O Jogo Perigo 28

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A semana se arrastou como um filme em câmera lenta, cada dia mais pesado que o anterior. As mensagens de Kai, cheias de detalhes sobre Paris e um toque de saudade, me deixavam em constante expectativa, mas também me atormentavam. Ele me contava sobre os museus que visitava, as delícias que provava, as paisagens que admirava, mas sempre com um "sinto falta de você" sutil, como se quisesse me puxar para dentro da sua aventura.

Noah, por sua vez, se mostrava cada vez mais atencioso, preocupado com a minha tristeza. Ele me convidava para sair, me mandava flores, me fazia companhia em momentos difíceis. O seu amor era constante, um porto seguro em meio à tempestade, mas eu não conseguia me sentir à vontade. A culpa me corroía por dentro, por não poder retribuir os seus sentimentos da mesma forma. Eu amava Noah, mas não da mesma forma que eu amava Kai. A conexão que eu sentia com Kai era diferente, intensa, avassaladora.

White, percebendo a minha angústia, me incentivou a ser honesta comigo mesma. "Mya, você precisa ouvir o seu coração," ela disse, com a sabedoria de uma amiga de longa data. "Você não pode viver uma mentira, nem com você mesma, nem com os outros."

As palavras de White me tocaram profundamente, mas não me deram a resposta que eu buscava. Como escolher entre dois amores tão diferentes, mas igualmente importantes?

No sábado, enquanto tentava me distrair com um filme, meu celular vibrou. Era Kai. Ele estava de volta e me convidava para um café. Meu coração disparou. Eu sabia que esse encontro mudaria tudo.

"Mya, você está bem?" White perguntou, percebendo a minha reação. "Você parece nervosa."

"Estou bem," eu respondi, tentando disfarçar a minha ansiedade. "É só o Kai. Ele voltou e me convidou para um café."

"Ah, que legal!" White disse, sem saber o que estava acontecendo na minha cabeça.

Enquanto me arrumava para o encontro, eu me sentia um misto de alegria e medo. A alegria de reencontrar Kai, de sentir a sua presença, de me entregar aos seus encantos. O medo de magoar Noah, de perder a sua amizade, de quebrar o meu coração.

No café, Kai me contou sobre a sua viagem, sobre as suas impressões, sobre a saudade que sentiu. Ele me olhava com a mesma intensidade de antes, e eu me sentia completamente perdida em seus olhos.

"Mya, eu preciso te dizer algo," Kai disse, com a voz baixa. "Eu sei que você está confusa, e eu entendo. Mas eu preciso que você saiba que eu também estou. Eu sinto algo muito forte por você, algo que eu nunca senti por ninguém antes. Mas eu também sei que você tem um relacionamento com Noah, e eu não quero te machucar."

As palavras de Kai me tocaram profundamente. Ele era honesto, sincero, e isso me fez admirá-lo ainda mais.

"Kai, eu também sinto algo muito forte por você," eu respondi, com a voz tremendo. "Mas estou confusa. Eu amo Noah, ele é meu melhor amigo, meu confidente, meu amor de longa data. Mas você... você mexe comigo de uma forma que eu nunca imaginei."

"Eu entendo," Kai disse, me olhando com compaixão. "Eu não quero te pressionar, Mya. Eu só quero que você saiba que eu estou aqui para você, sempre. Se você precisar de tempo para pensar, eu vou esperar."

O nosso encontro terminou com um abraço cheio de sentimentos. Eu me sentia confusa, mas também aliviada. Kai não me pressionou, ele me deu tempo para pensar, para entender o que realmente queria.

Enquanto voltava para casa, eu tentava organizar meus pensamentos. Eu precisava ser honesta com Noah, com Kai e, principalmente, comigo mesma. Eu precisava saber o que meu coração realmente desejava.

𝓸𝓫𝓮𝓼𝓼ã𝓸 𝓹𝓻𝓸𝓲𝓫𝓲𝓭𝓪 𝑘𝑎𝑖 𝑚𝑜𝑟𝑖 Devil's Night Onde histórias criam vida. Descubra agora