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O ar fresco da primavera entrava pelas janelas abertas da sala de aula, trazendo com ele um sopro de vida em meio ao silêncio reverente dos alunos. Nikola Tesla, o professor de física experimental, estava diante da classe, os olhos brilhando enquanto explicava conceitos complexos de eletromagnetismo com uma paixão quase contagiante. Ele era um homem fascinante, com 34 anos, cuja mente parecia sempre um passo à frente de todos ao seu redor. Sua presença atraía naturalmente olhares, e sua postura firme, porém gentil, impunha respeito.
Entre os alunos estava S/n, uma estudante de 23 anos que, desde o primeiro semestre, se encantara com a profundidade e intensidade de Tesla. O jeito como ele falava, como perdia-se em seus próprios pensamentos enquanto explicava algo, fazia com que ela se sentisse igualmente perdida na presença dele. Com o tempo, aquela admiração intelectual se transformara em algo mais profundo. Eles trocavam olhares durante as aulas, pequenos momentos que passariam despercebidos para qualquer outra pessoa, mas que entre eles pareciam carregar um significado oculto.
Foi em uma tarde, após o fim da aula, que ela decidiu permanecer um pouco mais, fingindo revisar suas anotações enquanto os outros alunos saíam. Nikola a observou de longe e, assim que a sala ficou vazia, ele se aproximou.
— S/n, vejo que está se dedicando bastante. É sempre uma das últimas a sair — comentou ele, com um leve sorriso, enquanto sentava-se na beirada da mesa à sua frente.
Ela sorriu, um pouco tímida, mas encarou-o com a mesma determinação que a fazia se destacar como aluna.
— Suas aulas são tão instigantes, professor Tesla. Parece que há sempre algo novo para descobrir... e eu não consigo evitar querer aprender mais.
Tesla olhou para ela por um momento, algo em seu olhar além da admiração acadêmica. Ele sabia que aquele tipo de proximidade com uma aluna era perigoso, mas havia algo em S/n, algo que o fazia questionar suas próprias regras. Os dois continuaram conversando, e o tempo passou sem que percebessem, até que o sol começava a se pôr.
— Talvez devêssemos continuar esta conversa em outro momento — ele disse finalmente, notando que o campus já estava quase vazio. — Quem sabe um café depois da próxima aula?
S/n assentiu, surpresa e empolgada com o convite, e a cada dia que passava, seus encontros se tornavam mais frequentes. Eles discutiam ciência, filosofia, e também pequenos detalhes de suas vidas. Ela descobriu o lado mais vulnerável de Tesla, suas inseguranças e sonhos. Ele, por sua vez, admirava a maneira como ela o ouvia, a forma com que suas palavras e ideias ganhavam vida quando ela estava por perto.
Porém, não tardou até que alguém notasse essa proximidade. Göndul, a professora de biologia, havia percebido os olhares entre Tesla e S/n, e a forma como eles saíam juntos após as aulas. Ela sempre tivera uma rivalidade velada com Nikola, e a ideia de que ele, além de ser tão respeitado no meio acadêmico, pudesse também conquistar a atenção de uma jovem promissora como S/n, a incomodava profundamente.
Certa tarde, Göndul abordou S/n no corredor, sua expressão fria e calculista.
— Notei que você anda muito próxima do professor Tesla, S/n. — A voz dela carregava um tom de reprovação que S/n não podia ignorar. — Espero que compreenda o quão impróprio é para uma aluna se envolver emocionalmente com um professor. Isso não é algo que se deve levar levianamente.
S/n tentou disfarçar o desconforto, mas a acusação velada a atingiu. Ela sabia que Göndul estava certa em parte, mas seus sentimentos por Nikola não eram algo que ela pudesse controlar ou negar. Ela balbuciou uma resposta educada, mas saiu dali com o coração apertado.
Mais tarde, naquela noite, S/n encontrou-se com Tesla e contou-lhe sobre a conversa. Ele ficou em silêncio por um momento, visivelmente perturbado. A ideia de perder sua posição e de ver a carreira de S/n prejudicada era algo que o preocupava. Mas ao mesmo tempo, ele não conseguia ignorar o que sentia por ela.
— S/n, se continuar ao meu lado significa colocar seu futuro em risco, talvez devêssemos reconsiderar... — ele começou, mas foi interrompido por ela.
— Nikola, você sabe que isso não é algo que podemos simplesmente ignorar. Eu quero estar ao seu lado, independentemente do que outros pensem. O que temos... é raro, e não quero perder isso por causa de ameaças veladas.
Ele a olhou com intensidade, lutando entre o desejo de protegê-la e o desejo de mantê-la ao seu lado. Finalmente, ele segurou sua mão, entrelaçando seus dedos nos dela.
— Se for para encarar isso juntos, então que seja. — Sua voz era firme, e ele sorriu suavemente. — Mas precisamos ser cuidadosos. A última coisa que eu quero é que você seja prejudicada por minha causa.
E assim, eles continuaram sua jornada, juntos, mas cautelosos, conscientes dos riscos e do julgamento alheio. Göndul tentaria, de todas as maneiras, complicar a situação, mas S/n e Tesla enfrentariam cada obstáculo com a mesma determinação com que discutiam teorias científicas e o amor que havia crescido entre eles.
Embora incerto, o caminho deles era marcado pela cumplicidade e pelo respeito mútuo, um amor que florescia em meio à lógica e à razão, mas que nem a ciência, nem a rivalidade de outros, poderiam explicar ou extinguir.
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Cap criado pelo pedido de um leitor, espero que gostem!
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One-shots Ror
FanfictionAlguns One shots de ror onde estará focado na S/n, seja como esposa, amiga, irmã ou filha, yep! É versão feminina, outra hora faço de um ponto de vista masculino Nem os personagens e nem a capa são meus! 🥇 Poseidon - 21/11/2024