HISTÓRIAS DO PASSADO

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JACK MCKENZIE
Terça Feira, 06 de Janeiro

Eu estou andando rapidamente pelo corredor do colégio, pois estou atrasado para a aula, até que esbarro em Alaska no meio do corredor, fazendo com que seus livros caiam no chão. Eu me agacho para ajudar a recolher os livros dela.

— Ai, meu Deus! Me desculpa, Alaska, eu não queria derrubar seus livros no chão. Você está bem? Eu te machuquei? — pergunto a Alaska, preocupado.

— Não, está tudo bem, foi só um acidente — diz Alaska, levantando-se do chão com os livros na mão.

Eu também me levanto, entregando os livros que peguei para Alaska. Ao entregar os livros, olho para os pulsos dela e vejo algumas marcas roxas. Ergo meu olhar para Alaska.

— O que aconteceu com seus pulsos? Eles estão roxos — pergunto a ela.

— Ah… Está tudo bem, sim. Eu só me machuquei em casa ontem à noite –- diz Alaska, engasgando-se um pouco em sua fala. — Eu preciso ir para a aula de Química.

Alaska sai rapidamente, e eu olho para trás e vejo-a andando rapidamente. Eu balanço a cabeça, achando um pouco suspeito, até que meu celular toca, chegando uma notificação. Eu pego o meu celular e fico horrorizado ao ver isso: uma postagem na conta de Twisty_Woodsboro com uma foto de Aria Beck morta brutalmente, seguida de uma mensagem que diz:

"Aria Beck escolheu a consequência e não aguentou o peso da minha fúria, como vocês podem ver… então, quem será o próximo? O relógio está correndo, Tic-Toc…”

O sinal toca, sinalizando o fim do primeiro horário de aula. Todos os alunos saem das salas, cochichando sobre a postagem que Twisty_Woodsboro fez. Eu ainda estou um pouco chocado, então fico parado onde estou até que Vinnie passa por mim e tromba em mim. Então, eu acordo do meu choque e olho para trás, vendo Vinnie entrando no banheiro rapidamente. Então, escuto uma voz familiar atrás de mim.

— Jack, Jack, você viu a postagem que o Twisty fez com a Aria morta? — diz Alex, mostrando a foto da Aria morta para mim.

— Caramba, Alex! Não me mostra essa foto da Aria morta! — digo, virando o celular de Alex para que eu não veja a foto. — Mas, respondendo à sua pergunta, eu acabei de ver a postagem.

Então, o jogo de verdade ou desafio é real, não é uma brincadeira idiota qualquer dessa vez --- diz Alex, guardando o celular no bolso da calça.

Eu olho para Alex, pensando em suas palavras, que dessa vez o jogo é real, e fico me perguntando quem seria capaz de fazer uma crueldade dessas. E por que alguém faria isso? Matar alguém cortando a garganta é muita crueldade.

E dessa vez o jogo é real e não é brincadeira, mas quem será que fez isso com a Aria? - pergunto a Alex.

Pode ser literalmente qualquer pessoa do colégio; a Aria era odiada por todos — diz Alex, sem tirar os olhos de mim.

Menos por você, né, Alex? Antes dela ficar com o Vinnie, ela ficava dando em cima de você, né? — digo, cruzando os braços.

Ela ficava mesmo. Por que? Tá com ciúmes, Jack? — diz Alex, dando um sorriso sarcástico.

Vai se foder, Alex — digo, suspirando enquanto viro as costas para Alex para ir embora, mas sou impedido quando Alex pega no meu braço, não me deixando mover.

Calma, Jack, eu só estava brincando com você –- diz Alex, dando um sorriso.

Então o sinal toca, sinalizando o começo do segundo horário. Eu tiro a mão de Alex do meu braço rapidamente e olho para o banheiro masculino, lembrando que o Vinnie não saiu de lá ainda.

Pode ir para a sala, eu vou passar no banheiro primeiro — eu digo, ajustando minha bolsa de carteiro nos ombros.

Vou em direção ao banheiro, abro a porta e vejo Vinnie lavando as mãos. A porta se fecha sozinha atrás de mim até que Vinnie olha para mim.

— Você está bem, Vinnie? — pergunto a ele.

— Que porra você quer comigo, Jack? — diz Vinnie em um tom ríspido.

— Caramba, cara, eu estou vindo aqui ver como você está.

Vinnie se aproxima um pouco de mim após lavar as mãos, e eu fico parado no mesmo lugar.

— Você deve estar bem feliz, vendo eu perder a Aria, não é? Por causa do que eu fiz quando éramos crianças, não é? — diz Vinnie em um tom sério.

— O quê? Claro que não! Eu sinto muita raiva de você, mas não quero que você passe pelo mesmo — digo em um tom firme.

Vinnie encosta na parede próxima às cabines dos banheiros, fica em silêncio por alguns segundos e abaixa a cabeça.

— Você sabe que eu era uma criança — diz Vinnie, erguendo a cabeça e olhando para mim.

Você tinha 10 anos, crianças ligam para o 190 o tempo inteiro! — digo, apontando o meu dedo para Vinnie.

Eu olho para Vinnie e vejo que ele está me olhando, e meu sangue ferve ao lembrar de toda a história, ao lembrar de cada detalhe, ao pensar que poderia ser diferente.

Você é o culpado e deveria pagar por isso — continuo dizendo em um tom alto, apontando o dedo para Vinnie.

Até que Vinnie se aproxima rapidamente de mim, me pega pelos braços e me pressiona contra a parede fortemente, olhando para mim com aquele olhar mortal.

Ser seu melhor amigo na infância está no topo da minha lista de arrependimentos — digo firme, olhando fixamente nos olhos dele, e empurro para que ele solte meus braços.

Na hora em que Vinnie ia falar, ele é interrompido pela diretora Gupta, que fala da caixa de saída, e ela diz:

"Favor, que todos os alunos vão para o ginásio imediatamente."

Logo após escutar a mensagem, vou em direção ao ginásio, deixando Vinnie no banheiro.

ATÉ A PRÓXIMA MORTEOnde histórias criam vida. Descubra agora