Capítulo 3

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Bom dia, suas lindezas! Cheguei pra trazer a confusão na vida de vocês kkkkk

Bora de grego.


*

Zayos Latosakis

Pela misericórdia! O que era aquela mulher?

A brincadeira de estragar a noite do meu pai e incomodar Varvara não fazia mais nenhum sentido na minha cabeça. O botom dourado em seu uniforme dizia Aggelidaki, e eu queria ficar em volta dela e saber mais, mas era tão mandona e determinada — e incrivelmente linda — que eu me calei diante da sua presença como nunca fiz na minha vida.

Os cabelos vermelhos como cereja estavam presos em um coque, o que em fez imaginar como ficariam soltos, se eram compridos, ondulados ou lisos. Suas orelhas nuas me deram ideias sobre as inúmeras joias com que eu poderia cobri-la, e como ficaria perfeita na minha cama usando apenas isso, brincos de safira... não, não. Melhor topázio ou esmeralda, para combinar com seus olhos.

Era lindo como tinha os olhos verdes e cabelos vermelhos, totalmente diferentes dos meus. Mais um contraste entre nós era a o tom de pele, a sua muito pálida, enquanto eu ostentava o bronzeado de quem se divertia tomando sol em iates nas ilhas gregas. Era óbvio que ela passava seu tempo encarcerada trabalhando, e eu adoraria tirá-la disso e colocar alguma cor em seu corpo enquanto observava a garota tomando banho de sol em um dos meus barcos, com uma taça de champanhe na mão para me ajudar a analisar qual conjunto de outro combinaria melhor com seu biquini.

De repente, me relacionar com uma empregada pareceu uma opção muito melhor para incomodar o meu pai do que me recusar a casar com Varvara. Quase soltei uma gargalhada enquanto passava pelos convidados. Era engraçado ver como as pessoas que a vida inteira puxaram o meu saco por ser filho de quem era, de repente nem me notavam. Senti pela primeira vez que era invisível, e gostei disso. Olhei ao redor em busca da "minha chefe", e quando a vi, concentrada trabalhando e organizando os demais funcionários, eu agradeci mentalmente a ela por me mostrar coisas importantes tão rapidamente. O que mais eu poderia aprender com Aggelidaki?

Não era Zayos Latosakis para ela, não bateu os cílios para mim ou deu sorrisinhos bobos. Como eu era idiota. Estava encantando com uma mulher que segurou o meu braço com força, me obrigou a vestir um colete feio e mandou em mim com voz autoritária. Mas eu era um idiota feliz e curioso, e com certeza não a deixaria ir sem me dizer se eu estava apto a receber um beijo seu.

Em outra vida, eu seria um cara comum para quem ela olharia com interesse? Eu não sabia, mas queria ficar por perto para descobrir.

A música estava alta e eu rodava pelo salão, oferecendo bebidas e champanhe caro com a outra mão nas costas, me curvando para agradecer e sorrir quando pegavam suas taças e não me reconheciam. Era tão divertido como eu poderia ser uma pessoa qualquer, e era tão simples, a ponto de me impressionar que nunca tivesse pensado no assunto antes.

Por cima dos ombros e cabeças — sorte a minha ser alto — eu podia procurar por ela, perseguir a linda mulher de cabelos vermelhos com o olhar, ver seu belo sorriso sob o batom vermelho, gentil com todos, correndo e organizando os detalhes, me fazendo sorrir com sua agilidade, pelo menos até ouvir a voz autoritária do meu pai e me surpreender por ele não me reconhecer:

— Vai me servir ou não, moleque? — bradou, e eu o encarei, porque não tinha notado a presença ao meu lado, preso na imagem da funcionária do buffet.

Ele fazia de tudo para manter o olhar altivo, mas foi impossível não me olhar nos olhos, porque fiquei paralisado, com a bandeja de prata na mão, uma garrafa de Mumm e duas taças entre os nossos rostos.

O Bebê do GregoOnde histórias criam vida. Descubra agora