4. Despedida

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Quando a seleção das fotos chegou ao fim, Jinbao começou a arrumar suas coisas, sentindo uma mistura de alívio e satisfação pelo trabalho realizado. Que Siming, demonstrando uma gentileza inesperada, ofereceu sua ajuda para guardar o equipamento.

Enquanto ambos se movimentavam ao redor da mesa, Jinbao, desastrado como era, esbarrou acidentalmente na câmera. A câmera escorregou da mesa e começou a cair em direção ao chão. Instintivamente, tanto Jinbao quanto Que Siming se abaixaram ao mesmo tempo, as mãos se estendendo para evitar a queda do equipamento caro de trabalho do fotógrafo. No momento em que suas mãos se tocaram, uma onda de choque percorreu o corpo de Jinbao. O toque das mãos, a quente e macia de Que Siming e a sua própria, foi inesperado e intenso. Jinbao sentiu uma sensação elétrica que o fez congelar por um breve instante, não sabia reagir e por milésimos de segundos sua mente esqueceu que precisava segurar.

A câmera não foi ao chão porque o médico usou a mão livre para segurá-la mantendo sua outra em contato com a do fotógrafo, Que a segurou e a colocou de volta sobre a mesa com segurança. Ele então, ainda mantendo um contato físico sutil, puxou o pulso de Jinbao para observar a pequena pulseira de couro que o jovem usava no pulso direito. A ação foi tão suave quanto firme, e Jinbao sentiu um ligeiro tremor ao ver a atenção do doutor voltada para seu acessório.

Jinbao olhou para o pulso de Que Siming e notou, com uma surpresa crescente, que ele também usava uma pulseira idêntica. O padrão do couro e a forma eram exatamente iguais, com certeza havia sido feita pelo mesmo artesão. Movido pela curiosidade, Jinbao, hesitante, estendeu a mão e tocou na pulseira do doutor. Que Siming, ao contrário do que Jinbao esperava, não se afastou; pelo contrário, ele parecia aceitar o toque com um olhar de interesse.

— Doutor, a sua pulseira... é igual à minha. Você se lembra de onde ela veio? — Jinbao perguntou, a voz tingida de uma mistura de confusão e curiosidade.

Que Siming observou Jinbao com um olhar penetrante, quase como se estivesse analisando o jovem. A expressão no rosto do doutor tornou-se um pouco mais contemplativa e ele inclinou ligeiramente a cabeça, como se ponderasse a pergunta.

— Então, você realmente não se lembra de onde sua pulseira veio? — Que Siming perguntou, sua voz carregada de uma curiosidade enigmática.

Jinbao tentou se lembrar, mas a memória estava vaga. A pulseira sempre esteve com ele, mas nunca conseguiu associá-la a um momento específico ou a uma origem clara. — Não, eu... eu realmente não lembro. — Jinbao respondeu, um pouco desconcertado.

Que Siming estudou o jovem com um olhar que misturava curiosidade e um leve sorriso. — Interessante — Foi tudo o que ele disse, mais uma vez.

Jinbao observou Que Siming com um olhar inquisitivo, um pouco incomodado pela resposta enigmática do doutor. O silêncio pairou por um momento, e então Jinbao não pôde deixar de comentar.

— Doutor, você parece saber algo sobre a origem dessas pulseiras, mas só diz "interessante". — Jinbao começou, a voz carregada de uma mistura de frustração e curiosidade. — Como se houvesse mais do que você está disposto a compartilhar. Parece que você sabe de algo.

Que Siming, ao ouvir isso, inclinou ligeiramente a cabeça e deu um assentimento sutil, confirmando a dedução de Jinbao.

— Sim, eu sei de algo — disse o doutor, a voz calma e controlada, mantendo o tom enigmático. — No entanto, tudo tem seu tempo certo para ser revelado, e definitivamente não é no novo primeiro encontro, mesmo que seja um encontro profissional.

Jinbao ficou perplexo com a resposta. Sentiu uma mistura de frustração e fascínio, sua mente girando com possíveis respostas e interpretações para o que o doutor acabara de dizer. A aura de mistério em torno de Que Siming apenas aumentava o sentimento de intriga que o jovem fotógrafo experimentava.

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