Carente

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Bill, Tom e eu somos amigos desde a infância. Nos conhecemos no parquinho da cidade quando éramos crianças e eles me ajudaram com o balanço, já que eu não conseguia me balançar sozinha. Depois disso nos encontramos por lá diversas vezes e construímos uma relação de amizade com o tempo.

Agora, aos 17 anos de idade, sempre nos juntamos na minha casa ou na casa deles para jogar ou assistir filmes. Hoje, por exemplo, o Bill me chamou para assistir "Pânico". Só nós dois, já que o Tom não curte muito.

Cheguei lá às 15:30h e o Bill logo abriu a porta.

- E aí, S/n? Pronta para morrer de medo hoje? - Ele disse debochando da minha cara.

- Você sabe que a minha fase de medrosa já passou, Bill. - Passei por ele revirando os olhos e ele riu.

- Senta aí, vou fazer pipoca e pegar uns chocolates.

- Cadê o Tom? - Perguntei achando estranho o fato de ele não estar na sala jogando videogame.

- Ah, ele está no quarto. Vai lá conferir se ele já hibernou.

- Ele deve estar em estado de decomposição uma hora dessa. - Falei com ironia, já que ele sempre dormia mais que o necessário.

Subi para o andar de cima e andei em direção ao quarto do moreno. Bati na porta e não fui atendida, então resolvi entrar. Por algum milagre a janela estava aberta e o ambiente se encontrava claro, o que era bem raro. Ele não estava no quarto então presumi que estivesse no banheiro, já que a porta se encontrava fechada.

Me sentei na cama e esperei ele sair.

A real é que eu e Tom ficamos de vez em quando. Nossa relação passou de uma simples amizade no ano passado, quando começamos a agir de forma estranha. Os olhares, as provocações. Até que ficamos pela primeira vez numa festa e a partir daí não paramos mais. Decidimos manter isso em sigilo, nem o Bill sabe.

A porta do banheiro abriu e um Tom gostoso do caralho saiu de lá vestindo apenas uma calça moletom cinza. Que visão dos deuses. Ele estava meio molhado e o ar cheirava a sabonete, ou seja, ele tinha acabado de tomar banho. Kaulitz olhou pra mim com uma feição surpresa e logo abriu um sorriso.

- Não sabia que vinha aqui hoje. - Disse enquanto se aproximava e sentou ao meu lado.

- Ah, o Bill me chamou pra assistir Pânico.

- Hm... achei que tinha vindo me visitar. - Ele falou decepcionado se jogando sobre o colchão.

- Subi para verificar se você estava vivo. Não te vi jogando lá em baixo.

- Tô sem vontade hoje.

- Um milagre aconteceu! - Bati as mãos em falsa comemoração.

- Tô com vontade de outra coisa agora, sabia? - Colocou as mãos em minha cintura e me colocou deitada sobre ele.

- E eu posso saber que coisa é essa? - Cheirei o seu pescoço o sentindo arrepiar.

- Gatinha... Não faz isso... - Arrastou suas mãos em direção à minha bunda e apertou a região de leve.

- Você não respondeu a minha pergunta. - Falei distribuindo selares pelo pescoço alheio.

- Quero muito beijar você. - Ele confessou e eu o encarei.

- Já deveria ter feito isso. - Falei mordendo meu lábio inferior enquanto sorria, o que chamou sua atenção.

O garoto trouxe uma mão para meu pescoço e logo uniu nossos lábios em um beijo com um misto de saudade e desejo. Sua língua encontrou a minha e logo estavam dançando de uma forma deliciosa em nossas bocas. Uma de suas mãos segurava minha face enquanto a outra passeava por todo o meu corpo lentamente. Já a minha estava depositada na lateral do seu rosto, enquanto a outra tocava seu braço e peitoral.

Aquele ósculo estava acabando comigo, eu só tinha vontade de permanecer ali pra sempre recebendo o carinho daqueles lábios macios nos meus.

- Ô S/N, AS COISAS JÁ ESTÃO PRONTAS. VEM LOGO! - Escutamos Bill gritar do andar de baixo.

Diminuí o ritmo do beijo e finalizei com dois selinhos.

- Tenho que ir agora, foi bom ver você. - Falei enquanto encarava sua cara de insatisfeito.

- Mas você não tem que ir. - Falou ainda mantendo suas mãos em minha cintura. - Fica aqui comigo.

- Eu não posso. Não vim aqui pra isso.

- Vai mesmo me trocar pelo meu irmão?! - Ele disse indignado.

- Larga de drama, Tom. Só vamos assistir um filme. Você pode ir se quiser.

- Vou poder te beijar na frente dele?

- Tá maluco? Claro que não! Não seria nada confortável pra ele, e ele nem sabe que a gente fica.

- Tá, tá... Vai logo antes que eu desista e te tranque aqui comigo. - Falou emburrado enquanto me soltava.

- Para com isso. - Eu ri me levantando. - Depois eu venho aqui ficar um pouco com você.

- Não quero mais também.

- Então tá bom.

- Tchau.

- Tchau, Tom. - Andei em direção à porta.

- Espera! - Ele correu até mim. - Nem um beijo de despedida?

Eu ri com toda aquela situação, nunca tinha o visto assim tão... carente?

- Achei que você não queria. Tá muito carente pro meu gosto.

- Carente? Eu? Claro que não. Só gosto de beijar você.

- Sei... Você me ama, admite logo. - Disse em tom brincalhão.

- Talvez sim. - Ele se aproximou e me beijou rapidamente.

- Talvez eu te ame também. - Virei as costas e saí do quarto com um sorriso bobo.

Desci e tentei agir normalmente para que Bill não desconfiasse de nada.

- Finalmente, garota. Já ia começar sem você. - Deu play no filme no momento em que me sentei do seu lado e peguei a pipoca.

- Você não era nem louco. Fazia um século que eu estava esperando pelo lançamento.

Enfiei umas pipocas na boca e prestei atenção no filme, assim como o Bill. Foi bem divertido. Às vezes eu tomava um susto e ele ria da minha cara falando que eu ainda era uma medrosa e eu negava em todas elas, como sempre.

...

Queria um tom carente pra mim :(

𝙸𝚖𝚊𝚐𝚒𝚗𝚎𝚜 | 𝚃𝚘𝚖  𝙺𝚊𝚞𝚕𝚒𝚝𝚣Onde histórias criam vida. Descubra agora