7. Injustiça

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Jinbao despertou lentamente na manhã seguinte, sentindo a suavidade e o calor da cama onde estava. Ele se espreguiçou e, ao abrir os olhos, imediatamente se lembrou de onde estava: na casa de Que Siming. A lembrança do tumultuado dia anterior e do beijo inesperado na noite antes do dia terrível ainda estavam frescas em sua mente. Embora ainda houvesse um certo turbilhão de sentimentos, o conforto da cama e a sensação de segurança que a envolvia ofereciam um alívio bem-vindo. Levantando-se da cama, Jinbao notou que estava usando um confortável hanfu emprestado por Que Siming. Ele olhou ao redor do quarto, tentando se orientar, e então se lembrou de que precisava voltar ao trabalho. A urgência da manhã e a necessidade de retomar sua rotina o fizeram saltar da cama rapidamente.

Seu primeiro pensamento foi sobre suas roupas, que ele havia deixado no banheiro para secar. Com isso em mente, Jinbao se dirigiu ao banheiro que havia naquela suíte em que estava. No entanto, ao entrar, ele se deparou com uma cena inesperada: suas roupas estavam desaparecidas. E agora so havia apenas uma toalha limpa e algumas peças de roupas novas e bem dobradas.

Jinbao franziu a testa e se sentiu um pouco desorientado. Sem suas roupas secas, ele começou a se perguntar se Que Siming havia tomado a liberdade de cuidar delas, mas não estava certo de como se sentia sobre isso. Se não fosse o suficiente, ele sentiu um leve desconforto com a ideia de usar roupas novas que não eram suas. A situação estava ficando um pouco mais complicada do que ele imaginava. Desesperado, ele decidiu fazer sua higiene matinal e procurou por um meio de resolver o problema das roupas. Enquanto se preparava, o pensamento de Que Siming novamente cruzou sua mente. Ele lembrou-se da gentileza do médico e do modo como ele havia cuidado dele na noite anterior. Talvez, o doutor apenas quisesse ajudar e garantir que ele estivesse confortável. Finalmente, Jinbao optou por usar as novas roupas disponíveis.. Depois de se vestir e se preparar, ele decidiu explorar o apartamento à procura de Que Siming, para entender o que havia acontecido com suas roupas e para agradecer ao médico pela hospitalidade.

Ele encontrou Que Siming na cozinha, preparando o café da manhã com a mesma precisão e calma que havia demonstrado na noite anterior. O doutor estava claramente pronto para ir ao trabalho vestido em um elegante traje social preto composto com uma camisa branca com os botões do colarinho abertos que lhe dava um ar jovial assim como a ausência de uma gravata, as odiava, usava apenas quando as ocasiões exigiam.

— Bom dia, Jinbao — cumprimentou Que Siming ao notar sua presença. — Espero que tenha dormido bem.

Jinbao, um pouco constrangido e ainda se adaptando à nova situação, tentou disfarçar sua inquietação. — Bom dia, doutor. Eu... estava procurando minhas roupas. Elas não estavam no banheiro.

Que Siming levantou uma sobrancelha e disse — Ah, eu as peguei ontem à noite. Mandei para a lavanderia. — Ele fez um gesto para que Jinbao se aproximasse da mesa. — Não se preocupe com elas, venha tomar um café comigo.

Jinbao se aproximou, sentindo um leve alívio ao ouvir a explicação. — Ah, entendi. Agradeço por cuidar delas. Não queria ser um incômodo.

Que Siming balançou a cabeça, desdenhando de qualquer possível incômodo. — Não é um incômodo. É o mínimo que eu poderia fazer. Espero que as roupas novas estejam confortáveis para você. — Ele então apontou para as vestes de Jinbao que sorriu olhando para si mesmo e concordou agradecendo pelas vestes.

— Doutor Que, sobre ontem...— Jinbao começou.

— Sobre ontem — interrompeu Que Siming, com um tom suave e cuidadoso. — Não sinta que é uma obrigação se apressar para discutir isso. Quando você se sentir pronto para falar sobre o que aconteceu, sem se sentir mal, estarei aqui para ouvir.

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