Nosso futuro- kouchi e caius

Capítulo 16 - Mort3 (parte 2)

POV KOUCHI

  Me virei, ficando de barriga para cima, podendo ter assim uma visão perfeita do céu escuro salpicado de estrelas, não sabia a essa altura que horas eram, havia dias que me encontrava dessa forma, com pensamentos martelando a minha cabeça, não sabia o que fazer, eu estava perdido e não conseguia controlar a avalanche de pensamentos intrusivos que invadiam a minha mente, eu não desistia facilmente, porém com toda a pressão do conselho nas minhas costas, eu já não ligava para isso, podia ouvir seus cochichos e maus olhares quando passava pelos corredores, eles agiam como se eu não estivesse ali, como se fosse um porco imundo que não servia para nada, eles me menosprezavam, como se eu não tivesse uma relação íntima com o superior deles, o governante de Eustil.
   Quando cheguei aqui não liguei para isso de imediato, eu tinha o Caius e nada mais importava, porque meu amor por ele era maior que tudo isso e aqueles invejosos filhas da puta podiam ir se fuder porque eu não ligava para o que eles pensavam de mim, porém me vendo aqui agora nesse estado penso que talvez eu não tivesse a mínima ideia de que eles me sufocariam até não sobrar um último resquício de ar para respirar, que eles me matariam por dentro com sua inveja e comentários destrutivos na minha frente. Não demorou muito para isso acontecer os comentários maldosos foram se intensificando e ficando mais e mais pesados, em um dia qualquer estava indo em direção ao salão central do palácio; já quase na metade do corredor me deparei com um deles vindo em minha direção, ele tinha em sua mão um copo contendo um líquido vermelho cor de sangue que estava bebericando preguiçosamente, como não era um covarde decidi prosseguir com o meu caminho e então no momento em que nossos corpos estavam por um fio de se chocar; ele movimentou seu braço lançando o líquido escuro sobre mim; atingindo meus cabelos; meu rosto e minhas roupas; naquele momento me voltei para ele; que continuava a caminhar calmamente; meus olhos tempestuosos que ameaçavam de o matar ali mesmo; com a raiva explodindo dentro de mim eu gritei:
— SEU FILHO DA PUTA! VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA NÉ !
Assim que o som agudo atingiu o ouvido do desgraçado ele se virou lentamente, suas covinhas ameaçaram aparecer revelando um meio sorriso, eu estava pronto para canalizar todas as minhas forças em meus punhos e arrebentar a sua cara presunçosa, ele aproximou seus braços para perto de mim, dizendo:
— Como assim? Eu não sei do que o senhor está falando, tem certeza que você está bem? Sendo a parceira de vossa majestade e sua mulher, é esperado que cuide da sua saúde; para que como a mulher da casa e a rainha de Eustil, você deve se prevenir de doenças e cuidar de sua saúde para que os herdeiros nasc....
Ele se interrompeu, eu me encontrava prestes a explodir, fechei meus punhos com toda a força pronto para revidar; mas o desgraçado soltou suas doses de veneno lentamente depois disso sussurrando em meu ouvido quase inaudível:
— A não espera... você é incapaz de gerar herdeiros, pense que vergonha tremenda para você majestade Caius e seus familiares por saberem que sua esposa não é capaz de gerir um herdeiro pois... Como se diz mesmo — Ele fez uma pausa — Há você não possui um útero, envergonhou a todos tendo uma sobressaliência no meio das pernas.
Naquele momento meu mundo inteiro se despedaçou, lágrimas borraram a minha visão e pude ver o filho da puta seguir caminho pelo corredor até as grandes portas e sumir do meu campo de visão.
Naquele momento meus joelhos cederam e fui com tudo para o chão, um barulho ensurdecedor tomou meus ouvidos e meu coração se despedaçou em milhares de pedaços; tudo era um buraco escuro, não havia luz só a escuridão prestes me engolir, eu tremia e chorava sozinho encostado há uma parede tentando me apegar á uma memória feliz, a qualquer resquício de alegria que sobrara dentro de mim, mas não havia nada, só o vazio, um lugar frio escuro no qual eu me encontrava preso, destinado a morrer ali sozinho, sem nada; sem ninguém, porém aquela sensação era familiar, há muito tempo atrás tinha me sentido assim quando perdi meus amigos, eu conhecia aquela solidão e naquele momento sua voz sedutora tomou meus ouvidos "acabe com isso, Kouchi. Dessa forma não durará tanto; você sabe o que tem que fazer".
A voz sussurrava permanentemente em minha cabeça, tomando todos os meus sentidos, com uma força interna e sombria me levantei do chão; saí caminhando lentamente pelo corredor; depois virei a direita onde havia várias portas iguais; conforme fui seguindo; com aquela força sobrenatural, me indicando a direção pelo qual deveria seguir; fui checando todas as maçanetas do imenso corredor; todas estavam trancadas, continuei seguindo em frente até parar diante de uma porta que tinha duas velas presas nas laterais, uma de cada lado; as chamas das velas dançavam conforme o vento que passava por uma fresta brincava com elas, fazendo-as dançar; fui em direção a porta e girei a maçaneta, eu merecia ficar sozinho, eu não era digno de nada; não era digno de ninguém, eu tinha perdido todos ao meu lado; e me encontrava sozinho novamente na escuridão. As lágrimas silenciosas não sessaram quando adentrei o quarto; era um ambiente grande tomado pela escuridão exceto pela luz noturna que entrara de uma enorme janela; um buraco na parede tão grande; de tamanho suficiente para que um titã passasse por lá. Fui andando em direção do buraco na parede um pouco já destruída pelos séculos que estava ali; quando já me encontrava na beirada olhei para cima, as estrelas que salpicavam o céu realmente tornavam aquela parede destruída da torre do castelo uma janela cheia de luz, olhando ali para a imensidão das vastas estrelas que se encontravam no seu não havia escuridão; então olhei para baixo; onde o rio com uma névoa misteriosa parecia querer lavar todos os pecados de Eustil; eu não seria como ele; um ruído chamou minha atenção e quando levantei os olhos; um feixe de luz brilhou daquelas estrelas rasgando a noite escura; e naquele momento eu ouvi o chamado que gritava no fundo do meu coração e me aproximando cada vez mais da borda eu iria me tornar uma estrela.

NOTAS FINAIS:
Eu decidi voltar a escrever essa história depois de muitos problemas. Confesso que ando bem ocupada; mas não gosto de deixar nada inacabado; então acompanhe se quiser esse é o meu refúgio e fico feliz se ele puder ser o de mais alguém. Beijos ❤️