apítulo 9: você é minha

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Capítulo 9: você é minha

Jenna sentia o ego ferido. A forma como Emma ousara falar com ela, aquela afronta inesperada, a deixou em alerta. Seus olhos encontraram os de Emma, frios e intensos, fixando-se nela com um olhar que parecia desmantelar toda a confiança que Emma tentava exibir. Sem desviar o olhar, Jenna deu um passo à frente, encurtando a distância entre as duas, até que Emma recuou instintivamente, a postura ligeiramente hesitante.

"Você tem dificuldade em interpretação, não é?" Jenna sussurrou, o tom de voz afiado como lâmina. "Eu não quero que você só me pague. Eu quero que você implore por misericórdia. E vou destruir cada oportunidade de trabalho que você encontrar." A ameaça pesava no ar, cada palavra carregada de uma maldade premeditada.

Jenna se aproximou mais, inclinando-se de modo ameaçador, e com um toque de desprezo em sua voz, continuou: "E da próxima vez que você me tocar desse jeito, vai ficar sem as mãos."

Emma sentiu as palavras de Jenna perfurarem sua confiança como flechas. Sua garganta se apertou, e o peso da situação pareceu aumentar com a hostilidade ao redor. O silêncio que se seguiu foi cortado apenas pelo som suave de risadas no grupo de amigos de Jenna, uma plateia que apreciava o jogo cruel que se desenrolava. Emma tentou manter a compostura, mas seus olhos estavam começando a lacrimejar, as lágrimas ameaçando cair.

Ao notar as lágrimas nos cantos dos olhos de Emma, Jenna sorriu. Era um sorriso frio e provocador, o triunfo evidente em sua expressão. "Acho que já deu por hoje. Por que você não vai pra casa?" A voz de Jenna era quase doce, um contraste perverso com sua verdadeira intenção. Mas Emma, confusa e cansada, finalmente conseguiu murmurar: "Não. Estou em serviço. Você não manda em mim."

Sem aviso, Jenna agarrou o braço de Emma, virando-a bruscamente, e em um movimento rápido, empurrou-a contra a parede. Agora, era Emma quem estava encurralada. Jenna inclinou-se para perto, os lábios roçando o ouvido de Emma enquanto sussurrava: "Eu não vou pedir de novo. Se você ainda não percebeu, Emma, eu sempre estou no comando. Não importa a situação. Você é minha. Agora, vai pra casa."

O calor da respiração de Jenna contra sua pele fez com que Emma se encolhesse por dentro. Sua mente gritava por uma resposta, mas seu corpo estava paralisado. Sabia que Jenna não estava brincando. Derrotada, Emma suspirou e, quando Jenna finalmente a soltou, ela saiu dali em passos rápidos, com Malia logo atrás, sem dizer uma palavra.

Do lado de fora, a noite parecia fria, um reflexo de como Emma se sentia por dentro. Ela tentava engolir a frustração, mas era como se cada nova decepção estivesse pesando mais do que ela conseguia suportar.

"Emma, você tá bem?" Malia perguntou, preocupada, enquanto a seguia.

"Estou, só... Vamos embora." Emma respondeu, sem conseguir esconder o cansaço.

Elas procuraram por um táxi, mas a rua parecia deserta, nenhum sinal de transporte. Depois de alguns minutos, Malia puxou o celular para tentar chamar um Uber, mas sua tela ficou congelada. "Acho que estou sem internet," disse Malia, frustrada. Emma verificou o seu, mas a bateria já havia descarregado. Emma soltou um suspiro irritado, olhando para o céu como se esperasse que algo finalmente desse certo.

"Eu joguei lixo na cruz pra merecer tudo isso?" ela murmurou, mais para si mesma do que para Malia.

Enquanto tentavam descobrir o que fazer, Emma avistou Kylie se aproximando pela rua. Ela a reconheceu imediatamente — uma das amigas de Jenna. O estômago de Emma revirou, e seu rosto se fechou ainda mais, se fosse possível.

Malia, no entanto, sem conhecer bem a situação, deu um sorriso simpático. "Oi," disse, tentando parecer amigável.

Kylie olhou para Malia de cima a baixo antes de responder, sua postura desdenhosa. "Sim?"

Malia, ainda otimista, perguntou inocentemente: "Você pode emprestar o celular? Só precisamos pedir um Uber."

Kylie cruzou os braços, observando as duas com um ar de superioridade. "E por que eu faria isso?"

Emma, irritada com o tom de Kylie e ainda abalada por tudo que aconteceu, se aproximou. "Queremos pedir um Uber pra ir embora," disse de forma direta, o tom já impaciente.

Kylie riu com desdém. "Você é bem irritadinha, não é?"

Emma revirou os olhos, frustrada. "Se não vai ajudar, pode ir embora."

Kylie sorriu, claramente se divertindo com a situação. "Eu levo vocês." Malia, sempre educada, sorriu e agradeceu, sem perceber o sarcasmo por trás da oferta.

"Não é muito longe," Malia disse, tentando aliviar a tensão. "A casa da Emma fica logo ali."

"Eu sei onde fica," Kylie respondeu casualmente, deixando Emma momentaneamente confusa.

Emma se lembrou de imediato que Kylie fazia parte do círculo de Jenna, o que só reforçou sua suspeita. Claro que Kylie sabia onde ela morava — estava ligada a Jenna, o que significava que era tão manipuladora quanto.

Enquanto entravam no carro de Kylie, Emma não conseguia deixar de sentir que, de alguma forma, Jenna estava sempre à espreita, mesmo que fisicamente não estivesse presente. O controle que Jenna exercia sobre a sua vida parecia se estender até os momentos mais simples, como esse.

O carro partiu, e Emma afundou no assento, cansada de lutar. Sabia que as batalhas estavam longe de terminar.

———

Continua...

Entre o Poder e a Queda ( Jemma )Onde histórias criam vida. Descubra agora