As razões, parte 2

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Hello, aqui está a segunda a parte.

Muito obrigada por tudo.





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Na ausência de Lauren, Camila decidiu ir ao compromisso inadiável na gravadora, acompanhada por sua assistente.

A assistente Marie insistiu várias vezes em assumir a direção do carro. No entanto, Camila negou a oferta, preferindo estar ao volante e no controle, mesmo que o peso da preocupação a fizesse hesitar a cada curva.

Desde o momento em que saíram da casa da artista e por todas as ruas que atravessaram, perceberam um carro preto seguindo-as, praticamente colado a elas. Inicialmente, Camila tentou ignorar, convencendo-se de que era apenas uma coincidência. No entanto, à medida que o carro persistia em sua perseguição, uma inquietação começou a se espalhar por seu corpo, transformando cada olhar pelo retrovisor em um lembrete inquietante de que algo estava errado. A adrenalina começou a pulsar, e ela não conseguia evitar a sensação de que estavam sendo observadas.

Desde que a notícia sobre a gravidez vazou, situações assim começaram a ocorrer esporadicamente, mas nunca de forma tão evidente como naquela vez. Chegou um ponto em que se tornou insustentável; incomodada, Camila decidiu fazer uma manobra para escapar do campo de visão do motorista que a seguia. No entanto, sua movimentação foi brusca demais. Ao acelerar justo quando o semáforo estava prestes a mudar, ela tentou corrigir a trajetória, mas já era tarde demais; encontrava-se no meio de um cruzamento, presa entre o desejo de escapar e a realidade que a cercava.

Tudo aconteceu em um instante: seu carro foi colidido violentamente por outro, exatamente do lado onde ela estava. O impacto a atirou para frente, e o mundo ao seu redor se transformou em um borrão de metal e vidro.

O impacto da batida reverberou por todo o corpo da artista. Ela tentou se mover, mas a dor intensa a fez gemer, uma onda de agonia que parecia consumir sua sanidade. Seu coração disparava, e a cabeça girava, enquanto o desespero a envolvia como uma névoa sufocante. "Meu bebê", pensou, a angústia inundando seu peito.

A assistente Marie tentava acalmá-la, pronunciando palavras de conforto que, com o passar dos segundos, pareciam se distanciar, tornando-se ecos distantes até desaparecerem completamente. Camila, à mercê da dor e do pânico, acabou perdendo a consciência.

Quando finalmente conseguiu abrir os olhos, as luzes intensas ao redor a ofuscaram. Ao respirar fundo, o característico cheiro de hospital a invadiu, trazendo consigo uma sensação de realidade. Sua cabeça ainda latejava, e o corpo continuava dolorido, mas, com determinação, forçou-se a abrir os olhos mais uma vez. Ela piscou, e ao conseguir focar, se deparou com o teto branco, vazio e indiferente.

- Ela está acordando. – Anunciou uma voz, preenchendo o ar com uma nota de alívio.

Camila tentou levantar-se, mas foi impedida.

- Ainda não, Camila. – Disse Megan, sua voz firme. Ao lado dela, um médico alto e uma enfermeira observavam com preocupação.

- Megan. – Chamou Camila, a voz carregada de desespero.

- Fique calma. – Respondeu Megan, tentando transmitir segurança. – Por favor, fique calma.

- O que aconteceu? – Camila forçou a mente a recordar, mas as lembranças eram um borrão nebuloso.

- Você e sua assistente sofreram um acidente e foram trazidas para o Jauregui Medical Center. Você ficou desacordada por um tempo e teve alguns ferimentos. Fizemos todos os exames necessários e, felizmente, não há fraturas nem lesões graves. Sua assistente está bem; ela apenas se machucou levemente e está em observação. – Megan explicou tudo com serenidade, sua voz tranquilizadora preenchendo o ambiente.

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