Redimir laços ➳ Katherine Pierce

Chapter Three

Depois de arquitetar seu plano com Benjamin, Maria retornou para casa com um leve desequilíbrio nos passos, resultado das bebidas que tinha ingerido. Quando entrou pela porta, o silêncio da casa a envolveu por completo. Ela estendeu a mão para acender a luz, e o brilho amarelado iluminou o ambiente, trazendo um ar de estranha familiaridade.

— Você não deveria chegar tão tarde em casa, amor — uma voz feminina ecoou pela sala.

Maria girou rapidamente, seu coração acelerando com o susto. Ela reconheceu aquela voz imediatamente, algo que ela achava que não ouviria novamente ali, naquele espaço.

— Katherine... — murmurou, o nome escapando de seus lábios como um segredo revelado.

Katherine estava parada ali, perto da entrada, os olhos escuros fixos nos dela, um sorriso suave dançando em seus lábios. Ela deu um passo à frente, a luz suavizando suas feições.

— Oi — disse ela, com um tom suave, mas que carregava uma intensidade conhecida.

Maria sentiu um aperto no peito, uma mistura de frustração e necessidade que ela tentou suprimir. Ela se afastou, quase tropeçando nos próprios pés, o efeito da bebida a fazendo perder o equilíbrio.

— Sai... — ela balbuciou, tentando manter a firmeza, mas o corpo não cooperava.

Antes que pudesse cair, Katherine a segurou com cuidado, envolvendo-a em seus braços como se fosse algo natural, quase instintivo.

— Vou cuidar de você primeiro — Katherine disse com uma calma que só tornava tudo mais difícil para Maria. Ela a pegou no colo com facilidade, como se ela não pesasse nada. — Você está mais leve.

Maria suspirou, sentindo a familiaridade do toque, mas ao mesmo tempo, lutando contra a proximidade.

— Não estou comendo ou bebendo sangue direito, então sim, estou mais leve — ela sussurrou, quase num lamento.

Katherine a levou até o quarto com passos firmes, a cada passo um misto de emoções entre as duas. Quando chegaram ao banheiro, Katherine abriu a porta e, com delicadeza, começou a remover as roupas de Maria, que se deixou ser cuidada, incapaz de lutar contra a exaustão que tomava conta dela.

Maria entrou na banheira, e um arrepio percorreu sua pele quando a água gelada a envolveu.

— Está frio... — resmungou manhosa, seu corpo reagindo ao choque.

— Eu sei — Katherine respondeu num tom carinhoso, enquanto ajustava a temperatura da água, mantendo os olhos atentos e cuidadosos sobre Maria.

A interação entre elas foi silenciosa a partir dali. Katherine lavou os cabelos de Maria com cuidado, seus dedos deslizando pela pele com uma suavidade que Maria já conhecia tão bem. Mesmo sem palavras, havia uma intensidade palpável naquele banheiro, um misto de carinho e dor.

Quando terminou, Katherine ajudou Maria a se levantar e a levou de volta para o quarto. Ela caminhou até o closet e pegou um pijama simples: uma calça macia e uma blusa de tecido leve.

— Eu consigo vestir sozinha — Maria murmurou, pegando as roupas com mãos trêmulas.

Katherine assentiu e, em silêncio, observou enquanto Maria, com alguma dificuldade, vestia a calça e a blusa. Mesmo com o esforço de se manter firme, havia uma vulnerabilidade evidente nos movimentos da Salvatore.

Após isso, Katherine a ajudou a deitar na cama, puxando as cobertas para cobri-la. Quando se preparava para sair, Maria segurou sua mão, um gesto quase inconsciente.

— Fica... só mais um pouco — pediu, a voz arrastada pela sonolência que a tomava, os olhos já pesados.

Katherine sorriu de leve e se aproximou, deitando-se ao lado de Maria. Ela começou a acariciar o couro cabeludo de Maria, em movimentos suaves e circulares, um gesto íntimo que sempre parecia acalmá-la.