Pirralha

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As luzes coloridas iluminavam a parte externa da mansão dos Kaulitz, o som tocava uma música aleatória que chegava a incomodar meus ouvidos. Algumas pessoas dançavam, outras bebiam, outras se jogavam na piscina e faziam coisas típicas de uma festa normal que jovens adoram frequentar. Jovens maiores de idade, o que não é o meu caso.

Mesmo sabendo que eu era de menor, meu melhor amigo Bill fez questão de me convidar, e não foi muito difícil convencer a minha mãe de que seria uma noite comum de jogos com o meu querido amigo. O avistei de longe com uma garrafa na boca enquanto umas pessoas gritavam ao seu redor no que parecia um desafio. Ele nunca muda mesmo. Decidi que o cumprimentaria mais tarde e segui em frente.

Agora eu adentrava a parte interna da casa, meus olhos indo diretamente para Tom Kaulitz que estava sentado no canto da sala em um sofá com alguns amigos, com uma garrafa de cerveja na mão e uma loira quase que inteiramente plastificada em seu colo como uma puta necessitada. Que nojo.

Ignorei aquela cena repugnante e fui direto para a cozinha fazer um drink qualquer pra mim, já que se eu ingerisse qualquer bebida disponível naquela festa não iria acabar bem. Não sou acostumada com essas coisas.

Peguei um copo no armário e retirei do freezer um um gin, água tônica e algumas frutas vermelhas. Peguei uns cubos de gelo e depositei no copo juntamente com as duas bebidas e as frutas.

- Sua mãe sabe que você anda bebendo esse tipo de coisa? - Me assustei levemente e não precisei virar pra saber que Tom estava ali me observando.

- Não é da sua conta. - Respondi enquanto misturava tudo com um canudo.

- Então não se importaria se eu ligasse pra ela vir te buscar em uma festa para adultos? - Ele disse com sarcasmo.

- Para adultos. - Imitei sua fala dando risada enquanto me virava em sua direção com o copo em mãos, ficando apoiada no balcão pelo quadril. - Não aja como se eu fosse uma criança, Kaulitz. - Levei o canudo em direção aos meus lábios degustando o conteúdo.

A cozinha estava um pouco escura, sendo iluminada somente pelas luzes de fora que refletiam pelas janelas. Assim, dava pra vê-lo encostado na porta enquanto me encarava com um olhar indecifrável.

- Então não aja como se esse fosse um ambiente apropriado para pirralhas. - Ele disse andando lentamente em minha direção.

- Já mandei você parar de me chamar assim, seu idiota. - Encarei a figura a minha frente com raiva em meus olhos, deixando a bebida de lado.

Eu tinha 16 anos, mas isso não o dava o direito de me chamar assim só porque ele tinha 3 anos a mais.

- Você é uma pirralha mesmo, e sabe disso. - Senti a ponta de nossos pés encostando e olhei pra baixo enquanto seu cheiro gostoso adentrava por minhas narinas. Vi quando Tom colocou as duas mãos no balcão atrás de mim. Droga, muito perto.

- Pirralha essa que você adora pegar escondido, não é, Tommy? - Mesmo nervosa com toda aquela proximidade, decidi provocá-lo e subi meus olhos até encontrar os seus.

- Não me teste, S/N. - Tom disse travando a mandíbula.

- Menti por acaso? Ou você tem problema de memória?

Passei meus braços por seu pescoço enquanto roçava nossos narizes.

- Isso é errado. - Ele tentou se afastar, mas eu fui mais rápida e coloquei suas mãos em minha cintura, começando a beijar levemente seu pescoço o sentindo arrepiar.

- Não é como se você fosse um velho. - O encarei novamente e ele encarou meus lábios me fazendo umedecê-los inconscientemente.

- Porra... você me deixa louco. - Sem esperar mais um segundo ele levou seus lábios de encontro aos meus. Quase gemi, mas consegui me segurar. Beijá-lo era tão bom.

Levei minha mão à sua nuca acariciando a região. O aperto em minha cintura se intensificou quando nossas línguas se encontraram. O beijo não era acelerado, nem lento demais. Era moderado e tinha um gosto delicioso de menta com gin . Senti a falta de ar se fazer presente e dei uma mordida em seu lábio inferior deixando alguns selinhos em seguida.

Senti suas mãos em meu quadril e fui impulsionada até ficar sentada no balcão e tê-lo entre minhas pernas beijando meu pescoço.

- Fiquei sabendo que você saiu com o Logan semana passada. - Ele me encarou esperando por alguma coisa, mas eu só soube soltar uma risada sarcástica.

- Tá com ciúmes, amor? - Perguntei ironicamente.

- Já falei pra você parar de sair com ele, aquele mulherengo não presta pra você. - Ele falou emburrado ignorando completamente minha pergunta.

- E quem presta pra mim, Tom? Você?

- Não sei, talvez. - Ele disse passando as mãos por minhas coxas desnudas.

- Você não parecia prestar muito quando tinha a Jenna em seu colo antes de vir aqui ficar comigo. - Soltei sem pensar muito.

- Tá com com ciúmes, amor? - Ele repetiu minha frase de forma debochada.

- Sério, Kaulitz, você é muito idiota. - Empurrei seu peito e pulei do balcão passando por ele na intenção de sair dali rapidamente, mas antes disso ele segurou meu braço e me colocou encostada sobre o balcão à sua frente novamente.

- Calma aí, gatinha. Não se compare àquela carente oferecida. Você sabe que eu nem ligo pra ela. - Ele disse colocando uma mecha caída do meu cabelo atrás da minha orelha.

- Então por que não empurrou ela pra longe? - Eu disse com raiva cruzando os braços.

Eu sei que não tínhamos nada sério, mas aquela garota me irritava pra caralho.

- Você fica linda brava e com ciúmes. - Ele riu e começou a me beijar desfazendo minha carranca. - Da próxima vez você mesma senta, é menos trabalhoso.

Arregalei os olhos com sua última fala e levantei o braço pra lhe dar um tapa.

- Seu sem vergonha. - Nós dois rimos e ele me abraçou.

Vi um movimento pela janela e enxerguei Bill correndo até que quando abruptamente e começou a vomitar no gramado. Cutuquei Tom pra que ele visse a mesma cena que eu e nós fizemos uma cara de nojo em conjunto.

- Puta merda, eu que não vou cuidar desse cara. Já que você é a melhor amiga dele, boa sorte. - Tom disse querendo ir embora pra se livrar.

- Ah mas você vai sim.

Agarrei seu braço e o comecei a andar em direção à saída da cozinha enquanto ele reclamava que sempre era a mesma coisa e que Bill nunca aprendia a se controlar.

...

Ciúme de ficante? TEMOS SIM!!

𝙸𝚖𝚊𝚐𝚒𝚗𝚎𝚜 | 𝚃𝚘𝚖  𝙺𝚊𝚞𝚕𝚒𝚝𝚣Onde histórias criam vida. Descubra agora