Capítulo 8: Aqui Para Sempre

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A luz que emanava de mim pulsava como um farol na escuridão, iluminando não apenas o labirinto, mas também as almas perdidas que antes estavam aprisionadas nas sombras. A transformação dos alunos era uma visão que misturava esperança e determinação, e eu sabia que precisávamos agir rapidamente antes que o guardião e suas criaturas demoníacas tomassem conta novamente.

“Sigam-me!” gritei, liderando as crianças em direção ao centro do labirinto, onde a escuridão parecia mais densa. A cada passo, sentia que a luz que irradiava de mim crescia, alimentando a coragem que agora unia todos nós. Não éramos apenas crianças; éramos um exército de almas buscando liberdade.

À medida que avançávamos, o ambiente começou a mudar novamente. As paredes do labirinto se distorciam e giravam, mas a determinação que sentíamos nos guiava. Finalmente, chegamos a uma grande sala circular, onde a escuridão se concentrava como um manto denso. No centro, uma figura encapuzada se erguia, o guardião.

“Vocês realmente acham que podem me desafiar?” a figura disse, sua voz profunda e ressonante. “Vocês são apenas sombras em busca de luz. O que vocês têm é insignificante em comparação com o poder que eu possuo.”

“Não somos apenas sombras,” eu declarei, a voz firme. “Somos luz! E não vamos permitir que você nos mantenha prisioneiros em sua escuridão!”

O guardião riu, um som que reverberou pelas paredes. “Então venham, tentem me enfrentar. Vocês não sabem com o que estão lidando.”

Com um gesto, ele fez a escuridão ao redor se agitar, e sombras começaram a se desprender das paredes, tomando forma. Eram as criaturas demoníacas que antes haviam atormentado os alunos, mas agora, com a luz que emanava de nós, podíamos ver seus rostos distorcidos, refletindo o medo que eles próprios carregavam.

“Estamos juntos!” gritei para os alunos, sentindo a conexão entre nós se fortalecer. “A luz que temos é mais forte do que qualquer escuridão!”

E, com isso, nós avançamos. A luz que emanava de mim se intensificou, iluminando as sombras que se aproximavam. As crianças se uniram a mim, e, juntos, criamos um brilho tão intenso que as sombras começaram a recuar, gritando em desespero.

“Isso não é possível!” o guardião exclamou, sua expressão distorcida pela raiva. “Vocês não podem fazer isso!”

Mas a verdade era que estávamos quebrando as correntes que nos prendiam. A luz era a esperança que tínhamos cultivado em nossos corações, e agora ela se manifestava como uma força poderosa. A sala começou a vibrar, e o chão sob nossos pés parecia pulsar com energia.

“Libertem-se!” eu gritei novamente, e as crianças se uniram a mim, suas vozes se tornando um só coro que ressoava na sala. “Nós não temos mais medo!”

Com cada palavra, a luz se expandia, envolvendo o guardião e suas sombras. A escuridão começou a se desvanecer, e as criaturas que antes eram imponentes agora pareciam fragilizadas, perdendo seu poder à medida que a luz os envolvia.

O guardião, percebendo que estava perdendo, tentou resistir. “Vocês não podem me vencer! Eu sou a escuridão! Eu sou o medo!”

“Você pode ser a escuridão, mas nós somos a luz!” eu declarei, avançando em sua direção. “E a luz sempre prevalecerá sobre a escuridão!”

Com um gesto decisivo, canalizei toda a energia que havia acumulado, direcionando-a para o guardião. A luz se intensificou, e, num instante, a sala foi preenchida com um brilho ofuscante. As sombras gritaram e se desvaneceram, e o guardião foi engolido pela luz, sua figura se desintegrando em partículas que se dispersaram pelo ar.

Quando a luz finalmente se acalmou, um silêncio profundo tomou conta da sala. As crianças estavam ao meu lado, suas formas agora completamente humanas. Elas estavam livres da escuridão que as aprisionava, e a sensação de alívio era palpável.

“Você nos salvou, professora,” uma menina disse, lágrimas de gratidão nos olhos. “Você nos trouxe de volta.”

Olhei para eles, meu coração transbordando de compaixão e amor. “Vocês sempre estiveram dentro de vocês. Eu apenas ajudei a encontrar a luz que já existia.”

Com um sentimento de renovação, percebi que a cidade de DevilsHills havia se transformado. O portal que antes conectava ao inferno agora se tornara um caminho para a redenção. A escuridão havia sido derrotada, e as almas que haviam sido perdidas agora estavam livres para encontrar seu caminho.

“Vamos sair daqui,” eu disse, sorrindo para as crianças. “Ainda há muito a ser feito, mas estamos juntos nessa nova jornada.”

Saímos da sala e começamos a nos dirigir para a saída da escola. O ar estava mais leve, e a sensação de liberdade era quase palpável. À medida que nos aproximávamos da porta principal, uma onda de esperança me envolveu. Eu acreditava que estávamos prestes a deixar a escuridão para trás.

No entanto, ao atravessarmos a porta, a realidade se transformou. A cidade de DevilsHills, que antes parecia um lugar de pesadelo, agora estava cheia de luz. Mas, à medida que nos afastávamos da escola, uma sombra se ergueu acima de nós.

Os professores e o diretor apareceram, suas formas distorcidas, com chifres e aparência de cães, observando-nos com olhos vazios e ameaçadores. “Vocês realmente acham que podem sair assim?” o diretor rosnou, sua voz um eco profundo de raiva. “Uma vez que você entra em DevilsHills, você nunca poderá sair!”

O pânico começou a se espalhar entre as crianças, mas eu sabia que não podíamos desistir. “Entrem no ônibus!” eu gritei, e todos correram para a frente do veículo, tentando encontrar segurança.

Quando todos estavam dentro, eu entrei atrás, ligando o motor com mãos trêmulas. O ônibus roncou, e eu fiz o possível para dirigir em direção à saída da cidade. Precisávamos escapar, e a sensação de liberdade me impulsionava.

Mas, ao chegarmos na saída da cidade, o ônibus parou abruptamente. A porta se abriu, e as crianças começaram a descer, mas, assim que pisaram no chão, uma força invisível os impediu de atravessar. Era como se uma parede invisível os mantivesse presos.

“Não! O que está acontecendo?” eu gritei, desesperada, tentando entender a impossibilidade que enfrentávamos.

Uma das crianças, com lágrimas nos olhos, olhou para mim e disse: “Uma vez que você entra em DevilsHills, você nunca poderá sair... Você agora também faz parte disso.”

O desespero me envolveu. A realidade do que havia acontecido se afundou em mim, e percebi que, embora tivéssemos libertado as almas perdidas, a cidade ainda estava viva, e seus segredos eram mais profundos do que eu poderia imaginar.

Com o coração pesado, olhei para as crianças, agora mais do que nunca parte desse lugar amaldiçoado. Sabíamos que a luta estava longe de terminar, e que a escuridão voltaria a se erguer. A cidade de DevilsHills era um labirinto sem fim, e nós éramos suas novas sombras.

E assim, juntos, encaramos a verdade. A luta continuaria, uma batalha eterna entre luz e escuridão. Mas agora, não estávamos sozinhos. Estávamos unidos, e, mesmo em meio à desolação, havia esperança.

Fim.

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