Meu pai sempre trancava a porta, mesmo quando estava bêbado. A casa tinha visto dias melhores, isso era certo. As paredes estavam desgastadas, o jardim completamente abandonado. Tudo ali parecia refletir o caos que era a vida dele... e talvez a minha.
Respirei fundo e empurrei a porta, entrando devagar.
"Pai?" chamei, minha voz ecoando pela casa silenciosa.
Nenhuma resposta.
Dei mais alguns passos, a ansiedade crescendo no meu peito. Havia algo de estranho no ar, como se uma sombra pairasse sobre tudo. A sala estava um caos, garrafas de bebida espalhadas por toda parte, móveis revirados, e marcas de destruição que não pareciam ser resultado de uma simples bebedeira.
Meu coração disparou. "O que aconteceu aqui?" pensei, tentando controlar o pânico que começava a se formar.
"Pai!" chamei mais alto, minha voz carregando um tom de urgência.
Foi quando o vi. Ele estava no chão, encostado no sofá, o rosto inchado e machucado, como se tivesse sido espancado. O cheiro de álcool ainda pairava no ar, mas algo muito pior havia acontecido.
"Meu Deus, pai!" Corri até ele, me ajoelhando ao seu lado. "O que aconteceu? Quem fez isso com você?"
Ele abriu os olhos devagar, seu olhar perdido e cheio de dor. Tentou falar, mas a voz saiu fraca, quase inaudível.
"Emma... Eu... tentei..." Ele tossiu, o som áspero e doloroso.
Meu coração apertou. Ele parecia tão frágil, tão... derrotado. Eu não conseguia entender como ele havia chegado a esse ponto, como tudo em nossas vidas havia desmoronado desse jeito. E, por mais que eu tentasse me afastar dele, ainda era meu pai. Eu não podia simplesmente deixá-lo assim.
"Quem fez isso com você, pai?" perguntei de novo, minha voz trêmula.
Ele desviou o olhar, como se estivesse com medo de dizer. A respiração pesada, como se cada palavra fosse um esforço.
"Eles... vieram... por causa das dívidas... Eu tentei... pagar, mas... não consegui."
Meu estômago revirou. Dívidas. Sempre as malditas dívidas. Ele estava envolvido em algum esquema perigoso novamente, e agora, parecia que as coisas tinham saído completamente do controle.
"Quem são 'eles'? Pai, me diga!"
Ele tossiu mais uma vez, os olhos se enchendo de lágrimas. "Ortega..." foi tudo o que ele disse.
Senti meu corpo congelar. Ortega? O nome soava vagamente familiar, mas eu não conseguia ligá-lo a nada específico. Só sabia que, pelo jeito que meu pai falava, essas pessoas eram perigosas. Muito perigosas.
"Emma..." ele murmurou, segurando meu braço com a pouca força que lhe restava. "Eles vão... vir atrás de você. Eu... não consegui pagar. Eles me deram tempo, mas eu... falhei."
Meu sangue gelou. O medo começou a tomar conta de mim. Se essas pessoas estavam atrás do meu pai... agora estavam atrás de mim também? Como isso era possível? Por que eu? Eu não tinha nada a ver com isso!
"Eu vou te tirar daqui, pai. Nós vamos encontrar um jeito de resolver isso, eu prometo."
Mas ele balançou a cabeça, como se soubesse que não havia solução. "Eles... querem você, Emma... Eles disseram... que se eu não pagasse... você pagaria."
Aquelas palavras me atingiram como um soco no estômago. Eles querem você.
Tentei entender o que isso significava. Por que eles viriam atrás de mim? Eu não tinha nada, não tinha como ajudar. Meu pai havia me arrastado para uma situação que eu nem sabia que existia, e agora parecia que não havia escapatória.
Jenna Ortega
Enquanto isso, Jenna Ortega observava as informações sobre Emma chegando. Ela sabia que Robert Myers era um caso perdido, mas a filha... Ah, a filha era diferente. Emma era o tipo de inocência que Jenna adorava destruir. E o melhor de tudo? Ela ainda nem sabia o que a aguardava.
Sentada em sua imponente cadeira de couro, no escritório de uma de suas empresas, Jenna recebeu a confirmação que esperava.
"Emma está na casa do pai," informou um de seus capangas.
Jenna deu um pequeno sorriso, seus olhos escuros brilhando com diversão. "Ótimo. Continue monitorando. Eu mesma vou lidar com ela em breve."
Ela desligou o telefone, satisfeita. Tudo estava indo conforme o planejado. Emma Myers não tinha ideia do que estava por vir, mas logo, ela seria apenas mais uma peça no jogo de poder de Jenna Ortega.
Emma
Aquela sensação de que o chão havia sumido sob meus pés tomou conta de mim enquanto eu tentava entender o que fazer. Meu pai estava tão fraco, e a única coisa que ele conseguia dizer era que essas pessoas iam vir atrás de mim.
Eu precisava sair dali. Precisava de ajuda. Mas, a quem eu podia recorrer?
Minha mente estava a mil, e eu mal sabia por onde começar. Mas uma coisa era certa: algo muito perigoso estava prestes a acontecer, e eu estava no meio disso sem nem entender como.
——-
Continua..
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Entre o Poder e a Queda ( Jemma )
FanfictionEm um mundo onde o amor e a possessividade colidem, Jenna Ortega, dona de uma máfia conhecida por sua frieza e crueldade, encontra-se em uma encruzilhada quando sua próxima dívida a leva até Emma Myers, uma jovem inocente e provocativa que luta para...