Capítulo 11

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Bom dia, minhas maravilhas! Que a gente tenha uma linda semana com muitos capítulos.

*

Dafni

— Exijo falar com Zayos Latosakis — bradei no interfone da mansão dele.

Não acreditava enquanto olhava para aquela casa sobre a colina e me recordava de quando o conheci, naquela festa, o que me fez sentir a pessoa mais burra do mundo.

— Sinto muito, senhorita — respondeu pela milésima vez a voz mecânica saindo sob os botões do aparelho preso na parede de pedra ao lado do grande portão preto de ferro da propriedade dos Latosakis.

Soltei um grunhido de irritação. Ele tinha conseguido o que queria, não é? Se fez passar por um garoto pobre, ganhou a minha confiança, dormiu comigo, com aquela história de inexperiente, e então eu tinha me tornado um sinto muito e uma porta fechada na sua vida. Como eu era tola.

Revisitei Zayos se aproximando de mim na primeira noite, com sua roupa de linho que não reconheci como valiosa, desesperada em mostrar um bom serviço, vestindo-o com o uniforme da empresa. Senti meu rosto queimar. No fim das contas, eu não era seu asteroide, mas apenas mais uma para a coleção.

O quanto ele deveria ter rido de mim junto com seus amigos ricos, mantendo a mentira de que era como eu apenas para me conquistar e dormir comigo.

Pensei que Zayos poderia estar rindo naquele exato momento, ao observar a minha humilhação diante da câmera da sua mansão, então mostrei o dedo do meio, me sentindo infantil, mas era o que eu faria se estivesse diante de mim. Não. Eu enfiaria os dedos em seus olhos e, argh!

Apertei as mãos em punhos e dei as costas, resmungando um monte de xingamentos, então parei e voltei. Apertei de novo o interfone, gritando:

— Vá se foder, Latosakis!

Não sei que mágica foi aquela, mas o portão se abriu, e eu fiquei pasma, me sentindo aqueles pinschers que latem muito, mas quando a grade é aberta, não consegue avançar no "inimigo". Ouvi passos esmagando cascalhos e, para a minha surpresa, não era Zayos quem apareceu na entrada da propriedade.

Sisudo, de terno, muito alto e forte, um homem mais velho e de terno me mostrava o quanto se parecia com Zayos, e me senti ainda mais boba, porque era óbvio que eu tinha me envolvido com um exemplar com menos experiência do que aquele diante de mim.

— Sou o pai de Zayos. Quanto você quer? — perguntou, colocando a mão no bolso e tirando uma carteira dali.

— O quê? — Recuei um passo, como se tivesse tomado uma bofetada.

— Qual o seu preço para sair da minha casa e nunca mais surgir nua em nenhum tabloide, dizendo que deu para o meu filho.

Lembrei da voz rouca de Zayos me chamando de Asteroide, e me senti no espaço, sem gravidade, como se algo me mantivesse flutuando no ar, presa entre a realidade e um pesadelo.

— Eu só quero falar com ele — murmurei, porque estava tentando conter as lágrimas.

O homem coçou a têmpora e contorceu o rosto.

— Talvez não tenha entendido, mas vou tentar ser mais claro: ele não quer falar com você. Zayos já deu o seu showzinho, foi parar na televisão, mostrando como é rebelde, não precisa mais de você.

Abri a boca. Fechei, junto com os olhos, balançando a cabeça, como se isso pudesse ajustar a confusão dentro dela, mas só piorava.

— Precisar de mim? — sussurrei, encarando-o de novo, com a testa doendo de tanto franzir.

O homem parecia impaciente, passando a mão nos cabelos com cuidado, não do jeito bagunçado como o filho fazia, e eu adorava.

— Vou situar você sobre qual foi o seu papel nessa equação, garota. Zayos tem problemas de comportamento. Ele quer me enfrentar a qualquer custo, e te usou para isso, brincando de empregado ao seu lado, fazendo coisas estúpidas como invadir a propriedade da família do amigo e transar com você debaixo das câmeras, para depois sair nos jornais como o filho rebelde dos Latosakis.

Meus pensamentos estavam presos na frase: invadir a propriedade da família do amigo.

A vergonha socou meu estômago, me tirando o ar e fazendo cobrir a boca com a mão, porque achei que fosse vomitar. Aquele tempo todo... nós estávamos na casa de um amigo de Zayos?

Não consegui mais conter a vontade de chorar.

A rejeição me amassava como uma bolinha de papel, e eu sentia que encolhia deste mesmo tamanho. Recuei alguns passos, sem conseguir mais controlar o choro, o muco do meu nariz e o meu soluçar, mas não querendo que ninguém visse aquilo. Comecei a descer o caminho diante da entrada da mansão como se tivesse rolado do penhasco antes, com os joelhos bambos, uma dor no corpo absurda e os cabelos emaranhados pelo vento e pelos fluídos do meu rosto.

— Então, ele quer saber, quanto você quer para desaparecer? — insistiu o pai de Zayos, em um tom mais alto, porque eu já tinha me afastado.

Neguei com a cabeça, sem conseguir falar.

O que eu queria era distância daquela gente por toda a eternidade.

Os Latosakis não precisavam se preocupar. Eu desapareceria, nem que tivesse eu mesma que pagar por isso.

Ai, meu coração tá moidinho pela Dafni :(

Ela chegou lá para tirar satisfação com o Zayos e saiu humilhada pelos Latosakis. Eu também sumiria para nunca mais me acharem. E vocês?

 E vocês?

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⏰ Última atualização: 6 hours ago ⏰

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