Professor

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— Bom, pessoal, agora que já viram as notas, podem me devolver as provas. Lançarei as médias no sistema até o fim de semana. — disse o professor, em pé, enquanto os alunos iam até ele para entregar suas provas.

— Não posso ficar com uma nota tão baixa assim, Minji. Vou acabar pegando recuperação. — ouvi Yeji comentar com sua amiga à minha direita.

— Tenta conversar com ele, amiga. Tenho certeza de que vai dar certo. — respondeu Minji, tentando consolá-la.

— Estão liberados, alunos. Até semana que vem. E não se esqueçam de dar uma lida no capítulo 7 do livro. — finalizou o professor Kaulitz, após guardar nossas provas em um envelope.

A turma começou a arrumar os materiais e deixar a sala, um a um. O professor permaneceu sentado, mexendo em seu computador. No fim, restávamos apenas eu, Yeji, Minji e o professor, até que as duas se aproximaram da mesa dele. Eu, por minha vez, já estava de mochila nas costas, pronta para ir embora, até que fui interrompida.

— Senhorita S/N, por favor, aguarde um momento para tirarmos suas dúvidas sobre a avaliação. — disse o professor, surpreendendo-me. Mas que cara de pau! Eu não tinha nenhuma dúvida.

— Certo, professor. — Me sentei novamente na carteira.

— Diga, Yeji. — voltou-se para ela, sem desviar os olhos da tela do computador.

— Professor, não fiquei satisfeita com minha nota. Não tem nada que o senhor possa fazer sobre isso? — Yeji parecia aflita.

— Você ainda pode recuperar na próxima prova. — respondeu, enquanto digitava algo.

— É praticamente impossível, professor! Não tem nada que eu possa fazer? Um trabalho ou, sei lá, qualquer coisa... — O desespero em sua voz deixava claro o que ela queria dizer com 'qualquer coisa'. Quanta depravação.

— Yeji, se quiser melhorar sua nota, estude. Agora, pode ir embora. — disse ele, com impaciência.

Sem responder, Yeji saiu pisando firme, seguida por Minji.

— Pelo visto, você pegou pesado com essa prova. — comentei, enquanto caminhava em sua direção.

— Você foi a única que conseguiu tirar uma nota acima da média. Confesso que fiquei decepcionado com a turma, fiz de tudo para ajudar e nada. — disse ele, desviando a atenção do computador para mim. Havia uma sombra de frustração em seus olhos.

— Pois é. O problema é que muitos deixam para estudar na véspera, e com tanto conteúdo acumulado, não dá certo. Agora você já pode tirar minhas dúvidas sobre a prova? — acrescentei com um toque de ironia, apoiando as mãos em sua mesa.

Tom soltou uma risada maliciosa antes de se levantar, caminhando até a porta. Para minha surpresa, ele tirou uma chave do bolso e a trancou com um giro rápido.

— Como diabos você tem a chave dessa porta? — perguntei, genuinamente surpresa.

— Eu tenho meus métodos, querida. — ele respondeu, voltando-se para mim com um sorriso nos lábios.

— E se alguém tentar entrar? Isso pode dar uma baita confusão, Tom. — falei. A tensão crescendo em minha voz.

— Vamos pensar que ninguém vai querer entrar agora, hm? — disse ele, ignorando minha preocupação, enquanto se aproximava e colocava as mãos em minha cintura. — Parabéns pela nota, você sempre me enche de orgulho.

Ele inclinou-se para dar um beijo suave na minha bochecha.

— Pensei que você não fosse reconhecer o meu esforço. — respondi, em tom dramático, enquanto subia as mãos até seu pescoço.

Tom riu baixinho, aproximando o rosto do meu pescoço, onde começou a deixar beijos suaves.

— Eu sempre reconheço, minha gatinha. — disse ele, com um sorriso brincalhão na voz.

— Não sou como certas pessoas que querem ganhar nota de um jeito bem diferente. 'Ai, professor, qualquer coisa...' — falei, imitando a voz de Yeji com exagero. — Pelo amor de Deus, que garota ridícula.

Senti a risada dele vibrar contra o meu pescoço antes de ele se afastar.

— Verdade. Quase falei pra ela que sou casado e que esse tipo de comentário não deveria ser feito pra mim.

— Casado, é? — perguntei, rindo, enquanto levantava uma sobrancelha, desafiando-o.

— Sim, com a garota mais incrível, inteligente, bonita e gostosa do mundo. — respondeu ele, aproximando o rosto do meu e deixando um beijo carinhoso e úmido em meus lábios.

Suspirei, deslizando meus lábios nos dele iniciando um ósculo mais profundo. Nossas línguas se encontraram no momento em que nossas cabeças se inclinaram em direções opostas, num ritmo lento. Sua boca, quente e macia, massageava a minha, enquanto suas mãos deslizavam pelo meu corpo por cima do uniforme escolar.

Quando o ar começou a faltar, nos separamos devagar, o estalo suave do beijo rompido ecoando na sala. Ofegante, Tom levou as mãos aos botões da minha camisa, na intenção de desabotoá-la, e foi nesse momento que a consciência me atingiu. Percebi que já havíamos demorado mais do que o prudente.

— Amor... aqui não. Alguém pode aparecer a qualquer momento. — murmurei, segurando seus pulsos e guiando-os de volta à minha cintura. Sua feição imediatamente ficou frustrada.

— Tá bem... — suspirou, meio contrariado. — Não posso mais matar a saudade da minha namorada. — disse, abraçando-me e deslizando as mãos até minhas nádegas. — Sua chata.

De repente, um estalo ecoou pela sala, me fazendo pular de susto. Olhei pra ele incrédula antes de dar um tapa leve em suas costas, repreendendo-o.

— Tá maluco, porra? Agora me solta, eu preciso ir embora. Já nos arriscamos demais por hoje. — reclamei, enquanto ele me soltava a contragosto. Fui pegar minha mochila em cima da carteira.

— Você vai lá em casa mais tarde? Tô precisando do seu amor e do seu carinho. — disse ele, num tom fofo, completamente diferente de alguns minutos atrás. Ri baixo da mudança repentina.

— Vou sim, senhor carente. Agora abre a porta pra mim. — pedi, sorrindo, enquanto caminhávamos juntos até a porta. Ele a destrancou com um movimento rápido.

— Te vejo mais tarde, gatinho. — sussurrei, deixando três beijos suaves nos seus lábios antes de sair.

— Até lá, gostosa. — respondeu ele, com um sorriso malicioso.

...

Resolvi aparecer depois de um século. Espero que gostem do capítulo. <3

𝙸𝚖𝚊𝚐𝚒𝚗𝚎𝚜 | 𝚃𝚘𝚖  𝙺𝚊𝚞𝚕𝚒𝚝𝚣Onde histórias criam vida. Descubra agora