Hades 🥀

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As profundezas do submundo eram sombrias e silenciosas, um reino onde o tempo parecia não existir, e o frio, ainda que invisível, penetrava os ossos. As vastas cavernas e rios de lava que serpenteavam pelo reino de Hades eram reflexo do próprio governante: distante, implacável e impenetrável. Porém, em um canto escondido daquele vasto império de sombras, havia uma prisão, uma prisão particular que apenas ele conhecia. E dentro dela, estava S/n.

S/n não sabia quantos dias se passaram desde que havia sido tirada de sua vida. O mundo mortal, com suas cores, sons e sensações, parecia uma lembrança distante, como um sonho cada vez mais vago. Hades a havia levado em uma noite sem lua, quando ela caminhava pelos campos, sem nada que a preparasse para o destino sombrio que a aguardava. Ele não pediu permissão, não explicou sua obsessão. Apenas a tomou, como se o fato de ser um deus lhe desse o direito de possuí-la.

Agora, ela estava acorrentada, as correntes frias prendendo seus pulsos e tornozelos, e a única coisa que lhe restava de sua dignidade era uma fina calcinha e sutiã, escolhidos por ele. Hades adorava vê-la assim, vulnerável, impotente. Para ele, aquilo era a representação perfeita de sua posse, um reflexo de seu amor distorcido.

Ele a visitava todos os dias, seus olhos sombrios percorriam o corpo de S/n com um desejo que não era humano, mas algo mais primitivo e aterrador. Ele nunca a machucava fisicamente, mas seu olhar a desnudava de uma maneira que a fazia desejar ser invisível. Ele gostava de vê-la assim, acorrentada e à mercê de sua vontade. O deus dos mortos, sempre imperturbável diante das almas que atravessavam o Estige, parecia se transformar diante dela, como se sua presença o consumisse de maneiras que ele mesmo não entendia.

— Você é minha, S/n — ele murmurava com a voz grave, quase como uma promessa. — Aqui em meu reino, você nunca mais será tocada pela luz do sol, mas eu serei tudo o que você precisa.

S/n tremia sob aquele olhar, o medo e o desespero se acumulando em seu peito. Ela tentara lutar no início, gritar, implorar por sua liberdade. Mas Hades era um deus, e seu poder era absoluto. Ele a ignorava quando chorava, quando pedia para ser libertada. Em sua mente distorcida, ele acreditava que aquilo era amor. Amor, na mente de Hades, significava controle, posse, total dominação.

— Por que está fazendo isso? — S/n perguntou certa vez, sua voz fraca, quase um sussurro, enquanto as correntes a mantinham presa ao chão frio de pedra.

— Porque eu amo você — ele respondeu, sem hesitar, aproximando-se para tocar seu rosto. O toque era frio como gelo, e S/n se encolheu. — No mundo mortal, você teria sido desperdiçada, vivendo uma vida insignificante, cercada por pessoas que jamais compreenderiam o que você realmente é. Aqui, ao meu lado, você será eterna. Você será minha rainha.

Mas o que Hades chamava de amor era uma obsessão perigosa e destrutiva. S/n não era sua rainha; ela era sua prisioneira, sua posse. E a cada dia que passava, ela sentia a esperança desaparecer. Ele gostava de vê-la assim, acorrentada, submissa, com o corpo à mostra, como uma boneca que ele podia admirar, mas jamais permitiria que fosse livre.

Hades achava que estava dando a S/n um presente ao mantê-la em seu reino, longe dos mortais. Na verdade, ele a havia roubado de si mesma, reduzindo-a a uma prisioneira de sua própria obsessão.

Os dias se arrastavam, sem fim à vista. A solidão de S/n era opressora, e a presença constante de Hades, com seus olhares frios e suas declarações de amor distorcidas, fazia com que ela perdesse lentamente a noção de quem era. Ela sabia que ele jamais a libertaria. O deus dos mortos havia decidido que ela seria sua, e para ele, isso significava que ela jamais poderia deixar o submundo.

Acorrentada e despida de sua dignidade, S/n só tinha uma certeza: o amor de Hades não era uma salvação. Era uma prisão, uma condenação eterna nas profundezas escuras de seu reino.

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Opa! Tudo bom? Me  inspirei em uma fotinho do pinterest que eu achei, deixando claro que a foto não é minha! 

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Agora reparando, a moça da foto parece poseidon. . .?

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