Honeymoon Avenue

Desprezada

Hello, como estão?

Espero que bem.

Capitulo enorme e cheio de informações. Espero que vocês gostem.

Desde já, muito obrigada por cada voto e comentário, são muito importantes para mim.

Continuem a votar e a comentar, me digam o que estão achando, quais são suas percepções e perspectivas.

Beijos.

*****

Depois do momento agradável que compartilharam com Lily e da despedida repleta de promessas de que logo a levariam para passar um tempo com elas, Camila e Lauren entraram no carro, rumando para a residência Cabello-Jauregui.

Não demorou para que Lauren começasse a reviver mentalmente cada crítica que sua mãe lhe fizera durante o almoço. Cada farpa se encravando gradativamente em sua mente, alimentando uma agonia que logo assassinaria sua autoestima, minaria sua confiança e arrancaria sua paz, transtornando-a.

Então, à medida que elas cruzavam as ruas da Cidade de Pedra, uma atmosfera pesada começava a se instalar. O silêncio dentro do carro tornava-se cada vez mais denso, carregado dessas emoções negativas, que fervilhavam intensamente dentro de Lauren e pareciam ricochetear no ar ao redor, atingindo Camila também. Ela podia sentir cada pedaço da tensão de Lauren, como se as mágoas da esposa se infiltrassem em sua própria pele, arrepiando-a da cabeça aos pés.

Rígida ao volante, Lauren transformou-se em uma nuvem carregada, prestes a explodir em trovões ensurdecedores e em uma chuva torrencial de lágrimas. Seus ombros estavam tensos, e suas mãos seguravam o volante com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. Uma dor aguda pulsava em seu peito, enquanto um embrulho se alojava em seu estômago, acompanhado por um gosto amargo que se espalhava pela sua boca. A raiva e a mágoa a corroíam, queimando-a insuportavelmente, como se ela estivesse imersa em uma banheira repleta de águas-vivas.

Lauren sentia uma imensa vontade de gritar, de surtar, de desaparecer, escapar de tudo aquilo, de sua mãe, de si mesma, do mundo. Mas a fuga parecia inalcançável, como uma miragem em um deserto emocional.

O desespero a envolvia como um véu sufocante, e tudo o que Lauren desejava era ser esquecida. Que, por algum milagre, um raio caísse e a apagasse da mente de Clara. Que sua mãe nunca mais a procurasse, nunca mais perguntasse por ela — como se ela nunca tivesse existido. Qualquer coisa seria melhor do que carregar aquele fardo insuportável, aquela sensação horrível de estar sempre à mercê das críticas e exigências de Clara.

Mas parecia que quanto mais Lauren ansiava por se afastar, mais Clara Jauregui se agarrava a ela, como se fosse um espírito obsessor, determinado a drenar cada fragmento de sua energia, sua essência e qualquer vestígio de felicidade.

Era doloroso perceber que a pessoa que mais deveria oferecer amor e apoio incondicional a ela, era, na verdade, seu carrasco, sempre à espreita, pronta para derrubá-la, pisoteá-la e sufocá-la sob o peso de suas expectativas.

Lauren não aguentava mais.

De soslaio, Camila observava a esposa, ciente de que, por trás do olhar fixo de Lauren na estrada, seus pensamentos tumultuados giravam incessantemente como engrenagens em uma máquina desenfreada. Camila sabia bem o impacto desses encontros com a mãe sobre Lauren e não conseguia evitar o medo das consequências que poderiam se desenrolar.

A artista se remexeu no assento, inquieta, as mãos entrelaçadas no colo. Queria dizer algo, qualquer coisa, mas as palavras lhe fugiam, se misturavam e se perdiam, deixando apenas o nada, o silêncio.